O resultado do Lancen-PR também mostra que mais três atletas foram contaminadas pelo vírus. As equipes estavam em Toledo disputando o Campeonato Paranaense de Basquete Sub 15 feminino no último final de semana. Diante da gravidade da situação, a competição foi suspendida.
O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, afirma que o episódio requer transparência e repasse de informação para a população das equipes dos Municípios que disputavam o Campeonato. “O Município não se furtou em oferecer a atenção devida ao caso e tornar tudo muito transparente, pois é um fato que requer posição das demais cidades, do Estado e deste Executivo”.
Beto Lunitti lembra que as medidas tomadas – no último sábado (03) - foram conscientes e discutidas com profissionais da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Secretaria Municipal de Esportes, Saúde e Executivo. Ele relata que as providências – que cabiam as autoridades – foram tomadas. Diante do óbito da jovem, o Município e o Estado colocaram-se a disposição da família.
O gestor acredita que esta situação requer um cuidado maior. “A princípio, liguei para o prefeito de Castro. Ele agradeceu o apoio oferecido a delegação. A Secretaria contatou com todos os chefes de delegação”.
Para o chefe da 20ª Regional de Saúde, Odacir Fiorentin, a relação entre Município e Estado foi bem conduzida pelos entes. “O cancelamento da competição foi uma decisão correta. A orientação a direção do Colégio que já no domingo fez o trabalho de limpeza e foi uma atitude correta”.
Fiorentin acrescenta que o Município de Toledo está preparado para este tipo de situação, no sentido de unir as forças e fazer o enfrentamento. Ele informa que este óbito é um alerta a população da importância de participar das campanhas de vacinação. “Quando temos as campanhas, a meta é 100% para mim. Os Municípios estão fazendo a parte deles. Cabe a população fazer a parte dela e quando for chamada deve se imuniza”.
Vírus
O secretário de saúde, Edson Simionato, lembra que ao circular na Prefeitura de Toledo depara-se com um servidor que perdeu a sua filha para o vírus H1N1. Simionato conta que naquela época, o Município registrou uma pandemia que acometeu muitas pessoas. Contudo, neste ano, apesar da gravidade da situação, o quadro é um pouco diferente.
Simionato esclarece que o vírus de transmissão da Influenza B não é tão violento quanto o H1N1, o tipo A. “A capacidade de transmissão do vírus B é pequena. Isto nos tranquiliza, porque temos informações e sabemos que não teremos uma epidemia no Paraná”.
De acordo com a médica da 20ª Regional, Vania Sarquis, os vírus A e B pertencem a mesma família. No entanto, ela comenta que o vírus A tem um potencial de mutação maior e pode causar epidemias. Por sua vez, o vírus B é transmitido entre pessoas. “Ele ocorre nos humanos. São pequenas mutações e, com isso, o vírus B ainda não tem a força para causar uma epidemia. O vírus pode causar pequenos surtos localizados”.
O médico, Raul Xavier, sugere a realização de um raciocínio retrospectivo. “Sabemos que o período em que o vírus se desenvolve nas pessoas acima de 12 anos é de 1 a 7 dias. Abaixo dos 12 anos pode ser até 14 dias. Uma criança de 14 anos é extremamente raro apresentar um quadro de uma convulsão febril. É mais comum em crianças de 0 a 4 anos”.
O secretário de saúde, Edson Simionato, aponta que não há protocolo ou ação efetivada no Município. “Os cuidados da gripe H1N1 é lavar bem as mãos, cuidados de higiene habitual, entre outros fatores”.
A responsável pelo setor de Epidemiologia do município, Carmen Garbin, também garante que os contatos serão monitorados. “O Estado repassou os contatos de outros Municípios e cada um vai acompanhar os atletas e se preciso monitorar os casos. Cada atleta ou pessoa que teve contato direto deve procurar o serviço de saúde para iniciar o tratamento o mais breve possível”. Simionato alerta que não é possível fazer uma avaliação médica em alguém que não apresente sintomas.
O prefeito, Beto Lunitti, pondera que o Município produzirá um material para orientar os atletas nas próximas competições. “Toledo deve assumir este compromisso com a comunidade local e com os atletas. As delegações serão avisadas dos procedimentos técnicos, dos contatos de higienização, entre outros fatores”.
O chefe da 20ª Regional de Saúde, Odacir Fiorentin, comenta que a orientação era que a atleta não competisse esta etapa, pois ela reclamava em virtude do medicamento, mas era o processo que estava sendo desenvolvido. “O Município de Toledo e os demais da Regional tem repassado informações e, principalmente, orientado ao cidadão que procure uma Unidade de Saúde ao apresentar sintomas e não se automedique”.
Sintomas
Segundo o médico, Raul Xavier, os sintomas da Influenza B são semelhantes a outras viroses. “Os sintomas de dengue e da Influenza se confundem no início. Os principais sintomas da Influenza B são: febre alta, tosse, dores musculares e articulares e alguns casos com conjutividade. Na evolução da doença, a pessoa apresenta falta de ar”.
Xavier crítica que as escolas – de uma maneira geral – encaminham os alunos as Unidades Básicas de Saúde para fazerem um exame que vai autorizá-los a praticarem ou não a atividade física. “Observo casos que de crianças que tiveram parada cardíaca durante uma atividade. Isto nos faz pensar que falta um médico responsável nas escolas”.
Vacina
Segundo o médico, Raul Xavier, a vacina possui uma sepa, mas não sabe-se qual a sepa deste vírus tipo B. “Há cada ano muda as sepas. As vacinas são fabricadas de acordo com os vírus que mais apareceram no ano anterior. O ideal seria que as vacinas fossem distribuídas a partir de março, mas chega no começo de abril”.
A médica da 20ª Regional, Vania Sarquis, acrescenta que normalmente em setembro a formula da vacina do próximo ano está concluída. “Durante o ano é realizado um monitoramento para coletar as amostras e identificar os vírus que estão circulando”.
O chefe da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Odacir Fiorentin, pondera que no Paraná a faixa etária que apresentou a maior incidência de óbitos devido a Influenza B - de janeiro a agosto deste ano – é de 10 a 29 anos, quando totalizou 121. Na faixa etária de 20 a 29 foram 123 óbitos.
Sobre os números do Estado, o médico, Raul Xavier, esclarece que na atualidade sobrou esta faixa etária que não é contemplada com a vacina. “O que aconteceu foi uma inversão e é comum ocorrer. Além que, os laboratórios tem uma capacidade de produção deste tipo de vacina limitada. Há três anos é que tem faltado para o mundo inteiro. O nosso inverno é diferente do hemisfério Norte. O laboratório não consegue fazer uma produção que possa fazer uma situação ampla para toda a população”.
Casos
O caso do óbito da atleta de Castro - ocorrido em Toledo no sábado - foi o primeiro caso de morte por gripe na região de Toledo. Desde janeiro a 20ª Regional de Saúde registrou 15 casos de gripe a e 8 de gripe B, incluindo as três atletas de Castro e a jovem que morreu no fim de semana.
A Regional de Ponta Grossa registrou 74 casos neste ano, somente no Município de Castro foram 24 casos confirmados. O índice de infestação em Castro é quase maior que a sede da Regional que teve 25 casos.
O estado do Paraná já teve neste ano mais de 1.261 casos identificados, 44 óbitos de diversas H1N1, e de influenza B – 3.
Com informações da Assessoria