Na abertura do evento o diretor Social e Ambiental da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT), Jeferson Paulo Martins, relatou que é preciso que toda a sociedade esteja atenta às questões ligadas ao acesso de todas as pessoas. Em sua fala, Jeferson lembrou as dificuldades da PCD em algumas situações como em viagens. “Tive a experiência de viajar com um amigo cadeirante e, nestes casos, a cadeira de rodas é enviada como bagagem. Acabaram por extraviar seus pertences. Mesmo fornecendo outro equipamento até a localização do seu, isto o limitou muito”. O representante da ACIT afirmou que situações que causam este tipo de transtorno precisam ser analisadas e diminuir as barreiras no âmbito municipal pode desencadear estas mudanças.
Situações que também foram apontadas pela representante do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA-PR), Célia Neto Pereira da Rosa. “A acessibilidade é para todos. Muitas vezes pensamos somente nos deficientes visuais e auditivos e pessoas que utilizam cadeiras ou outros meios para locomoção que não seja o andar. Mas temos a questão da obesidade, que em algumas situações impede que o passageiro se acomode confortavelmente em um avião ou ônibus”. Célia ainda lembrou que estas variações precisam ser observadas e o Fórum é o lugar ideal para os apontamentos.
Estas preocupações, segundo uma das organizadoras, Tatiana Pedroso, foram o princípio das discussões para o II Fórum de Acessibilidade. “Nós queremos mostrar aos participantes as políticas públicas de acessibilidade e também equipamentos e tecnologias que podem auxiliar as pessoas com deficiência (PCD)”. Tatiana, que também coordena o Setor da Pessoa com Deficiência e Paradesporto da Prefeitura de Toledo, lembrou que é preciso conscientizar a sociedade para as necessidades de todos. “A acessibilidade é para todos, hoje eu posso caminhar, enxergar, ouvir. Amanhã pode ser que eu tenha alguma limitação”, salientou.
Seguindo este pensamento, o prefeito Beto Lunitti, presente na abertura do Fórum, explicou que Toledo tem buscado, junto à Associação de Engenheiros e Arquitetos de Toledo (AEAT), na pessoa do seu presidente César André Kruger, alinhar os pensamentos para que as obras em Toledo possuam condições de atender a pessoa com deficiência, o idoso, entre outras necessidades especiais. “Temos, enquanto gestores públicos, que pensar num município que ofereça a todos o direito de ir e vir”. Beto ainda comentou que, além disto, é preciso preparar as estruturas públicas para acolher estes cidadãos.
Neste sentido, Beto lembrou a realização de uma formação específica para que os servidores municipais se qualifiquem para o acolhimento da PCD, proposta feita após estudos específicos das Câmaras Técnicas do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPCD), realizadas no ano de 2013. Segundo o prefeito, esta ação representa uma revolução. “Sabemos que precisamos avançar para dar um atendimento igual a todas as pessoas, independente de sua condição, e este curso é um primeiro passo que terá continuidade, atingindo ainda mais servidores para que, com o tempo, tenhamos todo o Governo Municipal preparado”. Beto também acrescentou que existe uma preocupação em preparar o município para que a PCD tenha condições de acessibilidade em todos os espaços municipais.
O encontro ainda contou com a participação de atletas do badminton da Associação Toledana de Atletas em Cadeiras de Roda (ATACAR). Eles demonstraram a modalidade onde os toledanos, como Leonardo Zuffo, tem ganhado destaque em nível nacional e internacional. O Fórum ainda teve relatos sobre as experiências de vida de pessoas com deficiência, noções sobre as ações em relação aos portadores de necessidades especiais no trânsito e tecnologia assistiva. Além disso, empresários que produzem itens destinados a PCD puderam expor seus produtos.