Especialistas no atendimento a crianças autistas defendem que a inclusão dos pequenos em uma escola regular é possível, mas alertam para a necessidade de que os professores, os parentes e os colegas de classe estejam preparados para o convívio.
“[Sem isso] O professor sofre, os outros alunos sofrem porque não entendem e, quando fazem alguma brincadeira, são repreendidos sem terem sido orientados. Os familiares e principalmente os autistas sofrem”, ressalta a psicomotricista Eliana Rodrigues Boralli Mota.
Segundo Eliana, que fundou a Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma) há 25 anos, a família sofre tanto ou mais do que a própria criança. Por isso, acredita ser importante criar um ambiente de integração. “Tudo aí fora é preconceito. Até mesmo o atendimento médico é difícil, porque até convênios se recusam a receber autistas como dependentes. A falta de conhecimento também provoca isso”, disse Eliana.
“Por mais que se diga que não, em uma escola comum, o autista e a família passam por preconceitos, porque são diferentes. Aqui [na Auma], eu me encontrei e o Renan teve um grande progresso. Por isso eu continuo até hoje”, conta a dona de casa Carla Cruz Costa de Souza, mãe de Renan, de 17 anos. Quando ela conheceu a associação, o filho tinha menos de 5 anos de idade, quando foi diagnosticado com autismo. Antes, o garoto havia estudado em escolas regulares.
Da Agência Brasil