Segundo o presidente do Stia-Toledo João Moacir Lopes Belino, o Sindicato tem autonomia para não realizar uma nova Assembleia porque entende que as propostas não representam avanços salariais e aceitar isso seria retroceder já que o histórico de negociações dos últimos 12 anos mostra que sempre houve ganhos reais e agora a luta é para chegar apenas no INPC que é de 10.33%.
“Essa proposta de aumento escalonado desvaloriza o trabalhador. Não podemos aceitar que uma empresa que ganha lucros milionários ao suor do chão de fábrica, nos imponha essa proposta como se fosse à única alternativa, pois sabemos que não é”, disse o dirigente.
De acordo com o presidente, o sindicato respeita a vontade dos trabalhadores, no entanto, a grande questão não é realizar ou não uma nova assembleia e sim, ter uma proposta interessante para levar para apreciação. “Quando existe proposta que reconhece o esforço do trabalhador, o Sindicato não se opõe em levar para Assembleia, mas dessa forma, que consideramos uma imposição da empresa, não têm condições de levar”, disse o presidente ao lembrar que os trabalhadores já rejeitaram uma proposta por maioria no dia 20 de janeiro.
Antes ainda da tentativa de greve no dia 1º de fevereiro, grupos de empregados da empresa entregaram fichas de um abaixo assinado solicitando uma nova assembleia. O documento foi repassado na empresa por supervisores, mas a maneira que as assinaturas foram colhidas gerou questionamentos pelo Sindicato. “Pode ter havido pressão? Pode, mas independente disso, essa prática é considerada antissindical e por isso nosso departamento jurídico está tomando todas às providencias”, disse João Moacir.
DECISÕES CONJUNTAS
Em reunião nesta semana envolvendo todos os presidentes de sindicatos do Paraná com BRF em suas bases e representantes da Federação dos Sindicatos da Alimentação (FTIA), os líderes sindicais definiram que todas as decisões tomadas a partir de agora em prol do reajuste serão conjuntas.
“Essa não é uma luta apenas na unidade de Toledo. As unidades de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Carambeí, Paranaguá e Litoral e Ponta Grossa também vivem a mesma situação, então, é importante que lutemos alinhados no mesmo objetivo”, afirmou João Moacir.