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TECNOLOGIA

Patentes: carvão ativado de vagens de flamboyant

A partir de um vegetal que não teria uso, os estudiosos desenvolveram um composto bastante útil à indústria e, mais ainda, benéfico à sociedade

24/04/2019 - 12:45


Em alusão ao Dia Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado na sexta-feira (26), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) relembra as patentes mais recentemente concedidas a pesquisadores vinculados à instituição. Uma das invenções é o “Carvão Ativado Microporoso Obtido da Vagem de Flamboyant”, cuja carta-patente foi outorgada em novembro de 2018. A partir de um vegetal que não teria uso, os estudiosos desenvolveram um composto bastante útil à indústria e, mais ainda, benéfico à sociedade.

 

Como resultado prático, os idealizadores produziram um material eficaz para remediação de poluentes, usado por exemplo em: remoção de corantes em solução; desintoxicação, desodorização ou descoloração de substâncias das indústrias farmacêuticas, químicas e alimentícias – nestas, também com retirada de sabor, cor e cheiro indesejáveis; purificação de água; purificação do ar e tratamento da emissão de gases, podendo ser utilizado em ar condicionado, máscaras de proteção, filtros de cigarros e na captura de gases poluentes da combustão da gasolina.

 

“O carvão ativado é constituído essencialmente por carbono e apresenta elevada área de superfície. Quanto maior a área superficial, maior a capacidade de adsorver (fixar) compostos orgânicos, inorgânicos ou mesmo gases”, explica o autor principal da invenção, Vitor de Cinque Almeida, doutor em Química e professor do Departamento de Química da UEM. “Investigamos várias biomassas encontradas na natureza e nos chamou atenção a casca da vagem do flamboyant, árvore ornamental que se encontra em grande quantidade na nossa região. Seus galhos possuem grandes vagens, que armazenam sementes e que após o período de maturação caem, tornando-se resíduos que até então não possuíam disposição final”.

 

A pesquisa sobre o carvão ativado a partir das vagens da árvore de flamboyant foi a primeira investigação que Almeida fez enquanto docente do Programa de Pós-Graduação em Química (PQU) da UEM, desde 2009, com envolvimento dos pesquisadores Alexandro Manolo de Matos Vargas (à época, aluno de mestrado; hoje, doutor), Ervim Lenzi (hoje, professor aposentado) e Willian Ferreira da Costa (professor). “Fico muito feliz pelo fato de termos conseguido publicações científicas e a patente! A patente resguarda a questão de a vagem de flamboyant ser um precursor em potencial para preparação de carvão ativado, além dos parâmetros de preparação que foram investigados a partir de ferramentas estatísticas. Este estudo estatístico complementar pode auxiliar, em futuras aplicações industriais, na obtenção de materiais com melhores propriedades de adsorção”.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa

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