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CIDADANIA

Estudantes da UFPR fazem sugestões para melhoria de condições de acessibilidade a pedestres no Centro Politécnico

O documento, orientado pela professora Marcia de Andrade Pereira Bernadinis, faz uma análise da atual situação e propõe ações para a melhora desta condição.

04/07/2018 - 14:30


Um grupo de estudantes do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano (PPU) entregou à Superintendência de Infraestrutura (Suinfra) um relatório técnico abordando as condições de acessibilidade para pedestres no campus Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O documento, orientado pela professora Marcia de Andrade Pereira Bernadinis, faz uma análise da atual situação e propõe ações para a melhora desta condição.

Marcia conta que a ideia do relatório surgiu em uma disciplina do PPU. “Normalmente o planejamento urbano é mais voltado para a estética das cidades, muitas vezes deixando de lado o olhar para o pedestre. Então abordamos esse quesito na disciplina e decidimos realizar um estudo de caso com o Centro Politécnico”. O grupo fez a análise do campus levando em conta a maneira que o espaço se encontra para os pedestres nos quesitos conforto, atratividade, iluminação, material do piso e outros aspectos, atendendo não só os pedestres de maneira geral, como as pessoas com mobilidade reduzida, a exemplo de cadeirantes e idosos.

A entrega do documento à Suinfra tem o propósito de chamar atenção para a questão e construir, em conjunto, planos de ação que possam modificar as condições. “A intenção é tornar o Centro Politécnico um centro de referência em mobilidade urbana e atendendo as necessidades das pessoas com mobilidade reduzida. A parceria com a Suinfra possibilita que sejam providencias as ações mais imediatas”, explica a professora.

O superintendente de infraestrutura, Sérgio Braga, acolheu o relatório e se comprometeu a analisá-lo com bastante atenção. “É um desafio grande, pois estamos falando de prédios construídos em épocas completamente diferentes, com filosofias arquitetônicas diferentes e que precisam ser trazidos para a nossa realidade atual na medida do possível e dentro dos nossos recursos. Há uma demanda da sociedade no sentido de que as edificações sejam adaptadas e essa demanda precisa ser atendida”, afirma.

Felipe Perretto, arquiteto e urbanista e estudante do PPU, comenta sobre a descoberta feita pelo grupo com relação à importância que deve ser dada à acessibilidade dentro das instituições. “A legislação específica é muito ampla e não tem um foco sobre acessibilidade dentro das instituições federais. Assim, nós elencamos dez orientações presentes em um plano de ação que envolve universidade e comunidade acadêmica. Esperamos que este plano seja colocado em prática em curto prazo”.

Conclusões do relatório

O grupo executou cinco métodos diferentes de avaliação de nível de serviço dos espaços para pedestres. O resultado apontou para o nível de serviço D, ou seja, regular. Entretanto, bastante preocupante, já que a avaliação é feita entre os níveis A a E, representado o nível E a pior situação na escala.

No método que analisa a capacidade das vias de pedestre, o campus obteve um bom resultado, tendo os pedestres espaço suficiente para caminhar sem encontrar obstáculos ou outras pessoas.

Por meio do método Ferreira e Sanches, observou-se que, para os pedestres, os elementos mais importantes na avaliação são segurança contra atropelamentos e acidentes e a manutenção das calçadas. Com relação à segurança, a avaliação foi regular. Contudo, o estado de conservação mostrou que boa parte das calçadas apresenta falhas por desgaste e ação natural, como o crescimento de raízes de árvores que não foram devidamente corrigidas. Outro ponto que interfere é o material petit pavê que compõe a parcela mais significativa das calçadas do campus. A pedra resulta em calçadas irregulares mesmo quando conservadas.

Seguindo o método Calçadas Brasil, constatou-se que a maior parcela das calçadas estudadas não apresenta rampas para cadeirantes ou iluminação adequada para garantir a segurança dos pedestres.

A falta de vagas de estacionamento para deficientes e idosos em local e número adequados e a quase inexistência de piso tátil – ou utilização inadequada deste – foram elementos que afetaram negativamente o resultado da avaliação.

As calçadas por onde diariamente circulam alunos, funcionários e visitantes necessitam de uma série de melhorias que as habilitem a oferecer níveis mais adequados de serviço, com destaque para elementos que permitam a circulação sem prejuízo para pessoas com algum tipo de limitação física, e para as questões relacionadas à iluminação do campus. Assim, o relatório procura apontar os locais onde são encontrados os problemas a fim de indicar soluções e tornar mais adequados os espaços para os pedestres do Campus.

Prognóstico

O documento pondera que a calçada ideal é aquela que garante o caminhar livre, seguro e confortável de todos os cidadãos. Nesse sentido, deve oferecer acessibilidade, largura adequada, fluidez, continuidade, segurança, espaço de socialização e um desenho de paisagem propiciando climas agradáveis que contribuam para o conforto visual do usuário.

Assim, como sugestão o grupo propôs um Plano de Ação para as principais melhorias que devem ser realizadas no campus: consciência e engajamento – a Suinfra deve estar consciente das mudanças a serem implementadas -; coordenação unificada – criação de estrutura administrativa capacitada -; complemento da legislação – criação de dispositivo legal interno de regulamentação-; padrão para as calçadas; material para orientação; controle rígido; fiscalização rigorosa; plano de adaptação; programa de conscientização; e participação cidadã – a comunidade deve zelar pelas calçadas e seu uso adequado, bem como estar vigilante para o cumprimento dos passos.

Acesse o relatório completo.

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