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ECONOMIA

Consumo de etanol despenca e queda já chega a 70%

Em vinte dias o preço do álcool chegou a aumentar 30 centavos o litro. A explicação para o reajuste tem relação não apenas com a entressafra, quando a produção diminui. Os usineiros estão ganhando mais transformando a cana em açúcar, ao invés de etanol.

24/03/2011 - 14:02


 

 No município, a maioria dos postos está comercializando o etanol a valores que chegam até R$ 2,30, o que resulta em uma diferença de preço com a gasolina de apenas quarenta centavos. Por este motivo não está compensando ao consumidor de carro flex fazer a mistura, como também aos proprietários de carro a álcool enxerem o tanque .  
Segundo Valdecir Teodoro, que trabalha no ramo há 20 anos, a tendência de alta no preço teria como motivação a menor produção prevista de etanol, como também o fato de que a transformação de cana em açúcar seria mais rentável aos usineiros. “Aproximadamente há três meses o valor do etanol está aumentando, porque o estoque está baixo e com o preço elevado do álcool força o consumidor de carro flex utilizar outro combustível ou diminuir o consumo”.
Ademar Ellvanger, proprietário de posto de combustível na cidade há 22 anos, disse nunca ter visto situação igual a que está acontecendo. “Antes o governo detinha um estoque regulador. Na falta do combustível, o governo supria a demanda, relata Ellvanger que diz ainda nunca ter visto os preços chegarem a esse patamar. “Não me lembro de ter vendido álcool a esse valor, isso mostra um descontrole do governo”. Ellvanger, no entanto, se diz otimista quanto ao futuro. Pois ele acredita que com a nova política de negociação de tributos nas usinas o mercado poderá se equilibrar.
Sobre o consumo, Ellvanger informou que já houve 70% de redução na venda de etanol para carros flexs. Já no posto, ele informa que a diminuição foi entre 15 e 20% no volume de venda. Outra situação relatada por Ellvanger é fato de que consumidores estão buscando abastecer seus veículos nas rodovias, onde as bandeiras proporcionam preços menores. “Neste momento não existe álcool para comprar no mercado, isto é um absurdo. Infelizmente, essa é a palavra”.
Usineiros
No início da segunda quinze deste mês, alguns representantes de produtores de cana-de-açúcar garantiram ao Governo Federal que o mercado seria regularmente abastecido com etanol, mesmo no período da entressafra. O Governo Federal também estudava antecipar a colheita da cana-de-açúcar deste ano, que estava prevista para a segunda quinzena de abril, para garantir o abastecimento de etanol no país.
 O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, explicou que tradicionalmente a colheita da cana é no começo de abril, mas este ano atrasou por causa da seca que atingiu principalmente o centro-sul do país. Por isso, o setor havia se programado para colher a partir da segunda metade de abril. Na oportunidade, Rossetto afirmou que seria discutido com o setor uma agenda de longo prazo para aumentar a produção de etanol no país, que inclui a melhoria de produtividade de cana, o aumento de investimentos em canaviais e a retomada de investimentos em destilarias, além de debater questões tributárias estaduais e federais.
 
Por Rosselane Giordani e Graciela Souza
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