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SAÚDE

Médicos paralisam nesta quinta;Unimed emite nota de esclarecimento

Nesta quinta-feira (07) é o Dia Mundial da Saúde e o Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde. Em Toledo, a categoria estará reunida a partir das 9h na Associação Médica - que comporta 135 profissionais - para as possíveis definições.

06/04/2011 - 16:17


O presidente da Unimed de Toledo, Manoel Joaquim de Oliveira afirmou ser solidário a classe médica, entretanto, argumentou que se deve discutir a saúde de forma mais abrangente como a questão do custo dos medicamentos, dos materiais utilizados pelos profissionais, assim como a tributação que incide sobre seus honorários.

O presidente da Unimed de Toledo argumenta que o valor recebido pelo médico é o resultado da divisão do valor em caixa pela produtividade, pois a Unimed é uma Cooperativa que não visa à lucratividade. “Sempre pagamos de acordo com o lucro, até porque os médicos são sócios, têm os seus direitos e prestam um trabalho a Unimed. Muitas vezes, uma equipe recebe um valor baixo em relação ao valor global, mas esta é uma dificuldade presente não somente em Toledo, mas no Brasil”.
Manoel afirmou que a Unimed apóia e é solidária ao movimento, no entanto, defende que seria preciso discutir de forma abrangente o custo da saúde. “É preciso discutir porque alguns medicamentos possuem um valor elevado em comparação ao mercado exterior. Além de diagnosticar o motivo de a saúde ser tão cara: É o custo elevado dos materiais utilizados pelos médicos ou a alta carga tributária paga pelos profissionais? É preciso buscar uma discussão mais ampla do assunto. A saúde é cara para a população, mas ainda é menor se comparada ao preço pago pelo médico”.
A mobilização
A mobilização foi definida pelas entidades médicas nacionais (AMB, CFM e FENAM), em plenária com a participação de inúmeras entidades, conselhos, sindicatos, associações e sociedades de especialidades.
Amanhã, os médicos não realizarão consultas e outros procedimentos, e os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data. Todos os casos de urgência e emergência receberão a devida assistência.
Nota da Unimed
 A Unimed do Estado do Paraná emitiu uma nota de esclarecimento devido ao movimento da classe médica por busca de melhor remuneração. Confira a nota na íntegra abaixo:
“Somos uma Cooperativa de médicos, portanto, nada mais justo que entre as nossas principais preocupações esteja a forma de atuação e de remuneração de nossos pares, assim como a qualidade dos serviços que podemos oferecer à população. Por acreditar que juntos podemos mais, há mais de 40 anos fundamos a Unimed, União de Médicos, e, por continuar acreditando nesse ideal, a cada dia buscamos aprimorar nossos serviços e as relações implicadas nessa sociedade da qual fazemos parte: relação médico-cooperativa, médico-paciente ou cooperativa-paciente/beneficiários.
Atuamos em uma área bastante complexa e, portanto, as questões enfrentadas são também complexas. A começar pelo ponto de equilíbrio entre qualidade, mínima restrição, custo suportável para a sociedade e remuneração satisfatória a todos os envolvidos no processo, em especial, o médico, o principal agente dessa equação.
No que diz respeito à valorização da remuneração médica, as Cooperativas trabalham para atualizar seus valores dentro de patamares razoáveis e nossos médicos têm acompanhado isso. Em nossos fóruns, inclusive, cada médico-cooperado, na condição de proprietário de sua Unimed, tem a oportunidade de sugerir, aprovar e vetar caminhos.
Anualmente, nos três primeiros meses do ano, cada Cooperativa (somos 375 no Brasil, 22 só no Paraná) realiza sua Assembleia Geral Ordinária, onde seus associados têm a oportunidade de analisar suas atividades realizadas, os balanços e as contas de cada uma delas, aprová-las ou não, e dar destino às sobrar ou ratear eventuais prejuízos. E ainda, nos períodos definidos por lei e pelos seus estatutos, essas Assembleias promovem as mudanças diretivas que o corpo de associados achar conveniente.
É importante reforçarmos a forma de trabalho das Cooperativas, principalmente, no sentido de esclarecer aos beneficiários e aos médicos não-cooperados, nosso respeito e preocupação com a atividade do médico e com o atendimento de nossos clientes.
Por isso mesmo, reiteramos nosso apoio ao movimento da classe médica por melhor remuneração. E reafirmamos nossa convicção, para a população e para a classe médica, da importância das Cooperativas como ferramenta de desenvolvimento social dos seus cooperados onde estas se inserem.
Queremos ainda clamar aos poderes constituídos da República, aos órgãos de representação e de fiscalização do exercício profissional e à sociedade brasileira em geral, a necessidade de uma profunda reflexão sobre o modelo de saúde brasileiro. É urgente que se discuta o setor saúde sem ideologias, dentro do que é real e dentro do que é possível para o benefício da população brasileira.
A discussão da formação de médicos precisa ser aprofundada. O que implicar pensar em qualidade não apenas em quantidade. Hoje, temos aproximadamente 600 brasileiros por médico. Porém, existem enormes distorções na distribuição destes profissionais em nosso país.
É preciso discutir ainda a relação saúde pública – saúde suplementar. Não se pode ignorar que o sistema privado já financia mais de 50% das atividades de saúde no país. E que esses dois sistemas responsáveis pelo financiamento do setor estão eqüidistantes, pouco se conversam e não se complementam.
Além disso, as gestões, tanto pública como privada, ainda padecem de graves problemas de competência gerencial. Haja vista o desperdício no setor, agravado pela incorporação tecnológica descontrolada e os graves desequilíbrios na cadeia de custo, trazendo forte impacto na má-distribuição dos recursos da saúde com conseqüente achatamento da remuneração dos profissionais e importantes reflexos para a sociedade, seja na carga tributária (o ímpeto do ressurgimento da CPMF é um bom exemplo), seja no valor das mensalidades dos planos de saúde.
Essas são apenas algumas de nossas ponderações para que, efetivamente, possamos avançar na melhoria da remuneração médico, que insistimos, justa e adequada”.

Unimed do Estado do Paraná.

 

Por Graciela Souza

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