A Extraordinária é resultado de uma ação vencida pela empresa na justiça e acontece depois que o Sindicato também teve recurso que pedia anulação da decisão negado pela justiça. Com a determinação, será votada a proposta de reajuste que oferece 8,33% linear, excluindo os cargos de supervisores e superiores. Segundo o sindicato este percentual representa uma perda de 2% comparada ao INPC do período de 10.33% e de 2,5% comparado ao que a Entidade reivindica através de uma ação que tramita na Justiça do Trabalho.
Desde o início dessa semana, o Sindicato se articula para que a proposta seja reprovada, como aconteceu no dia 20 janeiro, oportunidade em que a empresa pretendia pagar aumentos escalonados.
Segundo o presidente do Sindicato da Alimentação de Toledo João Moacir Lopes Belino, que participou nesta quarta-feira, 22, de reunião com diretores da BRF para tratar de detalhes da Assembleia, a presença dos trabalhadores na votação é fundamental. "O que está em jogo não é apenas um salário, mas de toda a uma categoria. Os trabalhadores precisam avaliar se querem dizer sim e aceitar as perdas impostas pela empresa ou dizer não e deixar que a justiça julgue essa ação. É importante saber que temos uma audiência na Justiça do Trabalho marcada para o dia 30 de junho e o que reivindicamos são ganhos reais para todas as classes de salários dentro da empresa”, explica João Moacir.
PRESSÃO
Segundo o Sindicato os trabalhadores estão sendo pressionados. "Desde o anúncio da Assembleia Extraordinária, vários trabalhadores têm denunciado abusos e pressões sofridas de chefias nas linhas de produção da empresa. A recomendação do Sindicato é para que esses procurem o Ministério Público que tomará as providencias em caso de assédio moral".
O dirigente Sindical crítica a postura da empresa. "Algumas as práticas cometidas pela empresa, são consideradas antissíndicais e servem para pressionar os trabalhadores, não fazem sentido e estão causando efeito contrário. Até mesmo o plano de saúde que é uma autogestão da BRF, existe ameaça de corte e querem colocar na nossa conta, caso os trabalhadores digam não a proposta. Ou seja, isso não tem e nunca teve a ver com o Sindicato, pois o plano de saúde não consta na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e é obrigação apenas da empresa”, explica João Moacir.