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Avicultores do oeste apostam em incremento de 60% da produção

A onda favorável ao setor da avicultura já mostra reflexos nas exportações brasileiras como também nas propriedades no interior do Paraná, mas especificamente em propriedades como de Pedro Erbert, que trabalha há 25 anos como avicultor no distrito de Bom Princípio em Toledo. Lembrando que os produtores paranaenses foram os principais produtores do país no início deste ano.

19/03/2011 - 07:54


No ano passado o produtor criou 180 mil aves e a expectativa para esse ano é de criar 288 mil. Para atingir essa meta ele está construindo em sua propriedade um terceiro aviário que deve ficar pronto em 30 dias. “Tenho hoje dois galpões, cada um com 15 mil aves, em trinta dias fica pronto o terceiro que vai abrigar 18 mil aves”.  Erbert informou que vai ter um incremento de 45% na sua produtividade, e que isso só vai acontecer porque as empresas do setor pretendem dobrar sua capacidade produtiva apostando nesse momento favorável.

O produtor relata que os investimentos são altos para cumprir com todas exigências que o mercado coloca, mas que ao mesmo tempo o retorno na produtividade das aves amplia as possibilidades no mercado. “ As exigências de adequação sanitária, apesar de num primeiro momento representarem um custo alto se convertem em produtividade e qualidade, expandindo o mercado”, avalia.  O produtor explica que a principal contribuição para o aumento da produtividade é adequação da temperatura do ambientes. “ O colling – que é um sitema de refrigerção- consegue diminuir em nove graus o ambiente interno do aviário. Com essa temperatura mais amena, o frango consome menos energia, gasta menos calorias e ganha peso pela qualidade da produção, o que é chamado de conversão de alimentos”, explica. Esse sistema e refrigeração têm um custo elevado, para um galpão com 1200 metros quadrados, a instalação custou 18 mil reais. O produto é importando dos Estados Unidos e tem vida útil de 8 anos. Segundo o produtor para se construir um galpão nessa metragem cumprindo todas as adequações exigidas pela vigilância sanitária o investimento chega a  210mil reais.
Exportação de frango sobe 21,9%
No fechamento do primeiro trimestre de 2011 o setor de avicultura está comemorando os ventos favoráveis que sopram a favor das exportações de frango. Num cenário de recuperação dos preços internacionais e de aumento da demanda, a receita com exportações de frango totalizou US$ 588 milhões em fevereiro, 21,9% acima de igual mês de 2010. Foram embarcadas 296 mil toneladas, aumento de 5% na mesma comparação, segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). Até fevereiro, a receita foi de US$ 1,17 bilhão, 33% acima do primeiro bimestre do ano passado. Os volumes alcançaram 591,9 mil toneladas, 14,8% mais que em igual período de 2010.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Secretaria de Comércio Exterior as exportações de carne de frango "in natura" registraram no primeiro trimestre do ano passado, 781,367 mil toneladas exportadas. Já nos dois primeiros meses de 2011 foram registrados valores que chegam a 536,430 mil toneladas. Os valores do mês de março ainda não estão fechados.
Os números provam que o mercado internacional está cada vez mais aberto a carne de frango brasileira. O Brasil bateu recorde em volume exportado de carne de frango em 2010. O País exportou no ano passado 3,819 milhões de toneladas de carne de frango, o que corresponde a uma elevação de 5,1% em comparação com 2009, 3,634 milhões de toneladas, dado divulgado pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef). E este início de 2011 já demonstra sinais de mais crescimento, conforme a SECEX/MDIC, o Brasil exportou no mês de janeiro 267.826 toneladas de carne de frango in natura - esse volume corresponde ao melhor resultado para este mês nos últimos anos. Talvez de toda a história das exportações.
De acordo com o levantamento, a produção brasileira de carne de frango foi de 12,230 milhões de toneladas em 2010, representando aumento de 11,38% em relação aos 10,980 milhões de toneladas produzidos em 2009. O resultado consolida o Brasil como terceiro maior produtor mundial, bem perto da China e Estados Unidos (primeiro lugar).
O presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra, destacou o forte aumento da receita das vendas externas de frango, mas voltou a criticar a política cambial que, segundo ele, reduz a rentabilidade do setor. “ A significativa alta na receita das exportações aproxima-se dos patamares praticados em 2008 e indica boas perspectivas para o setor, apesar da redução da rentabilidade como consequência de uma política cambial inadequada e prejudicial ao sucesso da balança comercial brasileira”, declarou o executivo por meio de comunicado. Turra ainda ressaltou que o bom desempenho do primeiro bimestre do ano deve-se à recuperação dos preços internacionais e ao aumento da demanda por alimentos no mundo.
Principais destinos
O Oriente Médio continua a ser o principal destino da carne de frango brasileira, com 224,7 mil toneladas entre janeiro e fevereiro de 2011, incremento de 13,7% em relação ao total exportado no mesmo período de 2010. Na sequencia ficou a Ásia, com 159,8 mil toneladas, alta de 14,3%; África, com 76,8 mil toneladas, aumento de 24,6% e a União Europeia, com 75 mil toneladas no bimestre, alta de 9% em relação a 2010.
Os países das Américas importaram, entre janeiro e fevereiro, 37,8 mil toneladas (alta de 19,4%). Na cota extra-União Europeia foram 17,3 mil toneladas embarcadas (aumento de 8,6%) e a Oceania importou 389 toneladas de carne de frango brasileira, incremento de 131%.
Paraná
O Paraná liderou a exportação de carne de frango em janeiro, representando 27,2% do total de carnes avícolas exportadas, no mês, pelo país. O balanço de exportação alcançou no primeiro mês do ano um aumento de quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o estado comercializou no exterior 57,77 mil toneladas.
O crescimento também refletiu no faturamento, que apresentou alta de 58%, se comparado a janeiro de 2010, quando a receita cambial foi de US$ 96,84 milhões. Ao todo, foram exportadas 80,45 mil toneladas, atingindo uma receita de US$ 153,72 milhões. Os dados foram divulgados pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar).
O presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, está otimista com o desempenho do setor para o ano de 2011, que segundo ele, deve registrar aumento acima de 5%.
O Paraná fechou janeiro com a produção de 250,14 mil toneladas de carne de frango, sendo que um terço desse total foi destinado para a venda em 120 países.
Para Martins, o aumento na produção e na exportação se deve ao preparo dos abatedouros paranaenses - a maioria habilitada pelo Ministério da Agricultura para exportação. Ele frisou que houve também uma expansão no mercado consumidor, principalmente na Europa e Ásia.
Confira ainda entrevista completa em vídeo com o diretor da Aviopar, Ednilson Copini e do secretário executivo da entidade, Marcio Bernartt, e com o produtor Pedro Erbert.
 
Por Rosselane Giordani
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