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POLÍTICA

Suposta dívida tumultua ainda mais o processo eleitoral na AMOP

Um novo fato veio à tona nesta manhã em torno do processo eleitoral da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. O fato novo que esquentou os bastidores das eleições foi o aparecimento de uma suposta dívida advinda da Associação Educacional do Oeste do Paraná (ASSOESTE), incorporada pela Amop no ano de 1998. Neste ano o presidente da Amop era o ex-prefeito de Toledo Antonio Derli Donin e da ASSOESTE, o ex-prefeito de Medianeira, Luis Suzuki. A AMOP naquele ano assumiu a associação e refinanciou uma dívida trabalhista da ASSOESTE.

31/03/2011 - 16:49


Na terça-feira (29) o fato que indicava a não realização da eleição da AMOP era a falta de consenso entre os pré-candidatos. Vários nomes haviam sido cogitados como o prefeito Claudio Miro Quadros de Capitão Leônidas das Marques, Leônidas Rodrigues de Iracema do Oeste, e Eliezer Fontana, prefeito de Corbélia e do prefeito de Toledo José Carlos Schiavinato. O presidente da AMOP, Aparecido José Weiller Junior, endossou que o motivo da prorrogação de seu mandato foi a falta de consenso, e que para a preservação da unidade as eleições foram adiadas. Ele reafirmou que a questão do surgimento da dívida da ASSOESTE não é o motivo da não realização da eleição.

