Michelle destaca que a principal dificuldade enfrentada pelo hospital é o elevado fluxo de atendimentos diários. Ela explica que a equipe recebe casos que o atendimento deveria ocorrer na atenção básica. A superintendente afirma que não é possível o Bom Jesus cumprir o papel de um hospital referência devido a demanda. “O que Município que mais sobrecarrega o atendimento é Toledo, o qual que representa até 70% da demanda de seu volume”.
A profissional aconselha que cada Município faça o primeiro atendimento e encaminhe somente casos de urgência e emergência, pois diversas situações deveriam ser tratadas nas Unidades Básicas de Saúde. “Muitas vezes, não temos qualidade no atendimento e nem resolutividade devido a demanda. É um problema físico. Em alguns dias não temos macas suficientes para atender a demanda. O hospital é parceiro desde o benefício seja para as duas partes”.
Ela cita como exemplo a obstetrícia. Segundo a profissional, o hospital possui a escala de plantão fechada. “Somos referência na gestação de alto risco, mas estou perdendo os meus profissionais, porque os municípios não cumprem com o seu papel. O atendimento de gestantes aumentou em 40%, porque os Municípios encaminham para o hospital até os casos de partos normais”.
Conforme Michelle uma das soluções para diminuir a demanda de atendimento no Hospital é a implantação do Protocolo de Manchestter. “Devemos avançar neste processo rapidamente. Estamos tentando implantar a classificação. Para isso, o trabalho deve ser realizado em rede. O hospital sozinho não consegue resultados satisfatórios. A partir do momento que iniciar a classificação dos pacientes, eles serão referenciados e atendidos de acordo com o grau de complexidade de seu caso. Hoje um paciente com dor de garganta aguarda por um atendimento ao lado de um paciente com politraumatismo”.
Diariamente, segundo a superintendente, o Hospital atende como uma taxa de ocupação de 115%, pois há entre 15 e 20 pacientes internados no pronto socorro. Michelle lembra que para dar continuidade ao atendimento de urgência e emergência, o hospital precisaria receber o montante de R$ 250 mil por mês. Diante disso, a entidade negociou com o Ciscopar que os 18 municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde fariam o pagamento. Ela relata que o atendimento teve início no dia 15 de maio deste ano e até a segunda-feira, dia 19 de agosto, algumas cidades estavam em débito com a instituição. Michelle lamenta esta atitude. “Fica difícil honrar o pagamento dos médicos plantonistas, pois os recursos são para efetuar o pagamento dos plantões de sobreavisos e os presenciais”.
Com relação ao credenciamento do Hospital em atendimento de alta complexidade, Michelle informa que os documentos foram encaminhados ao Ministério da Saúde. “Estamos oferecendo o atendimento, mas os pagamentos estão atrasados desde o retorno. Não recebemos por nenhum atendimento de alta complexidade”.
Michelle enfatiza que enquanto os Municípios não promoverem uma educação continuada permanecerão os problemas na saúde.
**Vereadores**
O vereador, Lúcio de Marchi, afirma que o Hospital Bom Jesus não consegue resolver todos os problemas de saúde da regional sozinho. Para ele é preciso haver a colaboração dos Municípios.
O edil, Tita Furlan, acredita que é preciso somar esforços juntos para que o hospital se fortaleça e, consequentemente, ofereça um melhor atendimento.
Para Reinaldo Rocha, não haverá uma melhora na saúde se não acabar com a corrupção. “Há recursos desviados, milhões roubados dos cofres que fazem falta a saúde. Os problemas são enfrentados com coragem pelo hospital”. O vereador, Rogério Massing, agradeceu a família Okano por não se desfazer do hospital.
De acordo com o líder de governo, Ademar Dorfschmidt, cabe aos vereadores apoiar e auxiliar a equipe do hospital para consiga oferecer boas condições de atendimento aos pacientes. “Em nome do governo municipal, do partido e do meu mandato sempre que possível daremos sustentação política a entidade que tanto representa ao Estado”.