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PECUÁRIA

Quebra na safrinha desperta debate sobre revisão de política agrícola

A quebra na safrinha provocada pelo efeito das geadas desperta o segmento produtivo para um debate: como reverter a dependênvcia da produção de milho atrelada a safrinha que corresponde 40% da produção de milho, e ao mesmo tempo reverter também a dependência do trigo importado, em um cenário de crescente demanda de grãos. A solução na opinião do técnico do Deral/Toledo, João Luiz Nogueira é plantar mais milho no verão e mais trigo no inverno, invertendo a lógica que se estabeleceu no início dos anos 90.

08/07/2011 - 15:09


Na opinião de João Luiz essa dependência do milho safrinha não poderia acontecer. "A produção de milho depende 40% da safrinha do inverno, e a área da safrinha é maior no inverno que no verão. É preciso reavaliar isso, pois estamos em um momento de alta liquides no mundo todo, e os países estão crescencdo e consumindo mais carne e consequentemente mais milho, soja. Os grãos passaram a ter uma importância muito grande". O técnico do Deral comenta que essa dependência da safrinha foi configurada a partir do início dos anos 90 com a abertura do mercado e a criação do Mercosul. Nesse cenário o produtor começou a plantar milho como uma alternativa no inverno. "Porque se planta muito milho no inverno? Foi uma alternativa para o produtor. Antes se plantava mais trigo, mas em função de uma política equivocada nos início dos anos 90, fez-se com que criássemos essa dependência do trigo importado e do milho safrinha", contextualizou João Luiz. O técnico acredita que é preciso reverter esse quadro. "Precisamos de estímulo para a produção de milho no verão  e trigo no inverno. E essa mudança será obrigatória em função de uma demanda cada vez maior", diz João Luiz que alerta que "nesse cenário é preciso retomar o cultivo de milho no verão, para não comprometer o abastecimento".
Segundo o secretário de agricultura a queda na produção de trigo no Paraná, maior Estado produtor do grão, acentua-se ainda mais a dependência do Brasil na importação deste item, o que pode gerar evasão de divisas para comprar o produto no mercado internacional para suprir o consumo no mercado interno.
QUEBRA
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) divulgou os dados oficiais sobre o efeito das geadas que ocorreram entre os dias  27 e 28 de junho. E os dados assutam pelo volume do prejuízo ao maior estado produtor de milho do Brasil. Segundo o técnico do Deral/Toledo, João Luiz Nogueira, a quebra de 35% da safrinha de milho o que representa quase três mil toneladas a menos de milho."Nesse cenário de baixa oferta, ajuste dos etoques, a quebra é extremaente impactante para os preços, o que logicamenete encarece o custo dos suinocultors, avicultores, das agroindústrias", analisa.
A geada atingiu as lavouras de milho, da segunda safra, e trigo, principalmente nas regiões Oeste e Norte do Estado. Conforme dados da Seab a produção de milho da segunda safra teve uma quebra de 35% e as lavouras de trigo perderam 9% da produção esperada para 2011. Com as geadas, a expectativa inicial do Deral para a produção de milho da segunda safra, que era de 8,12 milhões de toneladas no Estado, foi reduzida para 5,31 milhões de toneladas – uma queda de 34,6%, com perda de 2,81 milhões de toneladas do grão. Os prejuízos aos produtores estão estimados em R$ 1,11 bilhão, informou o economista Marcelo Garrido.
As lavouras de milho da segunda safra já haviam sofrido um impacto inicial com a estiagem que ocorreu no Paraná entre o fim de abril e o início de junho. Com as geadas, foi atingida uma área avaliada em 1,73 milhão de hectares que estava em fase suscetível, o que corresponde a cerca de 70% das lavouras instaladas no Estado. O último prejuízo com milho da segunda safra em decorrência de geadas aconteceu na safra 2007/08, quando houve quebra de produção 15,1% das lavouras e perda de 1,02 milhão de toneladas de grãos.
Nas lavouras de trigo, a expectativa inicial de colher 2,86 milhões de toneladas no Paraná foi reduzida para 2,61 milhões de toneladas, uma queda de 8,7% e perda de 250 mil toneladas de grão. Para os produtores, os prejuízos estão avaliados em R$ 111 milhões.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lamentou os prejuízos aos produtores e disse que a quebra na produção de grãos terá impacto negativo sobre a cadeia produtiva de alimentos, principalmente carnes e leite, que têm o milho como insumo básico.

Confira entrevista em vídeo.

Por Rosselane Giordani com informações da agência

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