Nascido na capital alemã de 1932, Berlim, Claus desembarcaria um ano depois no Brasil, sendo criado em Apucarana (PR). Hoje, deficiente visual em decorrência de uma necrose na retina em 2005, o autor divide-se entre sua fazenda em Ouro Verde e a residência em Toledo. “Sempre fui curioso e principalmente encantado pelas estrelas”, recorda o autor, apontando que o livro traz esta veia de pequeno cientista e as peripécias protagonizadas ao lado da sua amada égua Cigana.
Mais do que palavras autobiográficas, a publicação impressiona o professor Valdir José Pagliarini pela linguagem. “É fluente e cativante, por vezes poética”, analisa o especialista em língua e literatura. Há trechos líricos no livro como “outra vez achei uma pedra linda, toda amarela, assim cor de blusa de bem-te-vi, do tamanho de uma laranja”, cita Pagliarini, que também é membro da Banca de Correção da Redação da Unioeste.
Segundo a diretora da biblioteca pública, Nancy Bragato Futagami, obras assim semeiam uma geração com os olhos voltados aos livros. “É o trabalho dos escritores que cria os futuros leitores” explica Futagami, deixando claro que o espaço da biblioteca seguirá aberto no incentivo à produção local. ”Sabemos das dificuldades de se publicar no país, sendo nosso dever apoiar este esforço”. O professor Pagliarini recomenda a leitura de “Infância sem Fronteiras” como obrigatória aos que desejam saber sobre os remotos tempos da colonização e para quem gosta de aventuras e ama a vida e seus segredos. No fundo, como pensava o conterrâneo de Claus, o filósofo Joahann Goethe, a vida nada mais é do que a infância da imortalidade.
Da Assessoria - Toledo
