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GERAL

Ciberfeminismo: dizeres em rede sobre a mulher

Pesquisa busca romper com dizeres já estabilizados na memória da sociedade sobre o que é e não é ser mulher

20/08/2018 - 09:27


O projeto “Ciberfeminismo: dizeres em rede da/sobre mulher”, analisa como as mulheres, ao usarem as redes sociais, produzem dizeres de si e intentam confrontar dizeres sobre elas no ciberespaço. A análise é feita a partir de páginas feministas do Facebook.

A pesquisa busca esmiuçar alguns pontos, como um dizer sobre a mulher é formulado e circula na sociedade contemporânea e na rede, buscando romper com dizeres já estabilizados na memória da sociedade sobre o que é e não é ser mulher; como um discurso outro aparece no discurso sobre a mulher e a faz significar; como a designação dada a mulher (santa, puta, vadia, vítima, culpadalivre, recatadabela, machista) funciona nas materialidades analisadas; em que consiste o movimento feminista frente a era digital; como um discurso da violência e da proteção a mulher perpassa os discursos que a interpelam; como a militância se dá no ciberespaço e convida as mulheres a refletirem sobre seu lugar na sociedade; como uma memória sobre a história do movimento feminista funciona na 4º Onda que caracteriza o feminismo em rede; como o ciberfeminismo se constitui no século XXI e produz sentidos às mulheres e à sociedade contemporânea.

A pesquisa teve início em setembro de 2017 e terá conclusão em 2020 quando uma reflexão sobre o modo como as mulheres fazem uso das redes sociais para empoderar-se e produzir um furo no discurso patriarcal e misógino que tanto as violenta será mais amplamente divulgado. Segundo a pesquisa, em um contexto contemporâneo, a temática é extremamente válida e primordial, quando cada vez é mais comum acompanhar casos de violência, intolerância, preconceito, depreciação e humilhação às mulheres. Desde março de 2015, quando a lei que enquadra o feminícidio como crime foi promulgada, só no Paraná mais de 556 casos foram registrados. Isso mostra que esta é uma questão não só de caráter jurídico, mas também social.

Dantielli diz que o objetivo, resumidamente de suas pesquisas, é apontar como os dizeres sobre a mulher, sobre a violência, o preconceito e a proteção são divulgados na gama digital e ao mesmo tempo, silenciados pela sociedade contemporânea. Ademais, analisar como na esfera tecnológica se constrói um discurso da cibermilitância, do ciberfeminismo, que convida toda a população a refletir a ressignificação de “realizar-se um ser humano dentro da condição feminina”.

Dantielli Assumpção Garcia é formada em Letras, mestre e doutora em Estudos Linguísticos, Pós-Doutora pela USP (Ribeirão Preto) e docente do curso de graduação e pós-graduação em Letras, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Dantielli já analisou inúmeros temas em suas pesquisas, tais como gramatização, feminismos, cibermilitância, redes sociais, discursos urbanos, entre outros.

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