Para a reunião, participaram 40 dos 63 conselheiros, onde 31 votaram favoráveis a cogestão e nove contrários. Devido ao grande tumulto que aconteceu em frente à Reitoria da Universidade, alguns dos conselheiros manifestaram seus votos por vídeo conferência e até mesmo por celulares, em chamadas viva-voz. Isso ocorreu pelo fato de cerca de 100 manifestantes estarem em frente ao prédio, impedindo a passagem dos conselheiros. Os manifestantes faziam parte de entidades como Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Associação dos Professores da UFPR (Apufpr). A justificativa para os protestos, é que segundo o entendimento dos protestantes o contrato de cogestão é uma forma de privatização do hospital.
O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, garantiu que “a população pode ficar tranquila porque estes dois hospitais (Hospital de Clínicas e Maternidade Victor Ferreira do Amaral) são e continuarão a ser gratuitos, públicos e a atender seus pacientes 100% pelo SUS”. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares é um órgão criado pelo governo federal em 2011, para suprir a demanda administrativa dos Hospitais Universitários. Ao se instalar no Paraná, abre a possibilidade de assumir a gestão do Hospital Regional de Toledo.
O município, quando lançado o Programa Mais Médicos, manifestou a intenção de receber o curso de medicina, através do projeto de expansão da UFPR. No ano passado o gabinete do prefeito Beto Lunitti, juntamente com a Secretaria de Saúde elaborou um dossiê sobre as estruturas de saúde disponíveis no município e seus indicadores, bem como a demanda médica para atender a população dos 18 municípios da 20ª Regional de Saúde.
Em outubro de 2013 uma comitiva da UFPR de Curitiba veio até Toledo para conhecer as possíveis áreas para a instalação da Universidade, no município, além de outros pontos como a Unidade Básica de Saúde do Jardim São Francisco e as obras do Hospital Regional. Entre os membros da comitiva, estava o vice-reitor da Universidade, Doutor Rogério Andrade Munilinari. Na ocasião, Munilinari se mostrou animado pela possibilidade da instalação do curso em Toledo, chegando a afirmar que os números eram favoráveis para o município.
A comitiva da Universitária conferiu em loco os dados apresentados pelo município, no dossiê e posteriormente o Conselho Universitário incluiu o município de Toledo no projeto de expansão da Universidade, por meio do curso de medicina.
A adesão a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares pela Universidade era um pressuposto para o Ministério da Educação (MEC) autorizar a instalação do curso. Em visita ao município em abril, a senadora Gleisi Hoffmann, contou que já estão superadas todas as tratativas com a UFPR. Agora, para a aprovação, basta apenas a autorização do MEC.
O prefeito Beto Lunitti, manifestou no início da tarde a satisfação com o resultado da votação do COUN. Ele informou que em encontro recente com o reitor da Universidade, Zaki Akel Sobrinho, falou sobre o espaço que será disponibilizado para o campus da UFPR e os desdobramentos com o MEC. “O curso de medicina faz parte do Programa Mais Médicos, do governo federal, que prevê a formação de mais médicos através da expansão das Universidades Públicas, ou por meio de novos cursos em Universidades particulares”.
O prefeito destacou ainda que a instalação do curso de medicina em Toledo vai alavancar o setor de saúde no município e região. “Fico feliz que demos mais um passo para a instalação da Universidade no município, este programa de expansão das universidades irá contribuir significativamente na melhoria das condições de saúde, com a formação de mais profissionais”.
O programa do curso de medicina que deve se instalar em Toledo, prevê o fortalecimento da atenção básica. “O curso está alicerçado sobre a ótica do fortalecimento da atenção básica, a partir das equipes da Estratégia da Saúde da Família. Este Programa vem ao encontro do trabalho que estamos desenvolvendo aqui em Toledo. Vamos fechar o ano com 15 Equipes da Saúde da Família e concluiremos nosso mandato com 30, conforme nosso compromisso”, afirmou Beto Lunitti.