O mercado de trabalho exige hoje qualidade e raridade de trabalho, com pessoas múltiplas, capazes de fazer muitas coisas, com qualidade, adaptando-se às novas exigências e realidade do mercado. A afirmação é do professor Nailor Marques Júnior, com mais de 2000 mil palestras realizadas em diferentes partes do país e cerca de 30 livros publicados. Ele foi um dos convidados da Semana Acadêmica dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Unipar e do projeto Educação Empreendedora, para falar sobre o tema “Atitudes Empreendedoras”, nesta segunda-feira (31) no auditório da Unipar, unidade de Toledo.
Segundo ele, nos últimos cinco anos o Brasil perdeu 12 milhões de postos de trabalho, que irão voltar, no futuro, porém de outra forma.“Aquele emprego que você tinha não volta mais. As empresas aprendem rapidamente a colocar máquinas para fazer serviços repetitivos. A pessoa tem ser criativa para continuar no mercado e conseguir um novo posto bacana”, alertou ele. “As empresas querem que você produza e se você for feliz, melhor para você. Se você quer ser feliz, mas não produzir, terá que ser fora da empresa”, acrescentou ele, cobrando dos acadêmicos e profissionais uma atualização permanente. “O mercado quer pessoas múltiplas, pessoas que saibam se virar. Esta é a verdade. Se você sabe futebol, mas o jogo é basquete, aprenda a jogar basquete, ou você vai ficar fora do jogo”.
Para ele, existem duas questões equivocadas em relação a ser empreendedor. “Empreender não é ser dono de um negócio, empreender é toda a pessoa que é capaz de tocar uma empreitada, é o aluno que se dedica mais, que vê a sua condição de estudante como uma carreira, que ele tem que se empenhar para aproveitar o melhor, o máximo de conhecimento para a sua formação. Além disso, completou, outro equívoco está em que empreendedor é uma pessoa de sucesso. Segundo ele, o sucesso vem dos erros e acertos e empreendedor é aquele que aprende com erros e acertos e tem ao final um saldo positivo das coisas que executou. Ele se considera um empreendedor e disse que antes da posição de destaque atual faliu quatro empresas, mas não se deixou abater por estes resultados e buscou novos desafios. “Com erro ou acerto, é preciso dar um salto mais para frente e trabalho para que os alunos entendam que podem fazer isso já na universidade. É um erro pensar que o começo da carreira é depois do término da universidade. Ela acontece já no ensino médio, quando o estudante começa a direcionar interesses”, completou.
O professor avalia que o momento atual é um pouco complicado para os jovens, que vivem a falsa ideia de felicidade instantânea, vendida pelos meios de comunicação e redes sociais a partir da década de 90,que prometem fórmulas prontas para fazer determinadas coisas.”Não tem fórmula pronta para nada. A fórmula é viver e você não vai ser feliz enquanto não fizer. A vida não te deve nada. Vá em busca daquilo que você quer. As pessoas acham que o mundo é uma entidade física, responsável por dar bem estar, felicidade. Se você quer ser feliz, trabalhe por isso. Não tem pai, mãe, ninguém que vai fazer isso por você. Faça você”, ensinou ele. “Você vai colher o que plantar e se colher algo que não plantou está roubando de quem o fez”, acrescentou.
Para o professor, que trabalha para grandes corporações, a crise brasileira mais difícil já passou, segundo indicam números atuais, com a volta do crescimento das bolsas, queda do dólar, aporte de novos investimentos japoneses e chineses no Brasil, indicando um aumento do grau de confiança no país. Ele acredita que batemos o fundo do poço e agora estamos voltando a subir, mas o crescimento do país ainda deverá demorar mais um pouco. “Voltar aos patamares antigos é uma coisa, crescer realmente vai demorar um pouco mais. Acredito que a partir de 2020 voltaremos a trabalhar para crescer”, avalia ele.
