O superintendente da Hoesp-Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná, Thiago Stefanello, esteve na Câmara Municipal na segunda, dia 10, quando expôs aos vereadores os principais números dos últimos cinco meses à frente da instituição, que administra a Casa de Saúde Bom Jesus. Com 447 funcionários e 141 médicos e 40 enfermeiros o hospital oferece 215 leitos, atendendo os 18 municípios da microrregião. O superintendente disse que o hospital vinha com um déficit de R$ 550 mil por trimestre, mas a Câmara Municipal fez a devolução de dinheiro para pagamento de UTI pelos municípios, foi feita uma nova repactuação e a Secretaria da Saúde vem cumprindo rigorosamente, apenas em agosto houve atraso. Stefanello disse porém que o hospital atende todos os acidentes de trânsito, urgência e emergência e o problema não é nem falta de atendimento, mas de leitos. “Precisamos que o Hospital Regional saia logo do papel e passe a funcionar para ajudar nessa sobrecarga”, disse Thiago Stefanello aos vereadores.
Ele alertou porém que o HR de Toledo deve ter uma estrutura adequada, sem exageros. Ele citou o caso do HU-Hospital Universitário, em Cascavel, que tem 207 leitos, 100 enfermeiros e 1.070 funcionários, enquanto o Hospital do Rocio de Campo Largo atende 95% de SUS com mil leitos e 1,2 mil funcionários, disponibilizando cinco vezes mais leitos e o próprio Bom Jesus tem 40 enfermeiro para seus 215 leitos. Para Thiago Stefanello esta situação do HU é um absurdo, “dinheiro jogado fora, um acúmulo de funcionários”. “O Hospital Regional vem por aí, como legisladores precisam ficar em cima para que o HR não venha ser um novo HU”, afirmou o superintendente da Hoesp/Bom Jesus. Ele disse ainda que existe uma dívida de R$ 21 bilhões dos hospitais filantrópicos e que é precioso resolver o chamado financiamento da saúde pública.
O superintendente expôs o ajuste da Hoesp, que concedeu 8,5% para todos os funcionários, acertou a cirurgia vascular, que voltou em junho e realizou renegociação com médicos, com um valor maior de plantão mas sem a produção, além da revisão e renegociação de convênios, realização de novos convênios e rescisão do convênio de 14 leitos com UTI com a Sesa, renegociados por R$ 800,00 com os municípios, conforme portaria prevê. Stefanello relatou ainda renegociação com fornecedores e controle de custos, além do recebimento de novos equipamentos da Sesa, como ultrassom e outros. Ele relatou que a Hoesp recebeu o título de Hospital Amigo da Mulher, graças a zero mortes de gestantes, tendo ocorrido um caso agora em 2015, em junho, com uma gestante de Assis Chateaubriand.
Ele relatou que a Hoesp/Bom Jesus é o hospital que mais realiza cirurgias no Paraná e defende a revisão da diária de UTI para R$ 800,00, como é pago em Porto Alegre, Região Metropolitana de Curitiba, Londrina e outras regiões. No Oeste a diária paga pelo SUS em UTI é de R$ 478 e para mudar essa não habilitação precisa uma pressão grande sobre os deputados federais, pois este valor significa R$ 490 mil que todos os meses a Hoesp/Bom Jesus está deixando de receber.
Stefanello lembrou que foi prevista a destinação para a Saúde de 15% pelo Município e 12% pelo Estado, mas a União não teve seus 10% estabelecidos. Segundo ele, hoje há 1.753 hospitais filantrópicos, que realizam 60% de todos os procedimentos de alta complexidade do SUS, mas 83% dos hospitais filantrópicos trabalham no vermelho e precisamos de uma nova forma de custear a saúde pública e nova fonte de recursos, que não seja a volta da CPMF, pois estamos tendo fechamento de leitos e de hospitais.
Da Assessoria