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Projeto de poder ou projeto de governo?

O anuncio do ex-governador Orlando Pessuti que teria desistido da disputa pela cabeça de chapa numa candidatura própria do PMDB ao governo do estado revela uma lamentável realidade da política brasileira. A realidade de que os partidos cada vez mais se fragilizam institucionalmente e tornam-se palanques de interesses pessoais ou de grupos.

19/06/2014 - 21:01


O apoio de Orlando Pessuti ao atual governador Beto Richa, vai além de mudar de canoa, mas que a possibilidade da candidatura própria tida como mecanismo de fortalecimento institucional dos partidos foi naufragada pelo ex-governador em detrimento de uma disputa de caciques.

A Gazeta do Povo publicou: “Pessuti ressaltou, porém, que o seu apoio a Richa não se trata de um “troco” a Requião que, em 2010, não apoiou sua candidatura ao governo. “Não é questão de ‘dar troco’. Só estou fazendo o mesmo que ele fez comigo. Se ele entendeu que eu não merecia o apoio dele, eu também entendo que ele não merece meu apoio neste momento”, disse”.

A declaração do ex-governador é lamentável. Revela um PMDB que esta colocado não para os interesses dos peemedebistas, mas pela birra de disputas de caciques.

Não é novidade que o PMDB orgulha-se de ser a eterna noiva das disputas eleitores e com isso abre mão de se tornar protagonista das disputas e apresentar seu projeto para o Brasil e no caso, para o Paraná.  Talvez o papel de noiva seja mais confortável, porém conduz a legenda, cada vez mais, para vala dos partidos sem identidade e ou sem a força institucional.

Isto faz mal para o Brasil e para a democracia. Partidos frágeis, ausentes de projetos ideológicos são partidos sem conteúdo, sem projeto, ou melhor, se mostram à sociedade, única e simplesmente, como partidos de projetos de poder. Bem verdade que este mal não é exclusividade dos peemedebistas.

O outro ex-governador, Roberto Requião pode ser amado por uns e odiado por outros, mas caberá a ele, na convenção desta sexta-feira, resgatar um pouco da história do “Velho MDB de guerra”, como o próprio costuma dizer e mostrar aos seus pares peemedebistas que há ainda uma luz no fim do túnel e que o PMDB não pertence a caciques, mesmo que o nome do cacique seja o dele.

Mais do que nomes, o PMDB deveria discutir com seus convencionais que Paraná deseja, que projeto quer apresentar ao povo e aí então discutir qual o melhor caminho que a instituição PMDB deve seguir para atingir este projeto seja de braços com os tucanos ou com os petistas.

Parece que o projeto pouco importa, e isto mais uma vez, não é privilégio do PMDB paranaense, mas é uma realidade nacional. Haja vista as alianças que se configuram. O Brasil precisa dar um passo à frente na democracia, tirar a reforma política dos discursos e realmente fazer acontecer.

E é com Instituições fortes, legítimas e respeitáveis que faremos isso acontecer, os partidos políticos precisam se reinventar, discutir política com sua militância, deixar de lado definitivamente a cultura do conchavo e ensinar as suas bases que os partidos lhes pertencem, e que, partido é para ser instrumento de projetos que atendam a coletividade, aos interesses da sociedade – o que é comum – a democracia e a garantia de acesso aos direitos fundamentais de cada cidadão. E não a interesses de grupos econômicos ou religiosos. 

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