A partir dele, são fabricados detergente, água sanitária, sabão em pasta e em pedra - 10% desses produtos de limpeza são doados ao Erasto Gaerter.
"É um trabalho feito a várias mãos, com a participação da sociedade, que está cada vez mais consciente da importância da separação do óleo, da iniciativa privada, que reutiliza os resíduos sólidos, e do governo, que garante a contribuição social", destaca o coordenador de resíduos sólidos da Secretaria do Meio Ambiente, Laerty Dudas.
O ponto de coleta recebe milhares de litros de óleo de cozinha usado todos os anos. Em 2012, foram mais de 5,12 mil litros. Neste ano, o número já ultrapassou 3,5 mil.
POLUIÇÃO
O potencial poluidor do óleo de cozinha impressiona: um litro do produto pode contaminar até 20 mil litros de água. Isso porque os óleos, seja de origem vegetal ou animal, são insolúveis em contato com a água.
Quando descartado no ralo da pia ou do banheiro, o óleo vai para o esgoto, pode entupir as tubulações e poluir os rios e mananciais de abastecimento público. Se lançado diretamente no solo, também causa problemas, pois acumula-se nos bueiros ou nas margens dos rios, impermeabilizando o solo e agravando a situação das enchentes.
COLETA E RECICLAGEM
Apenas empresas licenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) podem fazer o recolhimento e a reciclagem do óleo pós-consumo. A empresa envolvida no projeto da Secretaria do Meio Ambiente é a Ambiental Santos, que atua há 17 anos na coleta e reciclagem de óleos e gorduras vegetais e é pioneira do ramo no Paraná.
Segundo Marcos Santos, diretor da empresa, os maiores e mais antigos pontos de coleta são indústrias que tem a entrega do óleo como política ambiental. "Embora a obrigatoriedade da separação do óleo não esteja prevista em lei, é norma nas empresas que têm a certificação ISO 4001 e, por isso, passa a ser rotina".
Além de indústrias, a Ambiental Santos recolhe o óleo pós-consumo em restaurantes, lanchonetes, hotéis, cozinhas industriais, supermercados, panificadoras e condomínios residenciais. O produto é transportado até a sede da empresa, em Itaperuçu, Região Metropolitana de Curitiba, onde passa pelo processo de reciclagem.
COMO FAZER
Depois de usado, o óleo de cozinha deve ser separado e armazenado em recipientes com tampa, como garrafas PET ou embalagens de vidro, que podem ser entregues gratuitamente no ponto de coleta mais próximo da sua casa. Geralmente eles ficam em mercados, shoppings, lanchonetes e bancos.
Da AE Notícias