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SAÚDE

Jovem que morreu na UPA recebeu atendimento na rede privada

Uma dor na perna direita e vômito levaram Samara a UPA, na sequência internamento no hospital privado e uma aparente melhora, após suspeita de sepsia e a morte da jovem

09/08/2016 - 17:28


No dia 27 de julho, a jovem Samara Fatima procurou o serviço médico da Unidade de Pronto Atendimento de Toledo – UPA, a queixa era vômito e dor na perna direita. Desde então Samara buscava um diagnóstico que justificasse as dores que sentia. Foi medicada na UPA e realizou exames, teve alta no dia seguinte, sem uma resposta. Com o agravamento do quadro buscou a rede hospitalar particular, no qual ficou internada por algum tempo e posteriormente teve alta hospitalar. Mas Samara voltou ter seu quadro agravado, uma nova consulta com médico particular, apontou o prenuncio do pior suspeita de sepse. O médico encaminhou a jovem de volta para a UPA com uma carta indicando a necessidade de internação. Samara chegou até a Unidade com carro próprio, apesar do quadro gravíssimo. Na falta de leitos no Hospital de Referência foi na UPA que ela recebeu o atendimento emergencial, mas não resistiu e morreu no início da noite de segunda-feira (8).

Samara Fatima usou a rede social para registrar o seu drama. O primeiro relatando tratou do atendimento da médica plantonista.  “Desabafo nunca precisei reclamar sempre fui bem atendida...mas ontem passou dos limites
Comecei com dor na perna direita e um pouco febre..tá fui pra upa fiz a pra consulta e fui aguardar a chamada da medica..E demora eu torcendo e chorando de dor e nada,até que minha prima vou falar com as moças dai fui pra pra consulta de novo e as moças disseram que esqueceram de passar eu pra medica pronto começou bem ne...Dai consultei com a que diz ser medica Dra.Silvia,pediu o que tinha eu falei e soltou gargalhada me mandou tomar soro e medicamento,ta e eu chorando de dor..Dai voltei na reconsulta e não tava bem ela me deu mais medicamento,fui tomar e minha mãe tava junto comigo,eu chorando,torcendo de dor,febre,rosto vermelho,peito pulando,minha mãe foi falar com a medica ela expulsou minha mãe do consultório não quis nem saber...minha mãe ficou me alisando e me abraçando ela falou:"meu Deus to vendo minha filha morrendo"..Dai voltei pro consultório ainda com dor,a medica fala que a solução pra mim era arrancar a perna e que não podia medicar mais..E com mto esforço ela me internou..mas não descobriu..Agora to em casa..minha mãe ficou com trauma do jeito que aquele trem a tratou...mas a equipe de enfermagem ta de parabéns..Agora é só aguardar os próximos capítulos todos falam que a pendice mas a Dra. Riu e disse que nunca.. mas mãe não descarta que é a pendice...
Enfim so aguardar pra ver...Obrigada minha mãe meu tudo...te amo...” (sic).

A jovem lamenta o atendimento médico, mas ressalva a atenção da equipe de enfermagem da UPA. Ao denunciar o atendimento da médica, outras pessoas na rede social comungaram da mesma opinião sobre a profissional. Na Secretaria de Recursos Humanos da prefeitura a informação é de que até o momento não houve formalização sobre a conduta médica, mas de relacionamento. A forma pela qual a médica trata as pessoas e que a mesma já sofreu penalidades previstas no estatuto do servidor em casos anteriores.

Samara buscou uma resposta na rede privada onde foi internada no Hospital Campagnolo. A jovem usou a rede social, para mais uma vez se manifestar. Desta vez agradece a equipe médica e diz que está em casa melhor. No final de semana ela tem o quadro agravado e na segunda busca mais uma vez a rede particular que encaminha a jovem para a UPA já com suspeita de sepsia.

A jovem chegou à UPA em carro da família já com sinais de agravamento do quadro, insuficiência respiratória e outros sintomas de choque séptico que culminaram em duas paradas cardiorrespiratórias e em seguida foi a óbito.

Apesar do agravamento da jovem ter ocorrido na rede privada a Secretaria de Saúde emitiu uma nota sobre os procedimentos realizados no serviço público e sobre o quadro que a Samara chegou à UPA na segunda-feira.

Leia nota na integra

Nota de Esclarecimento

A Secretaria de Saúde de Toledo esclarece caso de óbito ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento Doutor José Ivo Alves da Rocha, a UPA da Vila Becker, na segunda-feira (08). A paciente deu entrada no dia 27, às 17h11, queixando-se de vômito e dor na perna direita, sendo medicada. Por não apresentar melhoras foi encaminhada para observação para realização de exames laboratoriais.

No dia 28, o médico do setor de observação reavaliou a paciente e como os exames não apresentavam quadro de infecção e em virtude da queixa de dor na perna encaminhou a paciente para especialista suspeitando de um problema ortopédico. Segundo relato dos familiares, após o atendimento na rede pública, a paciente procurou um hospital particular onde permaneceu internada até a sexta-feira (05). Em rede social a própria paciente relatou melhoras e alta hospitalar.

Na segunda-feira (08), após consulta em médico particular a paciente foi novamente encaminhada a UPA pelo profissional, com transporte próprio e uma carta de referência, solicitando internamento, dando entrada às 11h21 com suspeita de sepse (uma condição com risco de vida, causada por um agente infeccioso – bactérias, vírus ou fungo. A infecção afeta todo o sistema imunológico, desencadeando uma reação que pode provocar uma inflamação descontrolada no organismo, chamada popularmente de infecção generalizada).

A paciente, na ocasião, apresentava sudorese, insuficiência respiratória e outros sintomas de choque séptico que culminaram em uma parada cardiorrespiratória (PCR), ocorrida às 12h30. Foram realizadas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar por cerca de 30 minutos e a situação foi revertida.

Conforme protocolo, foi realizada a solicitação de internamento, com vaga zero, em contato com o hospital de referência e também o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).  Entretanto, a situação clínica da paciente (instável hemodinamicamente) impedia a transferência para unidade hospitalar.

Às 19h15 ocorreu outra PCR, com manobras sendo realizadas por 40 minutos, desta vez sem sucesso. A direção da UPA afirmou que todos os procedimentos realizados no local foram registrados no prontuário da paciente e estão à disposição dos órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos.

 

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