Durante a palestra Ualid Rabah, diretor da FEPAL (Federação Arábe Palestina do Brasil) retomou aspectos históricos do conflito entre palestinos e israelenses e do sionismo. Segundo Rabah, a Palestina é habitada há mais de dez mil anos e possui algumas das cidades mais antigas do mundo, e o que atualmente está ocorrendo é um processo de judaicização simbólica e religiosa sobre a região, processo que remonta, dentre outros fatos, ao Concílio de Basiléia e a ideia de formação do Estado de Israel, ao final da Primeira Guerra Mundial e aos e aos desdobramentos da Segunda Guerra Mundial.
O palestrante apontou ainda que Israel desrespeita sistematicamente as resoluções das Organizações das Nações Unidas que lhe são desfavoráveis e que há atualmente cinco milhões de refugiados palestinos, além do fato de que a população que hoje vive na faixa de Gaza está proibida de explorar água e petróleo, que as crianças são privadas de chocolates e brinquedos, sem contar a ausência sistemática de remédios, médicos e de saneamento básico, o que tem levado a um quadro de catástrofe humanitária.
Rabah afirma que desde o início dos conflitos apenas sessenta e quatro israelenses foram mortos, a maioria militares. Neste caso a desproporção é grande, tendo em vista que, desde que as ações israelenses recentes começaram, há mais de um mil oitocentos e vinte e dois mortos, sendo oitenta por cento destes civis, e mais da metade destes civis são mulheres e crianças, o que configura um quadro de genocídio e de limpeza étnica.