O Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Toledo e Região, que representa os empregados da BRF, envia oficialmente nesta segunda-feira, 25, o comunicado de greve para a empresa. A decisão acontece cinco dias após os trabalhadores rejeitarem por maioria a última proposta de reajuste da empresa para tentar chegar a uma decisão sobre o acordo coletivo 2015/2016. Após 72 horas da notificação, a qualquer momento a greve pode ser deflagrada.
O Sindicato aguardava por uma reformulação na última proposta, pois, um dia depois da Assembleia, a empresa abriu essa possibilidade em reunião, mas logo na sexta-feira, comunicou que não haveria nova proposta. Nesse meio tempo, toda a logística da greve e questões legais já eram preparadas, pois, o sindicato também considerava essa possibilidade como uma manobra da empresa para ganhar tempo.
Em mais de 40 anos do frigorífico, que é segunda maior unidade da empresa no país com aproximadamente 6.800 trabalhadores, caso confirmada, será a primeira paralisação de sua história. Em 13 anos, esta também é a primeira vez que a empresa oferece uma proposta que se quer corrige a inflação do período e não representa ganhos reais.
Para o presidente do Stia-Toledo, João Moacir Lopes Belino, a decisão da empresa só veio ratificar o que a maioria esperava. “As negociações desse acordo coletivo começaram bastante conturbadas e a empresa já dava sinais de que pouco iria oferecer ao trabalhador. É uma situação lamentável, porque todas as outras categorias tiveram reajustes acima da inflação e nesta que é uma das maiores empresas mundo o trabalhador está sendo desvalorizado. É um absurdo”, desabafou.
A principal briga do Sindicato é por um reajuste linear que atenda todas as classes de salários, ao contrário do que a empresa ofereceu com aumentos escalonados e com pagamentos de variáveis, que na opinião do Sindicato nada mais é do que um mecanismo para que metas de produção e vendas sejam atingidas. “É bem fácil para empresa fazer uma proposta como essa. É como dizer ao trabalhador que ele tem que trabalhar dobrado se quiser receber o aumento que é de direito”, conclui o dirigente sindical.
Segundo João Moacir, o trabalhador precisa se unir nesse momento, pois, sua força será determinante para que o movimento alcance seus objetivos. Do contrário, a empresa é que sairá ganhando. “Não é uma luta apenas do Sindicato ou de uma ou duas pessoas, é de toda uma categoria e agora é hora de mostrar o quanto somos importantes e se engajar nessa luta. Somente unidos é que seremos fortes”, disse.