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SAÚDE

Terceiro Liraa recua em Toledo, mas setor de endemias permanece vigilante

Coordenador afirma que este momento é propício para planejar novas ações de combate ao mosquito da dengue.

25/07/2013 - 23:41


O resultado do terceiro índice de Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (Liraa) de Toledo foi considerado satisfatório pela Secretaria de Saúde do Município. O índice médio foi de 1.3%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como ideal o resultado igual ou menor que 1%.

O terceiro Liraa foi realizado entre os dias 15 e 19 de julho por mais de 100 agentes de endemias de Toledo. Os profissionais visitaram mais de mil domicílios. Se comparar o período de realização do Liraa ao do ano passado houve uma diminuição de mais de 62%, pois em 2012, o índice de infestação do mosquito da dengue chegou a 3.5%.
No início do ano, os dados do primeiro Liraa apontaram 7.2% o índice de infestação de dengue no Município. Em abril, no segundo Liraa do ano houve a diminuição de um ponto (6.2%).
De acordo com o coordenador do Programa de Controle e Combate à Endemias de Toledo, Genair Luis Grünevald, a equipe avalia a diminuição do índice de infestação do mosquito da dengue a cada Liraa como positiva. Ele lembra que durante o período de realização do terceiro Liraa, as temperaturas em Toledo ainda estavam elevadas. “O Município vai continuar vigilante. A equipe vai utiliza este momento (o inverno) para planejar novas ações de combate ao mosquito da dengue e, principalmente, intensificar as atividades já promovidas pelos profissionais”.
Casos
Outro objetivo da equipe citado por Grünevald é a diminuição do número de casos até o verão. Em 2013, o Município registra 205 casos autóctones e 21 importados. No ano passado, o número de casos autóctones totalizou 143 e oito importados.
Segundo o coordenador do Programa de Controle e Combate à Endemias de Toledo, o aumento do número de casos no Município neste ano é reflexo de 2012. Grünevald lembra que no ano passado – diante do índice de infestação predial - foi necessária a intervenção do Ministério Público no combate a dengue. A Promotoria de Justiça encaminhou a recomendação administrativa nº 05/2012 para o ex-prefeito, José Carlos Schiavinato e a ex-secretária de saúde, Noeli Salete Fornari Borges.
No documento, o promotor de justiça, José Roberto Moreira, declarou que o Município estava descumprindo a medição e inserção de dados de levantamentos do Liraa. Com isso, não era possível saber com exatidão os verdadeiros dados relativos a estes indicadores. O promotor ainda pontuou que a infestação poderia ser superior à registrada.
Outro fator relatado por Grünevald e também apontado na recomendação do MP é a falta de atualização do reconhecimento geográfico (RG). Conforme o diagnóstico do promotor, a Secretaria Municipal de Saúde da administração anterior havia atualizado o RG pela última vez em maio de 2011, ou seja, os registros não eram atualizados há mais de um ano em 2012. Grünevald afirma que os índices são fundamentais para o desenvolvimento dos serviços de saúde pública e, principalmente, na resolutividade das ações.
O coordenador do Programa de Controle e Combate à Endemias de Toledo enfatiza que o alto índice do Liraa registrado no início deste ano e o número de casos são decorrentes da falta de combate a dengue no ano passado. “O trabalho que existia era inoperante. Pela situação encontrada pela nossa equipe e pelos recursos escassos no início deste ano, a administração conseguiu contornar com eficiência este quadro”.
No início deste ano, o resultado do primeiro Liraa de 7.2% colocou em alerta as autoridades de saúde de Toledo, pois o panorama era propício para uma epidemia de dengue. Este foi o cenário encontrado pela nova administração. No entanto, as ações de conscientização e combate a dengue - promovidas pelas Secretarias juntamente com os agentes de endemias - evitaram uma epidemia no Município. Dentre os vários fatores que auxiliaram no combate a dengue, a parceria estabelecida entre o Poder Público, as entidades, as empresas e a população é um dos destaques.
