30 de agosto de 1988, policiais militares avançaram com cavalos, cães e bombas de efeito moral contra uma multidão de docentes. 12 de fevereiro de 2015, a tropa de choque avança com cães, balas de borracha e bombas de efeito moral contra os educadores. Estas duas datas tem em comum governantes psdbista, Álvaro Dias e Beto Richa. A Assembleia Legislativa do Paraná foi palco de violência contra servidores. Porém, estes conseguiram conquistar uma primeira vitória, a retirada do “pacotaço” que ameaçava direitos e o fundo de previdência da categoria.
O terceiro dia de greve dos professores e servidores públicos do Paraná começou calmo. Os manifestantes formavam uma barreira em frente à Assembleia Legislativa, com a intenção de impedir a entrada dos deputados para a votação da Comissão Geral que estava programada para esta quinta-feira (12). Foi somente à tarde que o clima esquentou. A Polícia Militar e o Batalhão de Choque do Paraná chegaram a Alep com armas de tiro de borracha e acompanhados por cachorros. Apesar dos 44 deputados conseguirem entrar na Casa e iniciar a sessão, esta foi interrompida pela nova ocupação dos servidores e logo após foi anunciada a retirada do “pacotaço”.
O forte esquema policial foi comandado pelo secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Fernando Francischini.
Violência
O conflito acirrou quando os servidores tentavam bloquear a entrada da Assembleia Legislativa. Os policiais atiraram contra os manifestantes com balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta, alem do uso dos cães. Muitos professores e grevistas saíram machucados do local. Mesmo com a violência policial, os grevistas conseguiram se acalmar e o prédio principal da Alep foi tomado. Com a possibilidade dos manifestantes entrarem na sessão, o presidente da Casa, o deputado Ademar Traiano (PSDB) encerrou a sessão.
Retirada do “pacotaço”
Primeiramente, a sessão havia sido remarcada para a próxima semana, no dia 23. Porém, após grande pressão dos manifestantes, os deputados queriam retirar os projetos de votação, pedido que foi negado pelo governador Beto Richa, segundo divulgação da imprensa estadual.
Após negociação o líder de governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) assumiu compromisso com os deputados de retirar o projeto (pacotaço) que tramita na Casa. A informação foi repassada aos professores pelo deputado Professor Lemos. Os professores pediam documentos que comprovassem a retirada, já que não havia nada formalmente que garantisse a retirada das propostas. Pedido que foi atendido, já que chegou até a Assembleia um documento vindo da Casa Civil assinado pelo subchefe, Alexandre Teixeira. O documento retirava os projetos para reexame em função das manifestações e "para garantir a integridade física das senhoras e senhores deputados".
Comemoração
Após a garantia de que o “pacotaço” realmente seria retirado, os professores comemoraram e começaram a se retirar do local. Os manifestantes que estavam acampados na Plenária da Alep, começaram a recolher os pertences e a limpar o local.
Porém, o presidente da APP Sindicato, Hermes Leão, afirmou que mesmo com a retirada do “pacotaço” a greve geral dos servidores do Paraná continua. Segundo ele, ainda há outras assuntos a tratar com os deputados e o governador. “A greve continua por tempo indeterminado”, afirmou o presidente. Leão somente confirmou que os acampamentos montados da Plenária da Assembleia seriam desmontados, mas os manifestantes continuariam acampados no Centro Cívico.