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GERAL

Empresários voltam às ruas contra a corrupção e a carga tributária, mas não devem pedir o impeachment

O mote da paralisação será contra a corrupção, pela moralidade da gestão pública e apoio a Lava Jato

31/03/2016 - 12:08


A Associação Comercial e Empresarial de Toledo esteve reunida com outras entidades da sociedade civil, na manhã desta quinta-feira (31), para definir uma paralisação para o dia 6 de abril. O objetivo da mobilização não é pedir o impeachment da presidente Dilma, mas para levar as ruas demandas do setor produtivo aos governos municipal, estadual e federal. Contra a carga tributária, apoiar as 10 Medidas Contra a Corrupção e a operação Lava Jato com a punição de todos os envolvidos.

A paralisação será na quarta-feira, dia 6 de abril, das 11h às 12h. “Vamos descer a Barão do Rio Branco, onde as empresas vão parar e os funcionários irão para as ruas. O momento econômico é prejudicado pelo momento político. Queremos que as mobilizações continuem para que se resolva esta questão política. Somos a favor da Lava Jato e queremos que se defina o quadro político, para que o Brasil possa crescer”, defendeu o diretor Institucional da Acit, Jefferson Paulo Martins, porém ele destacou que a solução defendida por eles não é o impedimento da presidente Dilma. “Vamos ir para as ruas com questões municipal, estadual e federal. Queremos que o Brasil volte a crescer. A questão política gera a incerteza econômica, mas não somos a favor do impeachment, queremos que a coisa seja resolvida doa a quem doer, dentro do processo democrático, e que a Lava Jato tenha o apoio necessário. Estamos apoiando as investigações do Ministério Público e que seja punido quem deva ser punido”, afirmou o diretor.

O presidente da Acit reafirmou os objetivos da entidade com a paralisação. “Não é a favor do impeachment, mas a classe produtiva não aguenta mais pagar tanto imposto, não é contra o governo federal esta nossa indignação, é também contra nosso governo estadual e municipal. O que a gente quer é trabalhar, produzir e pagar nossos impostos de uma maneira justa, de forma que os governos possam nos retribuir de alguma forma. Tem muitos empresários que querem demonstrar esta indignação e é por conta disso que estamos pedindo o apoio de todas as entidades a esta mobilização”.

No debate outras propostas surgiram, como a da presidente do Observatório Social, Rita Guerro Klein que defendeu a ampliação da pauta de mobilização. “Devemos defender as 10 Medidas Contra a Corrupção, que serão um marco para o Brasil no combate a corrupção. E defendo que seja incluída a pauta municipal de apoio ao Promotor Sandres Sponholz que propôs um Termo de Ajustamento de Conduta a Câmara de Vereadores para que aquela Casa volte atrás da sua decisão de reajustar os salários dos vereadores e secretários municipais”.

O Projeto das 10 Medidas Contra a Corrupção reuniu 2 milhões de assinaturas em todo o país e foi entregue em Brasília na quarta-feira (30).  Entre as propostas do Projeto está o fim do financiamento privado das campanhas. O financiamento privado foi aprovado pelos deputados federais, na proposta de reforma política, no entanto, a presidente Dilma vetou este item, nesta última semana.

No debate foi destacada a necessidade do cuidado com o diálogo com os funcionários, pois o apoio ao movimento deve ser voluntário. Alguns empresários manifestaram a preocupação de que a maioria da população não se posicionou sobre os acontecimentos no Brasil, que não há uma unanimidade sobre os desfechos políticos no país. “A grande massa, não está nem de um lado, nem de outro”, alertou um empresário.

A mobilização acontece no dia 6 de abril, das 11h às 12h. A concentração deve acontecer na Barão do Rio Branco, esquina com a Nossa Senhora do Rocio e encerrar na Praça Willy Barth. O mote da campanha é “Fechar por uma hora, para não fechar para sempre”.

Reflexão

Diversas mobilizações contra e a favor ao o impeachment da presidente Dilma tem ocorrido no país. O desafio da sociedade é entender que a corrupção é sistêmica e precisa de soluções que de fato resolvam o problema. A lista da Odebrecht mostrou o envolvimento de políticos de todos os partidos, o que comprova que a corrupção já faz parte do sistema político, ou seja, ou muda o sistema ou não muda nada. As 10 Medidas Contra a Corrupção certamente apontam o caminho.

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