a) A inovação e a imaginação tecnológicas sempre foram ícones da cultura japonesa. Movidos, em grande medida, pela necessidade de potencialização do uso dos escassos recursos naturais e do desenvolvimento sócio-econômico do país. O avanço do conhecimento humano em diversidade tecnológica atravessa o mundo e atinge em todos os sentidos nossas vidas. Das estruturas arquitetônicas ao remédio que consumimos. Da energia – elétrica, eólica, nuclear, biodiesel – que salva inúmeras vidas e que faz o país desenvolver, mas que também merecem um conjunto de reflexões. A recepção tecnológica deve vir acompanhada de questionamentos. Dentre as muitas possibilidades para se gerar reflexividade acerca do tema, temos em particular: a) o uso dos meios de comunicação – em bem esclarecer – tanto na impressa científica como na imprensa popular – o acesso à tecnologia e os cuidados no seu gerenciamento e da sua real necessidade em cada caso. E, o olhar atento para as formações profissionais – em especial, técnicas e tecnológicas – em haver um debate e disciplinas que conduza a um conhecimento do humano e a pensar os efeitos que suas criações podem gerar no convívio social e nas vidas humanas. Temos uma tendência a uma recepção excessivamente naturalizada da tecnologia, sem ao menos questionar os efeitos e a necessidade imediata de seu uso. A informação e a formação são importantes aliadas nesse processo.
b) O meio-ambiente tem sido – há pelo menos nos últimos 30 anos – o cenário constante de debates. A cada nova década, um novo modo da questão voltar à tona. O uso racional dos recursos naturais, a biodiversidade atingida, uma economia alternativa, e, mais recentemente, a resposta da natureza que tem sido mais direta e incisiva: o conjunto de incidentes naturais alarmantes – causa de destruição
c) Quanto à questão cultural, vemos que a transferência do uso tradicional da disciplina japonesa, em situações de risco como a de um terremoto, movem uma prática comunitária constante de treinamentos e do conhecimento do seu espaço e de organização de todos. Seremos continuamente convidados a viver em situações de risco e incertezas – não apenas diluídos na sociabilidade, mas inscritos inclusive no meio ambiente. Estaríamos preparados para uma situação de abalo sísmico como ocorreu no Japão? Temos o hábito trocar de ideias, experiências e angústias a esse respeito? Um elemento novo a ser incorporado a nossa maneira de viver em grupos, compartilhando alegrias e problemas
[1] LÍGIA WILHELMS ERAS Doutoranda em Sociologia (UFPR); Mestre em Linguagem e Sociedade (Unioeste). Graduada