1144 x 150 anu%e2%95%a0%c3%bcncio casa de noti%e2%95%a0%c3%bcciasconstrua pre%e2%95%a0%c3%bcdios no biopark

DESENVOLVIMENTO

Instituto de Desenvolvimento Regional traça estratégias para combater apagão de mão de obra

Dando continuidade a série de entrevistas sobre Desenvolvimento Regional, a  reportagem da Casa de Notícias conversou com o presidente do Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR), Mário Lopes Neto. O IDR visa o desenvolvimento regional, porém perante algumas dificuldades operacionais o trabalho está sendo realizado especificamente em Toledo. No entanto, o principal objetivo ainda é pensar no desenvolvimento social e econômico em todos os setores. Atualmente, os profissionais do IDR estão desenvolvendo um projeto que tem como principal foco o Ensino Profissionalizante. Lopes fala sobre os gargalos na educação, mercado de trabalho para o jovem, remuneração, entre outros aspectos.

 

01/05/2011 - 12:08


Casa de Notícias - Na série de reportagens produzidas pela Casa de Notícias um argumento recorrente nas entrevistas é o apagão de mão-de-obra. Qual é a situação em Toledo?

 

Mário Lopes Neto - Há cerca de dois anos vislumbramos o ensino médio profissionalizante e, quando aprofundamos os estudos verificamos que havia uma evasão escolar na 8ª série e 1º ano. Nestes dois anos fizemos uma pesquisa no Núcleo Regional de Educação (NRE) e na Unioeste - parceiros do IDR. Na pesquisa identificamos problemas econômicos, porém os principais são os sociais. A partir deste diagnóstico, retomamos as atenções para o Ensino Médio Profissionalizante. Tivemos algumas reuniões e focaremos as atividades na Câmara de Mão-de-Obra para unir as três forças deste meio que são: mercado de trabalho, ou seja, a demanda por mão-de-obra a partir das empresas; os cursos profissionalizantes com sistemas, como SESI e SENAI e quais são suas necessidades para ocupar o mercado de trabalho.

 

 

 

 

 

Como fazer com que o curso técnico seja interessante perante a um problema social?

 

 

O projeto ainda está em fase inicial. Existe uma ideia e a partir dela o desenvolveremos. A ideia consiste em dizer para o jovem que tem uma vaga, e remuneração em uma determinada empresa. A partir daí falaremos que existem cursos que possam agregar conhecimento a ele para que se consiga ocupar aquela vaga. Uma das ideias do projeto é que além da oferta de vagas e a disponibilidade de cursos, nós criemos uma espécie de força-tarefa com profissionais da psicologia e do jurídico para que eles visitem as escolas e conversem com estes jovens e com família. Se unir as vagas de trabalho aos cursos profissionalizantes e aos jovens conscientizados encontraremos o caminho para diminuir a grande deficiência de mão-de-obra qualificada.

 

 

 

 

 

Atualmente, a deficiência de mão-de-obra qualificada se apresenta como empecilho para alavancar o nosso desenvolvimento? Que setores mais sentem este gargalo?

 

 

É uma reclamação recorrente das empresas do setor privado a falta de mão-de-obra qualificada. Um ponto que não será tratado no projeto, mas foi conversado entre a equipe é que o Ensino Fundamental é deficiente e no momento de qualificar esta mão-de-obra no Ensino Técnico está faltando a base. Esta deficiência compromete a aquisição de conhecimento técnico e por sua vez a inserção no mercado de trabalho. Mas esta é uma questão estrutural, mas que deve ser pensado também.

 

 

Com relação ao desenvolvimento, hoje com o mercado globalizado a produção das empresas tem aumentado. Lógico que por um período curto de tempo passamos por altos e baixos ou algumas crises que limitam a nossa capacidade produtiva, porém a longo prazo sempre existe demanda, a questão da oferta de trabalho sempre vai existir.

O IDR está desenvolvendo um projeto chamado Toledo 2030 que visa primeiramente identificar os pontos positivos de Toledo atualmente, e qual o potencial de Toledo até 2030. Diante disso, tentar elaborar um planejamento estratégico para o município. Se no município tem uma capacidade de ser pólo na área de agroindústria, então vamos criar cursos técnicos na área da agroindústria (...). Esta é uma das ideias de um projeto paralelo que o IDR vem fazendo, ou seja, visionarmos lá na frente a necessidade. Às vezes, gastamos energias e esforços gigantescos para criar um curso que não vai haver demanda (...). No gargalo de desenvolvimento tem toda a questão de infraestrutura que é outra conversa.

 

 

Na última reunião do IDR, os parceiros apresentaram algumas reflexões para subsidiar o projeto. O que pode ser adiantado destas discussões realizadas no IDR?

 

 

O ponto pacífico da equipe é que existe a demanda e a necessidade de profissionalizar os jovens e existe a necessidade de se atacar o próprio jovem com este apoio social, psicológico ou jurídico. A maneira com será realizada o desenvolvimento do projeto será no decorrer dos trabalhos. Pensamos em criar uma linguagem jovial e divulgar os cursos e convidar os empresários para conversar com os jovens e mostrar que há vagas e remuneração. Estamos focando alunos de 8ª séries, porque eles ainda vão ingressar no Ensino Médio e vão ter condições de fazerem suas escolhas.

 

 

A demanda por mão-de-obra sempre vai haver. Uma das condições que vislumbramos é que estes alunos vão ter a vaga garantida deste que se sobressaiam nos estudos. Desde que tenham uma média e um comportamento adequado, porque é a partir do primeiro ou meados do segundo ano do Ensino Médio que as vagas serão ofertadas. Pelos estudos, já conhecemos que o jovem é matriculado em uma escola e consegue uma colocação na empresa, mas não tem freqüentado as aulas. Nossa ideia é aproximar a empresa da escola.

 

 

A remuneração é um dos elementos apontados na pesquisa, onde os jovens não se sentem estimulados a seguirem os estudos por não terem uma diferença qualitativa e quantitativa perante alguém que concluiu os estudos. Como este fator está sendo conduzido dentro do projeto?

 

 

Este é um dos pontos principais do projeto. Por isso, queremos envolver o empresário diretamente, porque ele vai ofertar a sua vaga e vai expor para o jovem que se ele tiver um determinado curso será garantida uma remuneração maior do que para aquele que não possui o curso. Este é o diferencial do projeto, mas ainda estamos começando a conversar com os empresários. (...)

 

 

 

 

 

Quando este projeto deve ser concluído para iniciar a discussão com a sociedade?

 

A equipe ainda não estabeleceu prazos, porque ainda estamos no início do projeto, mas acreditamos que no segundo semestre o trabalho estará mais desenvolvido e poderemos divulgar as datas e os eventos.

 

 

Entrevista: Selma Becker

 

 

Texto: Graciela Souza

 

Sem nome %281144 x 250 px%29