O primeiro a falar sobre o assunto foi o vereador Luís Fritzen. Ele – embasado no Artigo 153, inciso 3º que trata da juntada e retirada de documentos junto ao processo - tentou anexar ao Projeto de Lei alguns documentos e matérias publicadas na imprensa, mas o presidente da Câmara, o vereador, Adriano Remonti não aceitou. “Não vou acatar que seja anexa esta documentação”. O vereador Gian de Conto saiu em defesa de Fritzen, porém Remonti ainda assim não acatou o pedido.
O vereador Fritzen insistiu que explicando que não estava requerendo o arquivamento ou retirada, mas a juntada de documentos. “Que o presidente retome o regimento, mas não tem que dizer que não vai manda juntar. É preciso mostrar as razões que recebeu o título e também aquelas que retirou”. Remonti foi enfático: “Juntar os documentos para que daqui há 20 anos as pessoas saibam o que aconteceu? Que as pessoas saibam pela opinião da imprensa. Eu acato os documentos e tem um documento com a assinatura do deputado estadual, Elton Welter, e o senhor (Fritzen) parte para outra... Isso é piada para os meus ouvidos”.
Remonti questionou: “Por que Fritzen não questionou o presidente da época em que Pizzolato foi sugerido a receber o título, no caso, Lúcio de Marchi e aceitou o pedido assinado por Welter. Na época, Lúcio era presidente e entenderam que Pizzolato merecia o título”. O vereador, Tita Furlan, disse que na frente da assinatura de Elton Welter tem a letra p que significa procuração. Logo, Welter poderia assinar sim o documento.
O vereador, Luis Fritzen, retrucou a postura de Remonti e disse que o edil não conhece sua postura que tem tomado na Casa desde o primeiro dia que elegeu-se como vereador, isso há 38 anos. “Nunca usei de um documento para falsificar. Mostrei todos os documentos assinados. Quis juntar o projeto inteiro, porque diz a justificativa e os documentos dos jornais para justificar o motivo da cassação. Eu autorizo a retirada da página da assinatura do Welter...Não gostaria de votar o título de cassação de ninguém, mas a falsificação dos documentos não tem justificativa. Não tem como ressuscitar um morto e fazer votar em dois momentos. O sistema eleitoral está falho”.
O presidente da Câmara de Vereadores destaca que o julgamento aconteceu em menos de 24h e o réu não teve o direito de se defender. “A família não está preocupada se vão cassar ou não, estão preocupada em provar a inocência dele”.
O vereador, Neudi Mosconi, lembrou que o Ministério Público realizou uma grande investigação. Logo, segundo ele, a retirada da honraria é legal. “Foram desencadeados muitos fatos até a sua prisão, como a prisão, a ilustração de falsidade ideológica, isso são motivos suficientes para propor o PL e votar pela cassação da honraria”.
Mosconi afirma que o Título é dado a uma pessoa que serviu a sociedade, zelou e teve boa postura pública. “Acredito que nenhum cidadão desta cidade deseja que ele continue carregando o título de cidadão honorário”. O vereador, Tita Furlan, segue a linha do Mosconi e diz que: “Toledo não mais deve considerá-lo como cidadão honorário...Se perdermos a nossa capacidade de nos indignarmos, se não tivemos a hombridade e civilidade deque queremos uma sociedade melhor o que nos resta se não ir para o meio da selva e virar bicho? O povo é flagelado por corrupção a toda hora. Esquerda ou direita é somente a mão usada para rouba. O PT não poderia roubar, pela história e pela confiança do povo brasileiro ao partido”.
Para a vereadora, Sueli Guerra, não está em pauta se Pizzolato é culpado ou não. Segundo ela, isto cabe a justiça. “No ensino médio, o aluno reprova naquele ano e não precisa voltar a estudar todos os outros anos. Ele é condenado por aquilo que fez naquele momento. Não estou dizendo se ele é culpado ou não. Não cabe o julgamento a mim. Não estamos julgando as ações, mas sim, se vamos retira ou não, o título do cidadão honorário”.
O vereador, Reinaldo Rocha, disse que abomina qualquer tipo de corrupção. “Acho que o erário publico deve ser tratado com respeito e dignidade. Como legislador, vou fazer o que a Lei estabelece e determina, se ele foi condenado terá pagar, mas do meu ponto de vista, o vereador votando favorável a cassação está o condenando duas vezes. Por isso, voto pela manutenção do título”.
O vereador, Luís Johann, lembrou que um professor ao corrigir um trabalho e aplica a nota em cima de seus erros e não dos acertos. “Vamos continuar desta forma com esta visão. Temos famílias e um posicionamento correto, uma visão diferente, a seriedade e honestidade faz parte da vida do ser humano...Tudo que é errado o caminho é curto. Historicamente tudo permanece do que é bom. O que é errado a sociedade condena. É o nosso voto é retirar o título”.
De acordo om o vereador, Marcos Zanetti, se algum filiado do partido cometeu algo errado, todos podem cometer erros. “Não quero admitir que este projeto ajude a manchar a imagem do PT. Um partido que esta há dez anos no poder, que conseguiu bons números”.
O vereador, Walmor Loddi, citou que “Conhecemos as pessoas dando poder a elas”. Para Loddi, não há politicagem na cassação do título. Segundo ele, Zanetti está equivocado. “Estou falando de um corrupto que fugiu do país..”.
O presidente da Câmara de Toledo, o vereador Adriano Remonti, questionou quantas empresas não roubam para realizar a construção dos estádios? “Tudo parece que são os políticos os culpados”.
VOTAÇÃO
Votaram a favor de manter o Título: Adriano Remonti, Sueli Guerra, Vagner Delábio, Marcos Zanetti, Reinaldo Rocha e Genivaldo Paes.
Votaram a favor de retirar o Título: Expedito Ferreira, Rogério Massing, Lúcio de Marchi, Luis Johann, Tita Furlan, walmor Loddi, Edinaldo Santos, Neudi Mosconi, Renato Reimann, Gian de Conto, Eudes Dallagnol e Luis Fritzen. Ademar Dorfschmidt não participou da sessão por motivos de saúde.