A greve continua e a intenção dos professores não é voltar às salas de aula. Nesta quinta-feira (19), 11º dia de paralisação das escolas da rede pública estadual, a categoria volta às ruas. Na tarde de ontem (18), através do secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, o governo do Paraná anunciou que pretende reenviar os projetos de lei, retirados no dia 12, para votação dos deputados. Ainda hoje (19) acontece uma reunião entre os representantes dos professores e servidores das escolas estaduais para debater a pauta da greve.
Conforme Sciarra, desta vez os textos estarão reformulados e não haverá o “tratoraço”, ou seja, tudo terá que passar pelas comissões. “A tramitação será da forma normal, passando pelas comissões da Assembleia. E eventualmente dividindo esses projetos para que eles tramitem de maneira mais organizada na Assembleia”. A reunião de hoje, segundo o secretário, A ideia é que o governo consiga um acordo com os professores para encerrar o quanto antes a greve da rede pública de ensino durante a reunião. “Nosso desejo é o início imediato das aulas, são 200 dias letivos que têm de ser cumpridos. A negociação avançou em vários itens e queremos estabelecer essa mesa de negociações para que tenhamos a normalidade das aulas na rede pública”, disse.
Sobre a reunião de hoje com a direção da APP, o secretário repetiu as propostas apresentadas aos educadores, não oficialmente, nas tentativas de negociações feitas pelo sindicato, entre elas, o pagamento, na próxima semana, das indenizações devidas aos 29 mil temporários (PSS) demitidos no final do ano passado. “O montante seria de cerca de R$ 84 milhões. Mas com relação ao pagamento do terço de férias devido ao funcionalismo, o Estado mantém a proposta de parcelar o mesmo em três vezes: fevereiro, março e abril”, comentou.
Durante toda esta quinta-feira, serão realizados atos em frente aos Núcleos Regionais de Educação (NREs), enquanto em Curitiba, a concentração para o ato em frente ao Palácio Iguaçu iniciou às 10h e prossegue no período da tarde. Para o presidente do NRE de Toledo, João Batista Lopes, a reapresentação dos projetos é uma afronta a categoria. “Não vamos abrir mão das nossas conquistas. Não podemos deixar que o governo tire o dinheiro da nossa previdência para pagar as dívidas”. A partir das 14h, os professores e funcionários da rede pública estadual de Toledo realizarão um grande ato em apoio aos manifestantes de Curitiba, na Vila Pioneiro. “Enquanto as tratativas continuarem deste jeito, nós continuaremos a greve. Acreditamos que ainda vai demorar um tempo para resolver tudo”, completou.
Segundo o diretor geral da Unioeste campus Toledo, José Dilson de Oliveira, a comunidade universitária está apreensiva em relação as tratativas da greve. “Estamos aguardando que os investimentos do estado aconteçam, e não temos como fazer de outra maneira. Estamos paralisados, assim como os organizadores do evento, apreensivos por algum resultado que não prejudique ainda mais o ensino e nem os servidores”, afirmou.