Bastante concorrido, o evento contou com a presença de representantes regionais, nacionais e de outros estados (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) dos ostomizados, além de autoridades locais. Mesmo distante, participando da XIV Marcha dos Prefeitos em Brasília, o prefeito José Carlos José Carlos Schiavinato, saudou os presentes por telefone. “Neste momento, estamos aqui, no Ministério da Saúde, conversando sobre os recursos para o Hospital Regional”, pontuou o prefeito, destacando a constante preocupação da administração municipal em oferecer melhores condições às pessoas fragilizadas por motivos de saúde.
Ostomizados são os pacientes que passam por um procedimento cirúrgico que desconecta trecho do tubo digestivo, do aparelho respiratório, urinário, ou outro para a abertura de um orifício externo, por onde um tubo será ligado. “Este problema pode atingir a qualquer idade, obrigando o uso da bolsa de ostomia por um período temporário ou permanente dependendo do caso”, elucidou o presidente da Associação, José Valmir Lang, classificando a conquista da sede própria como um exemplo a ser seguido pelo Brasil inteiro. “Esta realização resulta do esforço de muitos, trabalho inclusive do corpo inteiro da prefeitura, que conseguiu incluir em seu orçamento o custo para esta sede. Foi um sacrifício e sei que muita vezes agi como um piolho na cabeça do prefeito e dos servidores”, brincou Lange, que há doze anos está à frente da Associação.
O vice-prefeito, Lúcio de Marchi, classificou o evento como um motivo especial para a cidade e comentou a escolha do senhor Balduino para batizar a sede dos ostomizados. “Pita, como era popularmente conhecido, deixou um legado extraordinário e acalentava o sonho de uma sede própria para os ostomizados, onde os pacientes pudessem ter atendimento digno e humano”, destacou Lúcio, explicando que o investimento de R$ 140 mil foi aplicado para adaptar o espaço às novas atividades.
Presentes a inauguração, as duas filhas de Balduino, Carmem e Clair, emocionaram-se com a homenagem ao pai. “Ele tinha um grande envolvimento com a associação, sempre procurando ajudar os que mais precisavam”, afirmou Clair Dieterich, considerando justa ao pai, ostomizado, que faleceu em setembro do ano passado. “Ele era uma pessoa que perseguia seus objetivos e deve estar feliz com o fato dos ostomizados agora terem uma sede própria”.
Atendimento psicológico
Na sede própria, acontecerão reuniões e treinamentos, além do fornecimento da bolsa para os ostomizados, antes feita no Consórcio Intermunicipal de Saúde (Ciscopar). O local atenderá mais de 200 ostomizados de 18 cidades diferentes, sendo que cerca de 1/3 dos pacientes moram em Toledo. Entre as novidades, está o atendimento de enfermagem e psicológico, que funcionará durante as reuniões periódicas da associação. “O ostomizado, como qualquer pessoa que recebe um diagnóstico médico, tende a passar por um estado de negação, podendo chegar até a um estado depressivo”, explica a psicóloga Glorete Lenzi, que atenderá, a partir de junho, sempre na segunda quarta-feira do mês os ostomizados. “Inicialmente há um receio quanto à intimidade e uma certa restrição da sexualidade, o que não é verdade. Existe um tempo de adaptação para que o paciente passe a conviver com esta nova situação em sua vida e reconquiste a autoestima”, analisa Lenzi com a experiência de quinze anos neste tipo de tratamento.
Da Assessoria - Toledo
