O Ministério Público do Estado do Paraná, por intermédio da 3ª Promotoria de Justiça de Toledo, atendendo em regime de PLANTÃO, informa que, na tarde de ontem (domingo), os Senhores ALENCAR RODRIGUES CHAVES (65 anos) e OLDINA HUGEN PICKER (76 anos) entraram em óbito no Hospital Bom Jesus de Toledo (PR), vítimas de paradas cardiorrespiratórias, decorrentes de insuficiência respiratória aguda pulmonar, respectivamente.
Ambos faleceram enquanto aguardavam, no Hospital, Vagas/Leitos em Unidade de Terapia Intensiva – UTI, estando com os nomes inseridos na Central de Regulação de Leitos do Paraná, já que o Hospital Bom Jesus de Toledo alegava que não havia vagas disponíveis de UTI para atendê-los.
Hoje pela manhã, em inspeção in loco realizada no Hospital pelo Promotor de Justiça Giovani Ferri e demais servidores do Ministério Público, na qual também se fez presente o Diretor da 20ª Regional de Saúde, Odacir Fiorentin, constatou-se, ao contrário do afirmado pelo Hospital, que, ontem à tarde (domingo) havia 03 (três) vagas/leitos de UTI disponíveis, ou seja, que não estavam sendo utilizados por nenhum paciente. Essa situação perdurou até o comparecimento do Ministério Público no local.
Segundo nos foi confirmado pelo médico plantonista em reunião no Hospital, a decisão pela não utilização dos leitos de UTI referidos partiu da administração do Hospital Bom Jesus. Segundo foi noticiado pela imprensa recentemente, essa decisão certamente decorre de pendências administrativas existentes entre o Hospital e o Estado do Paraná.
Diante disso, assim que tomou conhecimento do fato o Ministério Público interveio para que ditas vagas de UTI desocupadas fossem imediatamente preenchidas pelos pacientes que delas necessitassem, segundo critério médico, independentemente de as vagas serem ou não credenciadas ao SUS, visando o imediato resguardo da população necessitada, pleito devidamente atendido pelo hospital nesta tarde, após intervenção ministerial.
Além disso, diante dos óbitos decorrentes da falta de atendimento em UTI e constatando-se que o Hospital poderia e deveria ter realizado os atendimentos, requisitou-se, ainda nesta tarde, a instauração de Inquérito Policial pelo crime de homicídio contra os administradores e a direção clínica do Hospital Bom Jesus, para apurar o caso, sem prejuízo de outras providências cíveis e criminais que serão adotadas no âmbito da Promotoria de Justiça.
MINISTÉRIO PÚBLICO DA COMARCA DE TOLEDO
