A para-atleta de Cintya de Oliveira (14), paranaense de Toledo, entrou para história do esporte paralimpico nesta sexta-feira, 11, ao se tornar a primeira brasileira a conquistar uma medalha em Campeonatos Mundiais de Parabadminton. O feito foi garantido em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde a atleta permanece até domingo, 13, com a seleção brasileira. Cintya fará neste sábado, 12, uma das semifinais de simples na categoria SU5 contra Dinamarca ou Inglaterra, mas independente do resultado, na pior das hipóteses o bronze já está garantido.
“Nunca chegamos tão longe. Pessoalmente é uma conquista indescritível, para o esporte paralimpico brasileiro é um feito grandioso e para o esporte de Toledo um grande orgulho”, definiu o técnico Fabio Bento, que assim como Leonardo Zuffo e Breno Johann e psicóloga Elisa Mara da Silva, também está na Inglaterra para o Mundial.
A medalha de Cintya tem um gosto mais que especial e por traz, toda uma história de vida que pode servir de exemplo para muitas pessoas por mostrar que não existem limites quando se quer buscar algo grandioso. Quando tinha sete para oito anos de idade ela sofreu uma amputação no braço esquerdo. O ônibus em que ela viajava se envolveu em um acidente na região de Campos do Jordão (RJ), em 2009.
Desde então, ela teve que se readaptar em todos os sentidos, mas não deixou de perseguir seus sonhos. Foi então que o parabadminton apareceu em sua vida. Agora, com quatro anos de treinamento, participações e conquistas em várias competições nacionais e internacionais, o resultado aparece como prêmio pelo seu esforço quando participa de seu segundo Mundial.
Segundo a mãe Erimeide Faustina da Silva, todo esforço está sendo compensando. “Ela é uma atleta dedicada aos treinamentos e está conquistando seu espaço. Se depender do seu empenho e força de vontade tenho a certeza que ela vai chegar muito longe”, acredita a mãe ao revelar que a filha chegou até vender parte do cabelo para conseguir dinheiro para ajudar nas despesas que teria no Campeonato Mundial – Agora ela percebeu que o choro valeu a pena” finaliza a mãe.