Entendendo a importância de fazer a promoção, prevenção de saúde e fortalecimento da atenção básica para que se tenha uma população mais saudável, os conselheiros de saúde de Toledo promoveram a 12ª Conferência Municipal de Saúde no último final de semana. O tema principal: Toledo fortalecendo a atenção primária e construindo a política da saúde da família.
A atenção primária oferece serviços de proteção, cura e reabilitação conforme as necessidades locais, incluindo ações de educação em saúde, prevenção e controle de doenças, promoção de condições de saúde mais adequadas. Por sua vez, a comunidade atua de forma participativa no planejamento, na organização, na operação e no controle dos cuidados primários da saúde.
Segundo o secretário de saúde, Edson Simionato, se as ações solicitadas, neste ano, forem comparadas com as de 20 anos atrás, o principal pedido é semelhante: fortalecimento da atenção básica. “O principal objetivo desta gestão é melhorar a saúde pública do Município”.
O secretário destaca que o fortalecimento da atenção básica aliada a melhorias na estrutura e a capacitação dos profissionais devem caminhar juntas. “Atualmente, há muitos servidores que ainda necessitam de uma formação para que apresentem um serviço de qualidade à população”. Simionato salienta que a implementação das equipes da Saúde Estratégia da Família irá auxiliar neste processo.
A presidenta do Conselho da Saúde, Jaqueline Fernanda Machado, explica que os conselheiros - ao definirem o tema da Conferência - pensaram naquilo que identificasse as necessidades da população e que desse oportunidade de discutir novas políticas públicas para a saúde de Toledo. “Os temas mais abordados no conselho e as principais urgências para garantir a resolutividade do SUS são: atenção primária e política da saúde da família. A comunidade mostra a necessidade de voltar os nossos olhos para a saúde preventiva, atendimento humanizado, entre outros fatores”.
O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, destaca que a saúde pública é a principal política de sua gestão. “A saúde de Toledo passa a ter um novo olhar neste governo. As políticas humanas são contextos de princípios em minha gestão. É um governo que quer resgatar a participação popular”.
A assessora técnica da 20ª Regional de Saúde, Lenir Zimermann, explica que a atenção primária estando fraca significa que a população não tem a sua necessidade atendida e, por isso, dos problemas agravantes, como morte de gestantes, câncer de útero, condições crônicas, entre outros. “São assuntos preveníveis na saúde desde que se tenham uma atenção primária resolutiva”.
Lenir afirma que os recursos – nos últimos tempos – foram destinados a compra de novas tecnologias ou a construção de hospitais, esquecendo-se da atenção primária. “Neste momento é preciso fomentar o alto cuidado e, principalmente atuar naquilo que nunca foi feito na saúde pública que é a alfabetização de saúde. Lamento que muitas pessoas seguem o que a mídia apresenta”.
A profissional esclarece que mudou a realidade da sociedade, ou seja, as pessoas estão vivendo mais; aumentaram os casos de violência; ampliaram os casos de doenças crônicas, entre outros fatores. Apesar deste cenário, Lenir relata que a atenção primária, a responsável pela prevenção das situações citadas, não teve nenhuma mudança. “Toledo não foge da realidade de outros Municípios do Paraná. A regional oportuniza aos profissionais a atualização do processo”.
Para o secretário de saúde de Toledo, Edson Simionato, o fortalecimento da atenção básica em saúde é o único meio de ofertar uma saúde de qualidade a população. Ele explica que é papel do gestor estruturar a Unidade Básica de Saúde (UBS) para atender a demanda de pessoas e, consequentemente, tornar-se resolutiva. Com isso, Simionato acredita que diminuirão os problemas de saúde da população e os encaminhamentos para o mini-hospital.
O Procurador de Justiça, Marco Antônio Teixeira, enfatiza que a saúde primária é fundamental no atendimento. Ele afirma que quando há qualidade neste atendimento é dispensada a visita a um especialista ou a um hospital. “O Ministério Público - que participa na fiscalização do sistema - pretende indicar algumas áreas em que Toledo pode avançar. É preciso discutir indicadores de saúde em Toledo, ou seja, quais são os motivos que levam as pessoas a ficarem doentes? Por que elas estão se internando? Do que as pessoas estão morrendo? A partir do entendimento destes indicadores será possível construir a saúde da sociedade”.
Teixeira salienta que ao prevenir doenças, o gestor não necessita gastar recursos com internação, exames ou especialidades. “É uma questão de qualidade de vida. Atualmente, quase todos os recursos são voltados para curar doenças e muito pouco se investe em prevenção. A prevenção não se faz somente dentro do posto de saúde, mas o posto de saúde deve ser o polo radiador e difusor de informação”.
Caminhos
Segundo o deputado estadual, Elton Welter, a atual administração tem a vontade de resolver o problema da atenção básica. “Buscar novos caminhos é o desafio de cada delegado. Podem contar conosco para a realização deste processo”.
O presidente da Câmara de Vereadores, Adriano Remonti, disse que a atual gestão do Legislativo tem a responsabilidade de participar das reuniões do Conselho da Saúde para avaliar o processo. Remonti destaca que a dedicação é fundamental para melhorias na saúde do Município.