A situação foi exposta em audiência com prefeitos, entre eles o de Toledo Beto Lunitti, vereadores, secretários municipais de saúde, corpo clínico e funcionários, 20ª Regional de Saúde, representantes de planos de saúde e Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar). O superintendente da Hoesp, Thiago Daross Stefanello, detalhou as receitas e despesas do hospital, o acúmulo de dívidas, e a necessidade de alocação de recursos para custeio de forma urgente a evitar o encerramento completo das atividades.
“Esta situação é recorrente há anos e só se agrava, pois a população aumenta e os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde também, o que eleva a dívida do hospital em valores que oscilam entre os R$ 500 mil e R$ 600 mil a cada mês”, explicou. O déficit é causado, principalmente, pelos valores pagos pelas diárias da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo o diretor geral de Saúde de Toledo, Fernando Pedrotti, o Governo Federal repassa uma diária de R$ 472,00 por leito de UTI. A luta é que este valor chegue aos R$ 800,00. “É o valor pago pelo Ministério da Saúde para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e para as regiões metropolitanas de Curitiba e Londrina, no Paraná”, comentou. Somente este aumento de repasse referente aos leitos de UTI equilibraria as contas do hospital.
Em viagem a Brasília no mês de janeiro num encontro articulado pelo prefeito Beto Lunitti e com a participação dos deputados federais Sérgio Souza, Alfredo Kaefer, Dilceu Sperafico e Leandre Dal Ponte e demais prefeitos da região, a habilitação dos leitos de UTI e o aumento dos valores repassados à Hoesp foram tratados com o ministro da Saúde Marcelo Castro.
Para Beto Lunitti, o Estado e a União precisam cumprir com os seus deveres e ele acredita que mais uma vez os municípios precisarão intervir. “Nossa proposta aos prefeitos do Ciscopar é de mais uma vez, dentro da legalidade, os municípios aportem recursos até uma solução definitiva”, disse Beto. Ainda durante o encontro, o prefeito de Toledo contatou os deputados federais que participaram da audiência com o ministro da Saúde em janeiro, solicitando uma nova conversa já na próxima semana.
A atitude demonstrou a preocupação de Beto Lunitti com o assunto. “A superintendência expôs uma situação que levará a entidade ao fechamento já no mês de abril caso nada aconteça. Em Toledo fizemos uma opção pelas políticas de saúde e vamos manter o nosso compromisso com esta escolha. No que depender do nosso Governo, o Hospital Bom Jesus continuará atendendo a população”.
O encontro, na opinião de Stefanello, foi produtivo, pois gerou uma rápida mobilização dos prefeitos, Governo Estadual e Governo Federal. "Vamos aguardar o desdobramento daquilo que passamos hoje, dependemos do equilíbrio financeiro para poder manter o pagamento dos plantões do corpo clínico e do salário dos funcionários", frisou o superintendente.