Nesta terça-feira (10) representantes dos comandos de greve das sete universidades estaduais do Paraná se reuniram com o líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli, e o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para fazer a negociação das pautas da greve, além do possível retorno às atividades. Os representantes e autoridades chegaram a acordos. O Sindicato dos Docentes da Unioeste (Aduinoeste) fará assembleia na quinta-feira (12) para discutir os pontos da pauta da greve.
Um dos avanços dos servidores estaduais foi à revogação do decreto 546/2015, que instituía o Grupo de Trabalho que iria discutir um projeto de lei de autonomia financeira das universidades estaduais do Paraná. “Desde o primeiro momento as universidades resistiram a esse decreto. O problema dele, é que estabelecia alguns pontos que são importantes para nós, como o direito de revisão do nosso salário e a possibilidade de carreiras únicas dos professores universitários que seria revogada, onde cada universidade pagaria um valor individual para cada docente, então um doutor que trabalha na UEM, por exemplo, receberia um salário diferente de alguém com a mesma escolaridade, que trabalha na Unioeste, e isso não é bom”, contou um dos representantes do comando de greve dos docentes da Unioeste, Luiz Fernando Reis.
Outro avanço conquistado pelos grevistas foi à assinatura de um documento em que o líder de governo, deputado Romanelli, se comprometeu a atender algumas das pautas da greve. Alguns dos pontos são a preservação do ParanáPrevidência; a realização do pagamento do terço de férias dos docentes em parcela única até o final de março deste ano; a realização da revogação do Decreto 546/15 (GT de autonomia financeira); e fazer uma agenda positiva a ser discutida com os sindicatos docentes a partir de maio deste ano sobre a retirada da Uenp e Unespar do META-4, concurso para docentes, ATT (Adicional Titulação Docente) e forma de ingresso na Classe de Professor Titular. O documento foi ainda assinado pelo chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra.
Além disso, o Sindicato dos Docentes da Unioeste (Aduinoeste) realizará, na quinta-feira (12) uma assembleia com os grevistas para discutir os pontos que avançaram na greve, além da possibilidade de retorno das atividades. “Nós achamos que foi um avanço significativo, por isso vamos fazer uma assembleia na quinta-feira, às 14h, e discutir a possibilidade da suspensão da greve”, informou Reis, completando que foi um avanço considerável na greve dos professores universitários do Paraná.
Multa
O desembargador Luiz Mateus de Lima, do Tribunal de Justiça do Paraná, determinou na sexta-feira (06) o imediato retorno ao trabalho de professores e servidores das sete universidades estaduais do Paraná. A multa diária, para o caso de descumprimento da decisão, seria de R$ 3 mil para cada um dos 11 sindicatos que representam as categorias que compõem o quadro de servidores das universidades.
Segundo Luiz Fernando Reis, até o momento a Adunioeste não foi notificada sobre a determinação judicial. “Assim que formos notificados teremos o direito de defesa, para mostrar a legalidade da greve”, afirmou Reis. Segundo o representante se houvesse condenação a categoria teria um prazo para pagar a multa, mas como ainda não foram notificados, o documento não é válido. “Porém, hoje na reunião o governo mostrou uma postura de negociação, e inclusive deram a entender que essa ação seria retirada”, finalizou.