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16 Dias de Ativismo quer dar visibilidade aos casos de violência contra as mulheres e construir uma cultura de paz

Em Toledo só em 2014, já foram registrados 319 inquéritos instaurados de violência contra as mulheres.

26/11/2014 - 11:47


Entre os dias 20 de novembro e 10 de dezembro, Toledo se une à luta internacional, na Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência, com o tema “Preconceito Também é Violência”. A campanha reúne diversas entidades governamentais e da sociedade civil. O objetivo é tirar da invisibilidade tantos casos de violência e construir uma cultura de paz. Em Toledo só em 2014, já foram registrados 319 inquéritos registrados de violência contra as mulheres. Entre eles, 25 casos de estupro de vulneráveis.

As atividades iniciaram do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, com exposições no Colégio Estadual Novo Horizonte, no Jardim Coopagro. Também já foram realizadas capacitações e palestras com os Agentes Comunitários de Saúde e profissionais da área e com Gestantes e Puerperas. No domingo (23) a Caminhada e o Adesivaço “Todos e todas pelo fim da Violência contra as Mulheres”, e do “Dia Mundial de Cobate a AIDS”, movimentaram o Parque Ecológico Diva Paim Barth.

A coordenadora administrativa da SPM, Florinda Aparecida de Oliveira, ressaltou que a caminhada cumpriu seu papel de levar até a população uma forma de se interar sobre o assunto. “Foi bem chamativa nossa caminhada e a panfletagem. Tivemos uma receptividade grande do público que se interessou e foi convidado a participar das próximas atividades”.

Os números da violência

De acordo com os dados da Delegacia de Atendimento à mulher em Toledo, os casos são classificados entre os crimes de ameaça, ameaça com lesão, lesão corporal, estupro, estupro de vulnerável e outros (injúria, maus tratos, cárcere privado...). Em 2011 foram registrados, ao todo, 237 casos. Já em 2012 o registro foi de 313 ocorrências e em 2013 o número aumentou para 358 casos.

Na estatística de janeiro até 18 de novembro de 2014, já foram registrados 319 inquéridos de violência contra as mulheres, sendo que destes, 256 casos que viraram inquéritos são de ameaça com lesão corporal, lesão corporal e ameaças, parte deles com prisões em flagrante. Outro dado preocupante é o estupro. Só em 2014 foram 7 casos de mulheres adultas e 25 casos de estupro de vulneráveis (meninas até 14 anos e incapazes). Em 2013 esse dado era de 7 mulheres adultas e 21 inquéritos envolvendo vulneráveis.

Na Delegacia da Mulher são feitos, em média, 60 boletins de ocorrência mensais, porém, em muitos casos a vítima decide não representar e por isso não se tornam inquérito.

O aumento dos números nos dados é visto como resultado das ações, não só da SPM, mas de todas as instituições engajadas no combate a violência contra as mulheres. “As pessoas podem se perguntar que existem várias atividades, mas os números estão aumentando. Isso se deve as políticas públicas realizadas, que fazem com que as pessoas se encorajem a denunciar, buscando os serviços disponíveis, como a Delegacia da Mulher ou a própria Secretaria de Políticas para Mulheres”, afirmou Florinda.

A coordenadora ainda salientou que a campanha dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência contra as Mulheres tem por objetivo sensibilizar a sociedade para despertar a consciência de que a violência está presente nos lares do nosso município, independente da classe social. “A violência muitas vezes é omitida, muitas mulheres não procuram o auxilio por diversos motivos como a vergonha ou não saber o que fazer. Nós precisamos tirar essa questão da violência da invisibilidade”.

Para Florinda, o envolvimento da sociedade no combate à violência contra as mulheres é imprescindível, pois não é só a mulher que sofre a violência, e sim toda a família. “O combate à violência é uma responsabilidade não só do Estado, mas de toda a sociedade, pois temos que sanar e estancar essa ferida que gera muitos prejuízos. A questão da violência contra as mulheres já é uma questão de saúde pública. Nós temos que criar uma cultura de paz”, finalizou.

A próxima agenda dos 16 dias de ativismo será realizada nesta quinta-feira (27), às 13h30, na Roda de Conversa: “A Violência contra a Mulher não é o Mundo que a gente quer”. A ação acontece no auditório da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi. O público alvo são as mulheres trabalhadoras da empresa.

São parceiros da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres o Conselho Municipal de Direitos das Mulheres, as secretarias municipais de Políticas para as Mulheres, Saúde, Assistência Social e Proteção à Família, Comunicação, APP-Sindicato, OAB Paraná, Sindicato das Indústrias de Alimentação de Toledo, Família Rotária, Câmara da Mulher, SER Toledo, Coletivo Enegrecer, Marcha Mundial das Mulheres, CTA/SAE – Ciscopar, FASUL e Sindijor.

Acompanhe diariamente na fanpage da Casa de Notícias a programação da campanha.

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