A proposta do Laboratório de Educação Positiva do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) é desenvolver na comunidade escolar habilidades de bem-estar, complementando e fortalecendo os processos de ensino e aprendizagem. A ideia é transformar escolas em instituições positivas e, consequentemente, tornar alunos mais felizes e com melhor desempenho. Esse processo começa com a sensibilização de professores e equipes pedagógicas de Foz do Iguaçu e municípios da região da Bacia do Paraná 3 sobre o tema, por meio de oficinas iniciadas na última semana.
A Educação Positiva é baseada no bem-estar e o desenvolvimento emocional dos estudantes – meta que vai ao encontro da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que traz algumas de suas competências gerais com foco no desenvolvimento de habilidades emocionais. Nessa primeira etapa de atuação do Laboratório do PTI, participam cerca de 100 pessoas, entre professores, pedagogos e funcionários das secretarias municipais da Educação.
O gerente do Laboratório de Educação Positiva, Kristian Sgorla, conta que, nessa primeira fase do projeto, 24 dos 29 municípios que compõem a Bacia do Paraná 3 (BP3) aderiram à sensibilização. Esses municípios foram divididos em três núcleos, e cada um deles vai participar de quatro encontros, com duração até novembro deste ano. Os primeiros encontros aconteceram em Foz do Iguaçu, Toledo e Pato Bragado. Os grupos, formados por pedagogos, professores, psicólogos e outros profissionais ligados à Educação, vão conhecer a teoria do bem-estar, que é a base da Educação Positiva, e vivenciá-la para que possam aplicá-la no dia a dia.
A intenção do Laboratório é complementar a metodologia tradicional de ensino, com uma nova abordagem educacional. O gerente do Laboratório ressalta que o objetivo é promover uma mudança de cultura nas escolas, a fim de que haja preocupação com a inteligência emocional dos alunos, além da intelectual. “Dentro da missão do PTI de promover o desenvolvimento sustentável da região, estaremos sempre pesquisando e apoiando novas metodologias educacionais”, afirma o diretor superintendente do Parque, Jorge Augusto Callado.
A abordagem da Educação Positiva é baseada em dois pilares: a Psicologia Positiva e a Investigação Apreciativa. A primeira propõe uma mudança de paradigma em relação à psicologia tradicional, em que são identificadas as forças de caráter de um indivíduo e oportunidades de uso para incorporá-las no dia a dia.
A investigação apreciativa propõe uma nova forma de resolver os problemas em uma organização, em que primeiro se aprecia o que de melhor existe naquele contexto, visualizando um futuro ideal para, depois, planejar e executar ações visando a alcançar esse objetivo.
Expectativas
As professoras Beatriz Martins e Luciene Lemes Alves, da escola Professora Suzana Moraes Balen, do Jardim Califórnia, em Foz do Iguaçu, estão com boas expectativas sobre a sensibilização em Educação Positiva. Beatriz já tinha feito algumas leituras sobre o método e espera terminar os encontros mais motivada, mais animada e com mais conhecimento. “Quando as crianças recebem estímulos negativos, não rendem tanto”.
As professoras estão preparadas para inverter essa lógica, não apenas com os alunos. Luciene ainda não conhecia a Educação Positiva, mas acredita que aceitar e respeitar as limitações e a personalidade do outro é a base para melhorar as relações interpessoais.
No próximo ano, os participantes da sensibilização vão receber uma formação online sobre Psicologia Positiva, visando a aprofundar os conhecimentos apresentados durante os encontros da sensibilização. A ideia, conforme o gerente do Laboratório, é construir junto aos professores e a equipe pedagógica uma proposta em conjunto para aplicar a abordagem nas escolas e salas de aula.
