O Fórum das Entidades Sindicais (FES) se reuniu nesta terça-feira (12), com a Secretaria Estadual de Educação e Secretaria Estadual de Administração e Previdência para ouvir do governo o anúncio de reposição salarial dos servidores. No entanto, não houve divulgação. Além disso, o Governo Estadual ainda pediu mais prazo para fazer “estudos internos” sobre a situação.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, além de todo o desrespeito que o governo já vem demonstrando com os servidores, ainda convoca uma reunião para pedir mais tempo. “É um desrespeito, para dizer o mínimo. Eles deveriam ter, inclusive, adiado ou cancelado essa reunião. Essa foi uma reunião que não saiu do lugar em que estávamos há uma semana. O governo só anunciou que a Secretaria [Estadual] da Fazenda precisa de mais tempo para analisar a receita do Estado”, explicou.
A APP-Sindicato aproveitou a reunião para levar o economista Cid Cordeiro, que apresentou dados da finança do Estado. “Cordeiro assegurou que o Estado tem toda condição técnica de resolver isso o quando antes, seja pela arrecadação ou aumento da receita que o Estado teve”, apontou Hermes.
O presidente da APP-Sindicato destaca ainda que a categoria não vai aceitar nada abaixo da reposição pela inflação pelo IPCA, que é o que a lei da data-base define e está fixado em 8,17% este ano. “Nós não temos condições de suspender a greve com este cenário. Temos duas leis que o governo não vem cumprindo: a lei do piso, com correção de 13,01%, e a lei da data-base, com reposição de 8,17% em 2015. A lei do piso já deveria estar sendo aplicada desde janeiro e a data-base que já deveria ter sido anunciada e aplicada na folha do pagamento de maio e não está. Além de tudo isso, o governo ainda pede mais esse prazo de estudos internos, é inadmissível”, declarou Hermes.
De acordo com a secretária de Finanças da APP, Marlei Fernandes, a entidade não participará mais de reuniões com o governo até que ele apresente, de fato, o índice da data-base. “O governo tem que anunciar o índice. Todo o tempo necessário já foi dado. Não tem como apresentar nada para a categoria, já que governo não apresentou nada. Nós informamos que não viremos à reunião anunciada para o dia 19 de maio e, portanto, aguardamos o anúncio do índice mínimo, que é a data-base”, explicou. Marlei destaca que a luta continuará sendo feita até que o governo cumpra da lei. “O índice da data-base é o mínimo. Ninguém aqui está falando de reajuste salarial, mas de recomposição da inflação do período. Nós achamos um descaso, mais uma vez, e apresentamos isso para a secretaria e para o estado. Nós da APP-Sindicato vamos chamar a categoria e faremos mobilizações. O não retorno às aulas é culpa do governo que não atende aquilo que está na lei”.
A conversa será retomada no dia 19. Até lá, o Governo fará simulações de índices de reajuste e uma avaliação das receitas e despesas do Estado, possivelmente já com o resultado econômico do primeiro quadrimestre. “Ainda estamos em maio, que é o mês da data-base do funcionalismo, e podemos continuar os estudos”, disse a secretária da Administração e da Previdência, Dinorah Botto Portugal Nogara. “Temos um ano recessivo e há grande preocupação em relação ao comportamento da receita. O governador é governador de 11,5 milhões de paranaenses e precisa decidir o que é melhor para todos no Estado do Paraná, sem deixar de levar em consideração os servidores públicos.”
Dinorah destacou a importância das conversas com os servidores, inclusive para aprofundar a análise sobre cenários econômicos que possam levar a uma definição de índices de reajuste para os próximos três anos, como já é feito pelo governo federal. “A mesa de negociações está aberta”, afirmou ela.
Participaram da reunião representantes do FES, dirigentes da APP, o deputado estadual Professor Lemos, a secretária de Educação, Ana Seres Comin e a secretária de Administração e Previdência, Dinorah Botto Portugal Nogara.
Da Assessoria APP-Sindicato, com informações da Agência Estadual de Notícias