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CULTURA

Irmãos Sabatino: Esporte aliado à arte traz diferencial a projeto

Atletas unem ginástica rítmica ao circo

28/09/2018 - 17:24


Aliar o esporte à arte foi o caminho seguido pelos Irmãos Sabatino, ex-atletas de Ginástica Artística, para fazer a diferença no trabalho da companhia. Depois de enfrentar dificuldades com falta de estrutura e patrocínio, os irmãos Martin e André, que eram atletas de Ginástica Artística, resolveram seguir outro caminho por volta dos 20 anos de idade. Aproveitando o conhecimento e a técnica que o esporte lhes proporcionou, eles iniciaram pesquisas na área circense, uma performática e outra na comicidade, passaram por diversas companhias e experiências, antes de formar, em 2008, a própria companhia: Os Irmãos Sabatino.

Em 2016, o grupo esteve na Europa e desde então participou de diversas apresentações internacionais, incluindo temporadas na Venezuela, Bélgica, Holanda, Suécia e Uruguai, de onde acabam de retornar, depois de passar 10 dias participando do Festival Internacional de Circo. “Juntar o esporte ao circo é sensacional, uma sincronia perfeita. Tem a dificuldade técnica desportiva, que tem habilidades muito específicas e de dificuldades de execução, com a possibilidade de mesclar atributos de comicidade, dramaturgia ou outros. A junção do esporte com a arte foi um dos fatores que fez o nosso diferencial e vejo que o Circo da Alegria também está apoiando-se neste pilar, com a experiência da Ginástica Rítmica. É muito positiva esta mescla do esporte com a arte”, disse ele.

O grupo veio direto do Uruguai onde permaneceu por dez dias, fazendo espetáculos. Foram cinco apresentações que reuniram multidões de pessoas. “Ficamos muito impressionados com o carinho dos uruguaios, que aceitaram muito bem nossa linguagem, e também com o Festival Internacional de Circo, pelo grande número de pessoas envolvidas na organização e pela participação do público. Os eventos reuniram multidões com 1,5 mil a 4 mil pessoas. Foram cinco apresentações com milhares de participantes. Foi uma experiência espetacular”, destacou Martin.

Segundo ele, o processo foi semelhante ao realizado em 2016, quando a cia realizou uma de suas primeiras experiências internacionais. A preocupação na época era quanto a aceitação da linguagem proposta, que prevê mostrar um pouco da alegria e do calor humano do povo latino americano, que foi muito bem aceita. A internacionalização, acrescenta ele, vem do desejo do grupo de viajar e conhecer outros países, utilizando o conhecimento e a pesquisa circense como ferramenta, além da busca de novos mercados. Os resultados, segundo ele, estão sendo muito positivos e aceitação do trabalho, excelente.  “Levamos uma mensagem muito forte de que é necessário fazer o amor e não a guerra, de ser feliz, renovando o encantamento das pessoas. Realmente estamos encantando e isso mostra que estamos no caminho correto”, enfatiza.

Presença em Toledo

Apesar da agenda cheia, que inclui ainda neste ano diversas apresentações em São Paulo, o grupo encontrou espaço para vir a Toledo. Os contatos foram feitos com o coordenador da XII Mostra V Festival e do Circo da Alegria, Dado Guerra, através do Circo do Futuro, uma rede latino-americana que visa levantar recursos e encontrar agentes estratégicos latino-americanos para fomentar a pesquisa e melhorar o fazer artístico na América Latina, e durante o Festival Internacional de Circo, em São Paulo. Dentro desta linha, o grupo mantém também em São Paulo um Centro de Apoio à Qualificação da Linguagem Circense, que atende profissionais ou semiprofissionais, auxiliando na qualificação dos artistas, ensaios, melhoramento dos espetáculos e busca de uma linguagem própria, de acordo com características e interesse do artista. Eles também auxiliam nos processos de gestão, para que o que for produzido vá de encontro aos anseios do artista e também seja absorvido pelas pessoas. “Se for possível construir esta ponte, o sucesso é fato”, garante.

O Centro se mantém com recursos públicos, oriundos de projetos e emendas, e traz profissionais de diversas áreas inclusive internacionais para qualificação dos artistas inscritos. Estes profissionais, explica Martin, participam sem qualquer custo, depois de aprovados em um processo de seleção. ”Aqui vocês fazem um trabalho de formação cidadã, de instrumentalização das atividades circenses, de desenvolvimento de características de resiliência para suportar as mais diferentes adversidades. Nós complementamos implementando a formação, provocamos os artistas para que eles encontrem uma linguagem própria para deixar a sua mensagem ao mundo”.

Impressionado com o grande número de crianças e adolescentes que participam dos projetos sociais em Toledo e região, Martin Sabatino destacou que na região percebeu algo mais amplo e mais completo, com um trabalho artístico e dramatúrgico além das habilidades circenses. Ele acredita que os projetos sociais de circo são fundamentais para auxiliar na formação cidadã, trabalhando as pessoas para sair com uma bagagem, experiência e resiliência capazes de suportar as mais diferentes adversidades, e para descobrir novos talentos que vão dar sequência ao trabalho. “Deste molho, sempre saem artistas que vão dar continuidade à atividade circense”.

A XII Mostra de Circo Social de Toledo e o V Festival Nacional de Circo são uma realização do Circo da Alegria, Prefeitura de Toledo, Secretaria de Educação, Escola Municipal Anita Garibaldi e Circo Ático, com o apoio das Secretarias de Assistência Social, Esportes, Segurança e Trânsito (Guarda Municipal), Cozinha Social e Câmara de Vereadores de Toledo.

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