O último resultado do LIRA em Toledo (2012) mostrou uma infestação predial de 5,8%, a qual superou o status de situação de alerta (3,5%) e passou para alto risco de surto de dengue conforme o Ministério da Saúde. Em janeiro deste ano, o primeiro LIRA atingiu 7,27% e em abril diminuiu para 6,27%. O secretário de saúde, Edson Simionato, explica que o Município chegou a este estágio de dengue devido ao aumento gradativo do foco no ano passado. Segundo ele, enquanto o estado do Paraná teve uma redução de 14%, Toledo aumentou em 300% o índice de infestação. No ano passado, o município ficou em 3º lugar no ranking estadual de casos.
Diante da possibilidade do Município viver um surto de dengue, a Secretaria promoveu um mutirão de limpeza nos bairros. A contabilização dos dados ainda não foi concluída, porém estima-se que a equipe recolheu mais de 7 toneladas de materiais, os quais poderiam proporcionar a reprodução do mosquito.
Diante da equipe da Saúde e demais secretarias estarem envolvidas na realização do mutirão, o número de imóveis vistoriados diminuiu na cidade. De acordo com a coordenação municipal do Programa de Combate a Dengue, no primeiro quadrimestre deste ano, o número diminui de 28.247 (2012) para 15.322. Consequentemente, o número de imóveis fechados teve uma queda. No ano passado, os agentes registraram 21.399 residências fechadas. Neste ano, 7.513 casas estavam fechadas. Por sua vez, o número de vistorias em locais estratégicos passou de 85 (2012) para 137 (2013), uma elevação de aproximadamente de 81%.
O Município registrou neste quadrimestre 662 casos suspeitos, sendo 21 casos confirmados importados e 159 confirmados autóctones. Enquanto que no ano passado foram 133 casos suspeitos e 4 e 59 respectivamente.
Neste quadrimestre, o número de multas aplicadas foi zero. No ano passado – no mesmo período – foram emitidas 164 multas. Simionato explica que a opção desta gestão não é multar, porque ela por si só não vai resolver a situação de Toledo. Ele relata que a Secretaria ainda promoveu ações de educação em saúde em postos estratégicos do Município. “O objetivo é educação em saúde. Ao invés de punir só por punir”.
O secretário afirma que o Município não vai eliminar o foco do mosquito enquanto estiver fortalecido. “Se o clima continuar tendo este comportamento, o Município não vai conseguir ‘vencer’ o mosquito, porque não haverá um período em que ele estará enfraquecido. Precisamos de um período de frio até julho. Até lá, não devemos baixar guarda”.
**Recomendação**
No ano passado – quando o Município atingiu o percentual de um suposto risco de epidemia - a Promotoria de Justiça encaminhou a recomendação administrativa nº 05/2012 para o gestor anterior e a secretária de saúde. Na recomendação, o promotor de justiça, José Roberto Moreira, declarou que o Município estava descumprindo a medição e inserção de dados de levantamentos do LIRA. “...O que é ainda pior, os índices de infestação predial e de pendências se encontram muito alto; ou seja: muita infestação de mosquito, mas poucas vistorias/inspeções nos imóveis locais e pouca medição dos patamares de infestação do vetor”.
De acordo com as Diretrizes Nacionais do Ministério da Saúde para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue recomenda-se a todos os Municípios a medição deste índice, inclusive através do LIRAa (índice de levantamento rápido), pelo menos nos meses de janeiro e março, e a cada três meses, quando há registro de infestações na última avaliação (o que é o caso de Toledo).
Na época, o promotor de justiça também alertou para a necessidade da eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, entre outros fatores.