Um dos organizadores do manifesto, Anderson Alves dos Santos, lembrou que o protesto surgiu em Goiânia e está se espalhando pelo País. No Paraná, os municípios que aderiram ao manifesto são Ponta Grossa, Londrina, Cascavel e agora Toledo. “É um absurdo o valor do imposto do combustível. Atualmente, varia em torno de 40 a 41%. Em outras palavras estamos abastecendo o Governo e não os nossos veículos. Os resultados estão sendo positivos. Em Cascavel o protesto da semana passada fez com que a gasolina diminuísse R$ 0,20 e no sábado foi realizado um novo manifesto”, disse Santos. Ele argumentou ainda que é direito do consumidor exigir um imposto menos abusivo. “Entendemos que deva ter o encargo tributário, mas não um tão abusivo. Estamos sendo tratados como palhaços e, por isso, do protesto, queremos saturar a venda de um posto e travar o atendimento”.
Após a aglomeração dos veículos no Lago Municipal, os manifestantes se dirigiram para um posto próximo daquele local, onde o preço da gasolina estava a R$ 2,989. Os condutores abasteceram a R$ 0,50 e a primeira nota foi emitida depois de aproximadamente 50 min. Santos acredita que este atraso se deva a dois critérios a: falta de preparo dos funcionários do posto ou o próprio posto tentou ganhar os manifestantes no cansaço. “Estou com a nota e estou satisfeito pelo menos por hoje (domingo). Consegui exigir o meu direito de consumidor”.
Um dos manifestantes, Fernando Steffen, considera uma vergonha o aumento do combustível. “É uma palhaçada o aumento do combustível. O trabalhador que ganha um salário mínimo tem que pagar esta fortuna para estar abastecendo. Apoio este tipo de protesto e sempre vou apoiar”.
No próximo final de semana o protesto Na Mesma Moeda deve ser realizado em outro posto da cidade. “Pretendemos agregar novos manifestantes e pedimos que as pessoas divulguem o protesto e não fiquem passivos, solicita Santos.
“Não é o posto que informa o preço, nós só repassamos os aumentos”, afirma Brito
O proprietário do posto, Fernando Brito proprietário do posto, explicou todo o manifesto é válido, porém considerou o local errado, porque o posto não é responsável pelo aumento do preço, e sim, somente repassar os aumentos. “Nós só temos um fornecedor. É uma exigência legal. Não temos outra opção de compra. Se o combustível está alto não é porque queremos. O álcool começou a baixar e 25% da gasolina é composta de álcool e com o aumento na venda do álcool é possível que tenha uma baixa da gasolina também”.
Com relação à emissão da nota fiscal, Brito comentou que é o cadastro é uma exigência do Governo. “O Governo exige e emissão da nota fiscal com dados do contribuinte. O nosso custo é somente da folha, porque todo o abastecimento gera cupom fiscal”.
Aumento ocorre nas distribuidoras e nos postos de gasolina, afirma Lobão
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu que a partir desta segunda-feira (09) o preço dos combustíveis nos postos de gasolina vai cair. A gasolina e o álcool apresentaram aumentos substanciais nas últimas semanas por causa das instabilidades no mercado internacional e também pela redução da oferta de álcool anidro na entressafra da cana-de-açúcar. “O governo tomou as medidas necessárias, mas precisamos entender que esse é um mercado livre. Precisamos agora elevar drasticamente a produção para que, com o excesso de oferta, se possa ter a redução dos preços”, acrescentou lembrando que há nove anos o combustível sai das refinarias com o mesmo preço e que o aumento ocorre nas distribuidoras e nos postos de gasolina.
Lobão reforçou que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) passará a ter a responsabilidade de cuidar, também, do etanol. E admitiu que em alguns estados há cartel nos postos de gasolina. “Nitidamente está havendo cartel. Pedi que a ANP fosse ao Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] para que esse descalabro fosse resolvido”, afirmou.
O ministro disse que, a partir de agora, as punições para os donos de postos que formam cartéis na cobrança dos combustíveis serão rigorosas. Pode haver cobrança de multa e até o fechamento do posto.
Por Graciela Souza