Dívida ASSOESTE
Com a revelação da dívida que está sendo atribuída à Amop o presidente Aparecido José Weiller Junior, em entrevista a Rádio CBN de Cascavel, disse ter sido surpreendido, pois ele não tinha conhecimento da sua existência. Ele relatou que tomou conhecimento de que no ano de 1998 quando a AMOP era presidida pelo ex-prefeito de Toledo, Antonio Derli Donin e a ASSOESTE - comandada por Luiz Suzuki, em virtude de uma dívida que a Associação Educacional tinha a AMOP acabou incorporando a entidade e foi feito um parcelamento. Na última segunda –feira  (28), Luis Suzuki foi  intimado pela Justiça  para comparecer e  levantar os valores.  
O presidente da Amop informou que foi solicitado ao departamento jurídico para realizar um levantamento junto a Receita Federal para averiguar se essa dívida existe, qual é o valor e se Amop é solidaria ou não, ou se a responsabilidade é apenas do ex-presidente da ASSOESTE, Luis Suzuki.
Segundo Aparecido a partir do ano de 2006 foi feito um trabalho em que todas as informações foram digitalizadas. Ele frisou que em nenhum momento a dívida chegou ao seu conhecimento, assim como dos cinco últimos presidentes da Amop. Aparecido informou que Suzuki, depois de ser intimado pela justiça, trouxe ao seu conhecimento a ata feita em 1998. “Na época ele era presidente da ASSOESTE e o Derli Donin da Amop, eles fizeram o Refis. Só que esse Refis ninguém viu. A contabilidade era feita por um contador funcionário público de Toledo”, disse em entrevista a CBN. Ele afirmou ainda que os últimos cinco ex-presidentes da Amop desconhecem essa dívida. E defendeu: “ A Amop não é responsável por nada. Essa dívida está em nome da ASSOESTE, e recai sobre os bens do ex-prefeito Suzuki. Ele destacou ainda que na reunião de hoje foi exposto o balancete que mostra que há 229 mil reais em caixa, e que todos os tributos estão em dia.
O ex-prefeito Derli Donin foi procurado pela reportagem da Casa de Notícias e afirmou que a ASSOESTE “era um braço” da Amop.  “A dívida na prática é da Amop, porque a ASSOESTE era da AMOP. Ela foi extinta e foi feito o parcelamento da dívida que era um valor considerável na época”, disse Derli, que informou que depois de extinta a associação foi criado um departamento dentro da Amop para desenvolver os trabalhos na área de educação.
O ex-prefeito Luis Suzuki foi procurado pela reportagem, mas não retornou as ligações.
Entenda o que era a ASSOESTE
A origem da ASSOESTE – Associação Educacional do Oeste do Paraná, segundo estudo cientifico desenvolvido pelo historiador Paulo Renato Vergutz na Unioeste, está atrelada num primeiro momento a criação do Projeto Especial Multinacional de Educação Brasil – Paraguai – Uruguai - MEC/OEA. Com fim do projeto nasce a ASSOESTE, que cumpriu com o papel de dar continuidade ao trabalho que o Projeto Especial vinha  desenvolvendo até então. Este projeto foi criado em 1975, como resultado de um esforço internacional para diminuir os impactos e os problemas sociais gerados pelas transformações econômicas e pelas  conseqüências da construção de grandes obras. No período da implantação do projeto, já havia sido iniciada a Itaipu, uma construção que teve repercussão a nível internacional. O Projeto contava com recursos de aproximadamente U$ 2,5milhões/ano. Através deste Projeto, foi possível proporcionar ao professorado da região cursos de formação, a ter acesso a materiais especificamente elaborados a eles bem como passaram a ter apoio didático-pedagógico, etc.
As transformações sócio-econômicas regionais, a ampliação da mobilização desencadeada pelo Projeto Especial MEC/OEA na discussão da educação, a efetiva participação da AMOP – Associação dos Municípios do Oeste do Paraná, a busca de novas alternativas de desenvolvimento cooperativo e outras formas associativas de superar problemas coletivos criaram condições efetivas para a constituição de uma organização de âmbito regional que sucedesse o Projeto. Neste contexto e com estes componentes foi criada, em agosto de 1980, a Associação Educacional do Oeste do Paraná, constituída e mantida por 20 municípios, seis cooperativas agropecuárias, uma central de cooperativas e as instituições de ensino superior da região.
Ainda com recursos do Projeto Especial, nos anos 1981 e 1982 a ASSOESTE desenvolveu sua infra-estrutura, contratou pessoal e formou sua equipe de trabalho para responder ao papel dela requerido. Para tanto, organizou-se em três setores básicos: Departamento Editorial e Gráfico; Departamento de Desenvolvimento e Recursos Humanos e Departamento de Estudos Regionais e Apoio à Pesquisa. De forma estratégica, os coordenadores dessa Associação priorizaram como ações a serem desenvolvidas a montagem do próprio parque gráfico, a gráfica e a editora, para que a mesma pudesse produzir seus  materiais didático-pedagógicos para as prefeituras, faculdades, enfim, tudo que fosse necessário em termos de impressão e divulgação de material. Ainda com recursos do Projeto Especial, nos anos 1981 e 1982 a ASSOESTE desenvolveu sua infra-estrutura, contratou pessoal e formou sua equipe de trabalho para responder ao papel dela requerido. Para tanto, organizou-se em três setores básicos: Departamento Editorial e Gráfico; Departamento de Desenvolvimento e Recursos Humanos e Departamento de Estudos Regionais e Apoio à Pesquisa. De forma estratégica, os coordenadores dessa Associação priorizaram como ações a serem desenvolvidas a montagem do próprio parque gráfico, a gráfica e a editora, para que a mesma pudesse produzir seus materiais didático-pedagógicos para as prefeituras, faculdades, enfim, tudo que fosse necessário em termos de impressão e divulgação de material.
A partir de 1990, por conta do estrangulamento financeiro sofrido pelos municípios de todo o país, a ASSOESTE começou a passar por problemas financeiros, pois a maior parte de seu financiamento provinha dos repasses feitos pelas prefeituras municipais. Como conseqüência, deixou de realizar os eventos de grande porte, característicos da Associação, bem como foi tendo dificuldades de cumprir com suas obrigações institucionais. O primeiro sintoma dos problemas financeiros foi o não recolhimento das contribuições da previdência social dos funcionários. Aos poucos, também a gráfica já não teve mais condições de produzir e reproduzir seus materiais ASSOESTE finalizou suas atividades no ano de 2002. Em 2003 estas foram lentamente retomadas pela AMOP– Associação dos Municípios do Oeste do Paraná, com a criação do Departamento Educacional.
 
Por Rosselane Giordani
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