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ECONOMIA

Cadeia produtiva do mel inicia programa de qualidade com o Sebrae/PR, no oeste

Sessenta apicultores, do oeste paranaense, deram início a treinamentos e consultorias do Programa de Alimentos Seguros (PAS) Mel, do Sebrae/PR. A implantação do Programa é decorrente da parceria da entidade com a Cooperativa Agrofamiliar Solidária dos Apicultores da Costa Oeste do Paraná (Coofamel), com sede em Santa Helena, que agrega 113 associados desde produtores, casas de mel, até unidades de beneficiamento do produto em mais de 25 cidades da região. A capacidade produtiva da cooperativa gira em torno de 80 a 250 toneladas de mel ao ano, comercializado nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Brasília e Maranhão.

15/04/2011 - 06:58


De acordo com o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso, a capacitação começou em campo, entre os dias 28 a 30 de março e deve se estender até o final de 2012. “O objetivo do Programa é garantir a produção de mel sem riscos de contaminação, qualificando o processo desde a coleta nos favos até o envase e armazenamento. Não adianta ter cuidado somente na etapa de industrialização, pois se o mel chegar contaminado do campo, nada poderá ser feito lá. O contrário, também, de nada adianta receber um mel puríssimo dos apiários se as unidades de extração ou beneficiamento trouxerem riscos de contaminação.”

O consultor do Sebrae/PR enfatiza ainda que, para que a qualidade do mel seja assegurada até chegar ao consumidor final, é necessário que toda a cadeia produtiva esteja alinhada e atenta as conformidades. “É preciso que sejam estabelecidos, descritos e registrados os procedimentos realizados do início ao fim da produção e, para isso, tanto o apicultor quanto as unidades e extração e beneficiamento terão que assumir o compromisso com a qualidade da cadeia produtiva. O Programa vai ensinar as condições e técnicas, mas caberá à cadeia produtiva implantar os processos de qualificação”, acrescenta Emerson Durso.

Segundo o diretor administrativo da Coofamel, Wagner Gazziero, todos os associados participarão do Programa de Alimentos Seguros, do Sebrae/PR. “Tanto os apicultores quanto a Coofamel acreditam ser de extrema importância a aplicação do PAS Mel, pois além de ser uma exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a qualificação é uma tendência de mercado. Porém, não podemos deixar de relatar que ainda há a preocupação e dúvidas dos apicultores, uma vez, que várias mudanças terão que ser realizadas, principalmente quanto ao hábito de anotar tudo”, avalia Gazziero.

O treinamento com os apicultores, argumenta o consultor do Sebrae/PR, foi a primeira etapa do Programa e contou com ações teóricas e práticas. “Estivemos em Santa Helena, São Miguel do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon explicando sobre a produção de alimentos seguros, as boas práticas apícolas e enfatizando aos apicultores sobre a importância de utilizar o chamado ‘Caderno de Campo’, no qual todos os procedimentos devem ser registrados de forma a evidenciar os cuidados na produção do mel”, diz.

Qualidade

Como parte do aperfeiçoamento, indica o consultor do Sebrae/PR, os técnicos da Coofamel darão continuidade no trabalho com visitas de assistência técnica juntos aos apicultores. “Só a capacitação, que foi composta de quatro horas teóricas mais quatro práticas no apiário, não seria suficiente para o apicultor colocar na sua rotina os registros no Caderno”, assinala Emerson Durso. As próximas etapas do Programa deverão envolver as 15 unidades de extração da região associadas à Coofamel, com 16 horas de capacitação e duas unidades de beneficiamento do mel, com treinamentos que somam 50 horas.

“Nas unidades de extração do mel, o principal objetivo será reforçar o uso do manual de boas práticas, já exigido por lei, que descreve todos os procedimentos como, por exemplo, sobre a maneira com que é feita a higienização pessoal, de equipamentos, armazenagem de insumos e produtos acabados, bem como condições e estruturas adequadas. Já nas unidades de beneficiamento, além do manual de qualidade e estrutura física adequada também será enfatizada a implantação do Programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Contaminação (APPCC)”, complementa Emerson Durso.

Para o técnico apícola da Coofamel, Angelo Valoto, a aplicação do Programa de qualidade vai possibilitar um controle mais eficaz dos processos que estão sendo utilizados no campo. “O trabalho está apenas começando, mas valerá a pena para garantir o aumento da qualidade em toda a cadeia produtiva do mel. Nós, técnicos, teremos que dedicar mais tempo ao produtor ajudando-os no processo de utilização do Caderno de Campo. Em contrapartida, na medida em que a prática se tornar rotineira para eles, teremos acesso as anotação e conseguiremos acompanhar o histórico de tudo o que foi feito em cada apiário.”

Na avaliação do apicultor de Terra Roxa, Antonio Augusto Borges, a oportunidade de participar de um programa como o PAS Mel veio ao encontro dos anseios de muitos dos associados da Cooperativa. “Nossa ideia é que, para crescer, estejamos fortalecidos e qualificados e, para isso, é preciso que todos os associados mantenham um mesmo padrão de qualidade na produção do mel. Estamos bastante satisfeitos em participar do Programa, agora, é só colocar em prática os ensinamentos”, reconhece o apicultor.

 

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