Grünevald também cita a realização do mutirão de limpeza como um dos fatores para a queda dos índices. Até o momento, a Secretaria recolheu 900 toneladas de materiais que são propícios à proliferação do mosquito da dengue. O mutirão será retomado nesta segunda-feira (29), a partir das 8h, no São Pelegrino.
Nesta sexta-feira (26), a empresa BRF Foods doará um caminhão a Prefeitura de Toledo. O veículo será utilizado no combate a dengue na cidade. O coordenador do Programa de Controle e Combate à Endemias de Toledo explica que o caminhão será utilizado para encerrar o mutirão de limpeza e para ações diárias da Secretaria de Meio Ambiente.
Contudo Grünevald declara que o caminhão não é um disque-entulho. “O veículo será utilizado para o desenvolvimento de ações específicas, como em situações de risco, principalmente onde haver casos suspeitos”. Ele sugere a população que passe a separar os materiais orgânicos dos recicláveis. “Cada material tem o seu destino correto. Por isso, não há necessidade dele ser lançado ao meio ambiente”.
Ele pondera que diminuição do Liraa se deve o auxílio de diversas empresas e entidades organizadas na conscientização a população ao combate a dengue; na realização de trabalhos voluntários de rua com os agentes ou até mesmo a confecção de cartazes e panfletos.
Estado
O coordenador do Programa de Controle e Combate à Endemias de Toledo esclarece que os índices devem ser analisados juntamente com os dados da 20ª Regional de Saúde, a qual pertence o Município e com o Estado como um todo.
No último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o número de casos de dengue no Paraná é o maior desde os primeiros registros da doença em 1991. No período de agosto de 2012 ao fim de maio deste ano foram mais de 44,2 mil casos confirmados. Mesmo faltando dois meses para o fim do período de cálculo utilizado pela Sesa, o valor já é maior que todo o período de 2009 a 2010 - que havia sido o com maior incidência até então, com 33 mil casos. Em 2011 e 2012 houve uma diminuição para apenas 2 mil casos no Estado. Com isso, se comparar os índices do ano passado com os atuais, o Paraná registrou um aumento de mais de dois mil por cento. Com este índice, o Paraná está no estágio de epidemia da doença. No ano passado, o Estado não registrou nenhum caso de óbito e neste ano ao todo, 17 pessoas morreram por causa da doença.
Em 2012, Toledo ocupou a quarta posição na 20ª Regional de Saúde entre as cidades com o maior número de casos. Neste ano, entre os 18 municípios, Toledo está na 7ª posição no quadro geral e em 12º lugar na incidência a cada 100 mil habitantes.
Apesar de ser a estação mais fria, o inverno não está rigoroso. Até a semana passada, o Simepar marcou temperatura máxima de 25 graus na cidade. Para Grünevald, mesmo no inverno as equipes promovem as ações de prevenção, conscientização e combate ao mosquito da dengue. “Os agentes continuam visitando os moradores, pois a população deve continuar colaborando no combate à doença”.
Grünevald afirma que as equipes de controle de endemias darão continuidade aos trabalhos educativos na rede de ensino municipal. Ele relata que dentro da Campanha 10 Minutos Contra a Dengue os agentes apresentam um teatro, voltado ao público infantil. “A encenação tem como foco atingir as crianças, pois elas retornam para suas casas e levam as informações aos seus pais. As crianças passaram a ser fiscais em suas residências”.
Ele destaca que a população tem papel fundamental no combate ao mosquito da dengue. “Os moradores devem manter a limpeza dos jardins, evitar o acúmulo de água, mas principalmente, substituir a água dos vasos de plantas por areia para eliminar os ovos do mosquito, pois eles são o grande vilão entre os produtos descartáveis”. O coordenador finaliza que foi a soma de diversas ações entre o Poder Público e a comunidade em geral que fez com que o Município não entrasse em uma epidemia.

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