O trabalho será realizado em parceria com associações de bairros, escolas, empresas, entre outros. Segundo o diretor do Combate à Epidemiologia em Toledo, Selidio Schmidt, o objetivo é dividir a responsabilidade de combate à dengue para mais entidades, pois os coordenadores percebem que somente a ação do Poder Público não está sendo o suficiente para obter o êxito desejado. O plano é para este ano, em 2012, o projeto é avaliado e se necessário algumas ações serão modificadas. Uma cópia será enviada a secretária de saúde, Denise Liell e o Prefeito José Carlos Schiavinato.
O plano foi aprovado na última semana em uma reunião entre os coordenadores dos Municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde de Toledo, em Santa Helena. Segundo informações de Selídio, os representantes estão preocupados com a futura proliferação da doença e, principalmente, o fato de muitas pessoas visitarem países endêmicos (Paraguai e Argentina) e retornarem à Toledo. O encontro é realizado há cada dois meses para verificar quais ações obtiveram resultados ou devem ser melhoradas.
Notificações devem aumentar nesta semana
Após o feriado de carnaval, Selídio alerta para um aumento de notificações nas próximas semanas e confirmações de pessoas com a doença ou não em Toledo. Diariamente a equipe leva a informação para população, no entanto, percebe que não há a colaboração da população. “O Poder Público cumpre com o seu papel e a população deixa a desejar, pois quanto mais se orienta, mas as pessoas parecem ‘levar na brincadeira’. Muitas não acreditam, mas as mortes no Paraná são a prova e a tendência é piorar”.
Cerca de 40 estabelecimentos são multados por semana
Selídio lembra os proprietários de residências e do comércio em geral para a reincidência de suspeita da proliferação do mosquito da dengue. No ano passado, a equipe trabalhou com a primeira notificação. Em 2011, é a segunda visita e no caso de notificação já é destacada a multa. “Também temos casos de pessoas reincidentes de uma multa e está sendo cobrada multa em dobro. O valor da multa é em torno de R$ 450. Acredito que está havendo muito barulho é pouca ação. É preciso menos conversa e mais trabalho. Vamos traçar uma meta, aprová-la e realizar o trabalho, pois não adianta participar de reuniões toda a semana e inventar formas de cobrar se já há um modelo de ação. Acredito que com as multas a população deva mudar os seus hábitos. As campanhas são realizadas há mais de 20 anos e quando o agente acha larvas o responsável ainda afirma que não sabia. Não admito isso e também não admito que a população que colabora seja penalizada por um desleixo de alguém no meio do quarteirão. A Lei é para todos e vamos fazer cumprir”.
As pessoas mais instruídas são as que menos se preocupam com a dengue, afirma Selídio
Atualmente, a área mais crítica com relação a proliferação do mosquito da dengue é a central. “É incrível que as pessoas mais cultas, mais instruídas não dão atenção em relação aos cuidados. Um nível cultural elevado, mas ignoram o agente, não o recebem ou fazem ‘cara feia’. É uma situação preocupante. Nos bairros, a situação também é crítica, porém eles estão mais organizados ou aceitam as recomendações dos agentes”.
45 notificações já foram registradas neste ano
Em 2011 já foram notificadas 45 pessoas suspeitas de estarem com a dengue em Toledo, sendo quatro confirmações positivas e importadas; nove aguardam o resultado e os demais o resultado do exame foi negativo. “Até este momento nenhuma pessoa teve alguma complicação ou chegou a óbito. O clima permanece propício. O calor esta aí e devemos nos prevenir, porque a dengue na verdade não é somente no verão, e sim, de janeiro a janeiro. Por isso, que falo ainda há tempo de salvar o nosso Município se todos colaborarem, eu fazer a minha parte e você a sua”, afirma Selidio.
Próximo Liraa deve ser divulgado em abril
Na primeira semana, entre os dias 4 e 7 de abril, a equipe vai realizar o levantamento e, posteriormente a apresentação dos resultados. “Os lugares que ainda mais se encontram a larva são nos pratinhos ou vasos de flores e em lonas. Muito lixo jogado em terrenos baldios, no entanto, isto é falta de consciência das pessoas, porque chega um momento que você não encontra palavras para falar. Isto é um ‘relaxo’. A cultura do nosso povo brasileiro ainda está longe de ser uma cultura de primeiro mundo”, encerra o diretor do Combate à Epidemiologia em Toledo, Selidio Schmidt.
Por Graciela Souza
