Nesta terça-feira (27) o Governo Municipal recebeu os vereadores Neudi Mosconi e Vagner Delabio, além de representantes dos moradores da grande Vila Pioneiro para esclarecer a nova situação da saúde e para apresentação de propostas. Na ocasião, o prefeito Beto Lunitti destacou a legitimidade da mobilização organizada pela população, mas destacou que as mudanças são pautadas em estudos técnicos e resultarão em melhorias significativas para a saúde de Toledo, especialmente para a grande Pioneira, que passará a contar com uma Unidade Básica de Saúde (UBS) somente para seus moradores.
Durante o encontro, o vereador Neudi Mosconi reafirmou o desejo de manter o Mini Hospital total ou parcialmente aberto e a proposta de participar e buscar recursos para o projeto de construção do Hospital Municipal de Toledo, na grande Vila Pioneiro. A proposta já em andamento por meio do Governo Municipal, deve contar com recursos na ordem de R$ 4 milhões vindos do Governo Estadual em contrapartida aos investimentos de Toledo na construção do Hospital Municipal. “Esse é um compromisso assumido pelo Estado conosco diante das propostas que apresentamos no Consamu e no Ciscopar”, afirmou o prefeito.
O prefeito Beto Lunitti destacou que é importante a compreensão da população sobre o porquê da decisão em não manter o pronto atendimento do Mini Hospital. Segundo o Ministério da Saúde, Toledo não comporta dois prontos atendimentos devido ao número de habitantes. Além disso, a Prefeitura de Toledo não teria condições de contratar recursos humanos suficientes e de adequar o Mini Hospital para o serviço. “Fizemos uma série de adequações e esforços para manter o Mini Hospital aberto até o momento, mas a partir de uma nova vistoria da Vigilância Sanitária, sabemos que a estrutura seria novamente notificada para alterações que não poderíamos fazer. Como UBS utilizaremos só uma área já adequada e teremos condições de adequar as demais para outros tipos de serviço, que passarão a ser realizados na estrutura e que não demandarão de grandes investimentos”, explicou o prefeito Beto Lunitti.
Quanto a justificativa do limite prudencial o prefeito Beto Lunitti descreveu o histórico do município e os esforços da atual gestão para solução do problema. “Assumimos o governo com um limite prudencial acima de 50% com todos os secretários exonerados, faltando 300 professores na Educação e sem a inclusão no cálculo das despesas administrativas com Ciscopar, Consamu, retenção do imposto de renda dos servidores e CAST, que passaram a incluir o cálculo em 2013 e mesmo assim realizamos todas as contratações necessárias para Educação e a Saúde, assim como outras áreas. Já conseguimos diminuir quase 1% o índice e pretendemos enquadrar o município até abril, mas ainda assim não conseguimos realizar mais contratações”, explicou ele.
Em resposta aos questionamentos quanto a escala de trabalho dos servidores da saúde, o prefeito Beto Lunitti salientou que as decisões foram tomadas com base em estudos técnicos com o intuito de ampliar os atendimentos e reduzir custos aos cofres públicos. Conforme a secretária de Recursos Humanos, Marines Bettega, o concurso para os profissionais refere-se há 30 horas semanais, que correspondem a 6h diárias, mas adotou-se há anos atrás a medida legal de realizar escalas de 12h/36h e 12/60 (trabalha doze horas, descansa 60). “A impressão que dá é de que precisa de mais servidores para isso, mas pelo contrário. Essa medida facilita a formação de escalas de trabalho sem a necessidade do pagamento de horas extras e de plantão que não podemos pagar. Além disso, os próprios profissionais preferem assim”.
A vice-presidente da UTAM, Marli Vogt Werner, parabenizou o Governo Municipal e destacou o sentimento da população da Grande Vila Pioneiro. “Eu participei da elaboração do plano da saúde desta gestão e vi que tudo está sendo cumprido. A razão de eu estar nesse movimento é a preocupação com relação às mudanças, visto que há tantos anos temos o Mini Hospital naquela região, mas acredito que com informação e com tudo em prática a população ficará mais tranqüila”.
Opinião compartilhada pela líder comunitária do Jardim América, Geneci Souza, “Se instalou um caos no município pela desinformação. Realmente há um sentimento de perda, porque apesar do Mini Hospital estar em condições precárias e desumanas sentimos que ele é nosso, mas o que precisamos é de humanismo na saúde e acho que vamos aos poucos melhorar cada vez mais”.
O presidente da Associação de Moradores do Jardim Santa Clara IV, Ari Sheron, também parabenizou a gestão. “Sem discussão não há melhora e eu sinto que o prefeito, a secretária de Saúde, Denise Campos, estão realmente se esforçando ao máximo. Nós temos sim uma preocupação com o fechamento do pronto socorro do Mini Hospital e do transporte à UPA, mas essa é uma mudança que precisa ser feita em Toledo, porque o Mini Hospital está muito desgastado”, comentou ele.
Antes de finalizar, o prefeito Beto Lunitti afirmou convicção sobre a decisão acertada. “Sabemos que teremos transtornos até que todos os ajustes sejam feitos, mas acreditamos que este é o caminho e que daqui uns anos colheremos os frutos de uma saúde estruturada e de qualidade em nosso município”, finalizou ele.
Hospital Municipal
O Hospital Municipal será de porte médio com 30 leitos de internação, com capacidade para ampliação. O hospital também contará com pronto socorro e atendimentos de casos de baixa complexidade. O programa completo do Hospital deverá ser finalizado pela Secretaria de Saúde até o fim de fevereiro. “Vamos contratar uma assessoria para auxiliar nesse trabalho, que é muito importante para a elaboração dos projetos”, explicou a secretária de Saúde, Denise Campos.
Mini Hospital
Entre as opções em estudo para construção do Hospital Municipal foi analisada a possibilidade de readequação do Mini Hospital, com base no projeto de levantamento da planta baixa realizado pela UTFPR. O levantamento, realizado a pedido da Prefeitura de Toledo, apontou que valor que seria investido na reforma do Mini Hospital para transformá-lo em Hospital Municipal poderia ser muito superior ao investimento em uma nova construção. “Informalmente a equipe da UTFPR se posicionou favorável a uma nova construção, tendo em vista o grande número de adequações a serem feitas de acordo com as normas da Vigilância Sanitária”, afirmou a secretária de saúde.
Segundo a diretora de Planejamento Estratégico, Stella Fachini, a atual estrutura conta com 2.846 metros quadrados construídos e calcula-se um investimento de R$ 800 por metro quadrado para adequação completa do espaço. “Ficaria muito mais caro e ainda assim pior, que uma nova construção, pois muitos problemas precisam ser corrigidos, como projetos elétricos, de infiltração e outros, a exemplo do desnível de 1 metro e 40 centímetros de um bloco para outro”.
A partir dessa conclusão o Governo Municipal definiu uma nova reestruturação do Mini Hospital. O projeto definido prevê a saída do pronto atendimento do Mini Hospital, e implantação de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Além da nova UBS para a Grande Pioneiro, o espaço será readequado para abrigar também a sede do Departamento de Controle e Combate às Endemias e a Clínica de Fisioterapia Infantil com serviço de Pedia Suit para pacientes especiais. A estrutura também manterá a Central de Material de Esterilização, lavanderia, - distribuição de rouparia, e pequenos procedimento, além da Central de Raio-X agendados pelas UBS. “Toda a estrutura será readequada para que cada um desses serviços tenha entrada diferenciada, auxiliando no fluxo e acesso de pacientes”, destacou Denise.
