Jefferson Nogaroli, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, falou da importância do empreendedorismo feminino. Na sua avaliação, as histórias de Marlene Galeazzi e Lydia Fedrigo, que agora vão concorrer também às etapas regional e nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em suas respectivas categorias, servirão de inspiração para outras mulheres.
Marlene Galeazzi, vencedora estadual na categoria pequenos negócios, foi a primeira a contar sua trajetória na reunião do Conselho. Disse que sempre trabalhou duro. Ainda criança, ajudava seu pai na lavoura, em uma propriedade rural, no interior do Rio Grande do Sul. Não conformada com a vida difícil, rumou para a cidade para dar continuidade aos estudos e para trabalhar. Em 1977, mudou-se para o Paraná e instalou-se em Pato Branco, sudoeste do Estado. Após trabalhar oito anos em uma instituição bancária, mudou de rumo e tornou-se sócia do marido, na Auto Som Galeazzi Ltda., pequena empresa especializada em som automotivo, acessórios e serviços para veículos. Marlene Galeazzi implantou uma série de melhorias na empresa. Em outubro de 1990, a Auto Som Galeazzi passou a funcionar em novas instalações e estendeu a linha de serviços oferecidos, incluindo chapeação, pintura, balanceamento e alinhamento computadorizado. “Meu maior desafio, como mulher e empresária, é conciliar o trabalho com a educação dos filhos. Aprendi a delegar e a priorizar. Nos momentos que estou com minha família procuro ter um tempo de qualidade", disse.
A Auto Som Galeazzi foi escolhida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) para efetuar a instalação de taxímetros da frota de táxis de Pato Branco e Região. Atualmente, a empresa mantém parceria com seguradoras para troca de para-brisas e para a instalação de rastreadores em automóveis e caminhões. Bem como oferece serviços de revisão de suspensão de veículos, troca de amortecedores, pastilhas de freios, instalação de suspensão a ar e troca de pneus.
Essas e outras conquistas refletem a preocupação de Marlene Galeazzi com a valorização da equipe, a satisfação dos clientes e o exercício da responsabilidade socioambiental. "Fiquei muito feliz em vencer a etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios e ter o meu trabalho reconhecido", destacou a empresária. "Sempre utilizei as ferramentas do Sebrae na minha gestão, desde que era CEAG (Centro de Apoio Gerencial – entidade que foi embrião do Sebrae), principalmente o DRE (Demonstrativo de Resultados no Exercício) e Fluxo de Caixa, que são atuais até os dias de hoje”, complementa.
Ainda de acordo com a empresária, trabalhar em uma instituição financeira foi como estar em uma faculdade. “Aprendi muito com os treinamentos que o banco disponibilizava e com os clientes, pois acabava conhecendo suas histórias de gestão. Depois disso, o Sebrae foi e é fundamental para angariar novas técnicas de gestão. Fiz o Empretec, depois pós-graduação em Marketing, mas confesso que os treinamentos do Sebrae/PR eu não abro mão. Todos os treinamentos e palestras que o Sebrae/PR lança, nós estamos juntos.
Os dois últimos que participei foram o Prosperar e o Gestão da Inovação. Agradeço muito ao Sebrae/PR por esse Prêmio. Para mim é um orgulho representar as mulheres empreendedores do sudoeste e do Paraná”, salienta.
Assim como Marlene Galeazzi, Lydia Fedrigo, fundadora do Instituto Eurobase e vencedora da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria negócios coletivos, estava emocionada. "O Sebrae dá credibilidade ao nosso trabalho. Começamos com uma pequena horta comunitária. O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios vem num momento importante.”
Em 2005, com a ajuda dos amigos e do marido, Lydia Fedrigo fundou o Eurobase. “Criamos o estatuto social, o regimento interno, e um plano de ação institucional. Acreditamos, com isso, que é possível transformar a realidade de uma comunidade com o envolvimento de todos.” Para conscientizar a comunidade sobre a questão ambiental, o Eurobase aderiu ao Projeto Eco Vida, que consiste na coleta de óleo de cozinha usado para ser transformado em biodiesel. O processo é realizado pela empresa Big Frango. Atualmente, mantém diversos projetos. Um deles é o “Grupo Primavera”, que reúne artesãs para a fabricação de estopas, panos de prato, bichinhos de pano e outras peças, promovendo assim, aumento da renda familiar e inclusão social. Outro é o “Construindo Caminhos”, que oferece apoio socioeducativo a 125 crianças e adolescentes no contraturno escolar, visando a integração social, por meio de atividades esportivas e educativas.
A equipe que atua no Eurobase é composta por uma assistente social, um professor de Educação Física, um estagiário da Fundação de Esporte, três voluntárias que ministram aulas de artesanato e estagiários do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL). As atividades no Instituto são definidas por meio de reuniões mensais nas quais acontece o planejamento financeiro e a programação das aulas. Todas as compras de materiais para o Eurobase são feitas no próprio bairro para incentivar o comércio local.
Para a empreendedora, não é preciso grandes habilidades para ajudar o próximo. “O simples ato de doar um tempo para ouvir as histórias daqueles menos favorecidos gera uma troca de conhecimento e ambos saem ganhando. Todos podem fazer a diferença”, acredita. Na opinião de Lydia Fedrigo, o reconhecimento do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2010 ao seu trabalho contribui para que o Eurobase eleve sua credibilidade perante à sociedade.
Da Assessoria
