Casa de not%c3%adcias   1144 x 150  %281%29

SAÚDE

Cuidar de quem tem distúrbio mental e achar leito psiquiátrico é algo difícil no Estado

Paciente aguarda por um leito há quase 20 dias. Ele deve ser transferido nesta quarta-feira.

07/05/2013 - 21:09


O drama narrado a seguir traduz parte da angústia vivida por várias famílias que têm um ente com transtorno mental, cujo tratamento requer internação em leito psiquiátrico.

Desde os dois anos de idade, P.C.N de L., apresenta instabilidade emocional. Hoje com 39 anos, o estado de saúde do rapaz tornou-se agudo, devido aos surtos psicóticos. Com isso, sua mãe J.A. de O., de 64 anos, buscou por ajuda no Sistema Único de Saúde do Município.
O estado mental do rapaz indica um quadro esquizofrênico. Devido a este diagnostico, o médico psiquiatra indicou internação, pois somente neste tipo de ambiente hospitalar ele será medicado adequadamente, além de ser assistido por profissionais de saúde especializados.
Há quase 20 dias, o paciente está internado no Mini-Hospital e está cadastrado na Central de Leitos do Estado aguardando a liberação de uma vaga em um hospital psiquiátrico.
A referência para o tratamento de paciente com transtornos metais é o Hospital Filadélfia, em Marechal Cândido Rondon, porém às vezes, há leitos disponíveis em Curitiba ou outros locais.
Neste período, ele segue o tratamento à base de remédios prescrito por um médico psiquiatra que atende no Município. No entanto, sua mãe conta que durante os surtos psicóticos, ele tem atitudes imprevisíveis. “Às vezes, ele fica muito violento. É quando surgem as crises. Em alguns momentos no quarto é necessário amarrá-lo na cama, para que ele não agrida os familiares e os profissionais”.
Apesar do bom atendimento na Unidade, a família quer mesmo que ele seja internado o quanto antes em uma clínica mental. A mãe está agoniada com a demora. “Os profissionais me auxiliam no período da noite. Os médicos cuidam dele, mas eles não podem fazer mais nada, porque o problema dele é psiquiátrico. Foi a primeira vez que o médico solicitou o internamento do meu filho”.
Durante a entrevista, o paciente começou a chorar e foi acalmado pelas irmãs. A mãe confirma que é necessário amarrar o filho para que ele não saia do quarto. “Ele chora e depois fica agressivo. Ele é amarrado até o medicamento fazer o efeito. Do contrário ele agride as enfermeiras, os seguranças até a mim. O médico disse que não tem como ele ficar em casa. Ele e as pessoas que estão com o meu filho correm risco de vida”.

**Transferência**
No final da tarde desta terça-feira (07), a mãe procurou o promotor de justiça, José Roberto Moreira, para auxiliar no caso.
Moreira colheu mais informações e fez contatos com os gestores (Central de Leitos, Saúde Mental Secretário de Saúde do Município e 20ª Regional de Saúde) na sala de reuniões da Câmara de Vereadores, em razão do prédio da promotoria de justiça ter sido interditado pela Defesa Civil.
As informações repassadas ao promotor é que até o meio-dia desta quarta-feira (08), surgirá uma vaga para o paciente. Do contrário, Moreira disse que fará uma ação judicial em favor deste paciente e também de mais dois em igual situação no Município, mas com menos gravidade. “Toledo não tem leitos psiquiátricos. Os hospitais da cidade deveriam ter leitos psiquiátricos para atendimentos urgentes ou tratamento com período de internação menor. O mini-hospital cumpre um papel que não é dele. O local fica com a demanda até a liberação de um leito. Neste período, o médico psiquiátrico e a equipe acompanham o paciente”.
Moreira afirma que esta situação não é a ideal. Ele ainda sugere que as autoridades do Município se reúnam para discutir o assunto e buscar uma solução para este tipo de caso. “A nossa intenção é convocar uma audiência para provocar uma discussão para que a política seja adequada”.
O secretário de saúde, Edson Simionato, disse que o paciente será transferido, ainda na manhã desta quarta-feira (08), para o Hospital Filadélfia
.

Anuncio gene 2