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EMPREENDEDORISMO

e-Commerce pode ser estratégia de comercialização para o agricultor familiar frente à COVID-19

O mercado está aberto para produtos agropecuários há alguns anos, mas agora está sendo mundialmente indicado como estratégia para manter o abastecimento, promover renda e segurança para o produtor rural e para o consumidor final

13/04/2020 - 11:36
Por Assessoria


A pandemia de COVID-19 está mudando o cotidiano em todo o mundo. O trabalho remoto, uso de EPIs e e-commerce ganharam força a partir dessa crise sanitária. Os profissionais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater continuam prestando assistência aos agricultores e suas organizações, usando as ferramentas digitais disponíveis. Além disso, os extensionistas estão incentivando cooperativas da agricultura familiar a adotarem o e-commerce, como estratégia de comercialização, face às medidas para conter a disseminação do coronavírus.

De acordo com Julian Mattos, da área de Organização Rural e Mercados, o Instituto assessora 68 organizações rurais, por meio do Projeto Mais Gestão, e os extensionistas continuam acompanhando associações de produtores rurais e cooperativas agropecuárias, que fornecem alimentos para o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) no  estado, fortalecendo a agricultura familiar. "Estamos divulgando boas práticas de agricultura e orientando os produtores sobre protocolos de fornecimento de alimentos, para que eles projetam a si próprios, suas famílias e as pessoas que estão recebendo estes produtos", explicou Julian.

Mercado Virtual
O e-commerce aos poucos está chegando a mais agricultores familiares. Julian lembra que este mercado está aberto para produtos agropecuários há alguns anos, mas agora está sendo mundialmente indicado como estratégia para manter o abastecimento, promover renda e segurança para o produtor rural e para o consumidor final. "Estamos incentivando as organizações a terem um cronograma da produção dos seus associados. Assim vão saber quando e quanto de produto vai chegar na sua plataforma física", explicou. A orientação é que as associações ou cooperativas façam um estudo de mercado para conhecer os locais onde os alimentos podem ser entregues, as preferências do consumidor (produtos in natura ou minimamente processados) e, claro, que façam um plano logístico para a entrega. Julian lembra que é preciso colocar em prática as medidas para proteção dos entregadores, como a limpeza dos meios de transportes e das caixas onde são colocados os alimentos. "Sugerimos também que as organizações pesquisem o mercado virtual e, quem sabe, entrem no mercado eletrônico por meio das plataformas já existentes", concluiu.

Cooltivando
Em Agudos do Sul a Cooltivando (https://cooltivando.com.br/ambiente-comercial/cestas/#page-content) é a plataforma que vem sendo usada para comercializar a produção do município e região, há cerca de três semanas. A empresa existe há um ano e foi contratada pela prefeitura de Agudos do Sul para levar o e-commerce ao produtor familiar do município. Lucas Felippe, CEO e desenvolvedor de produto da Cooltivando, lembra que eles desenvolveram o software para compras virtuais e o Instituto Iapar-Emater se prontificou a ser um facilitador, ensinando o produtor a usar essa ferramenta.  Com a crise do COVID-19, foi criada uma plataforma para realizar as entregas. São 34 produtores do município e região que oferecem 65 produtos. Em média são vendidos 15 kits semanalmente, mas para esta semana o número já estava em 25 kits, cujos produtos o consumidor escolhe na plataforma. Os produtores acertam o local e a forma de pagamento, sem taxa de entrega.  Essa venda virtual parte de um programa de fomento à inclusão digital,  o "Agudos do Sul Crescendo com você"., desenvolvido pela prefeitura do município.

Naturingá
Em Maringá a Naturingá (https://naturinga.commercesuite.com.br/) há cinco anos oferece produtos orgânicos e agroecológicos de 70 agricultores da região. As vendas são feitas semanalmente, via internet, para a entrega toda sexta-feira. Edson Pilati, gerente de ecommerce, informou que o surgimento da epidemia do covid-19 não chegou a aumentar significativamente o volume de compras, mas sim das entregas em domicílio. "Usamos todas as redes sociais para divulgar os produtos. O consumidor pode pegar na loja física ou pode optar pelo delivery", afirmou. Semanalmente são vendidos R$ 3.000 em produtos.  A Naturingá contou com o apoio dos extensionistas do Instituto na divulgação da plataforma e na assessoria aos produtores.

As Cerejeiras
Em Apucarana o grupo Cerejeira, criado em abril do ano passado com a orientação do Instituto, divulga orientações para os produtores que estão passando do sistema convencional para o orgânico. A partir do surgimento da COVID-19 o grupo, que é formado apenas por mulheres, passou a oferecer o serviço de entrega e atualmente estão vendendo 80 cestas, semanalmente. Agora, as integrantes do grupo Cerejeira querem ampliar o volume de cestas e municípios atendidos. Seguem os trabalhos para certificar todas as integrantes do grupo como produtoras orgânicas até julho deste ano, conforme relato da extensionista Rafaela Cristina Bernardo.  

Há outras iniciativas incentivadas pela Extensão Rural em todo o estado. Em Pinhão, a Coofapi (Cooperativa da Agricultura Familiar Integrada) já faz o serviço de entrega de alimentos há mais de um ano. Em Guarapuava o grupo Garagem Verde apoia a produção familiar, comercializa produtos orgânicos e artesanais pelo Facebook. Em Cambé, diversos feirantes também estão oferecendo o serviço de entrega de produtos pelo whattsapp. A Cooavi (Cooperativa Agroecológica Vale do Iguaçu), de Cruz Machado, vem destinando a produção dos seus associados a restaurantes e empresas de delivery da região. São alternativas encontradas em tempo de crise e que apontam novos caminhos para o produtor familiar e suas organizações. O consumidor que desejar apoiar os agricultores familiares pode entrar em contato com o escritório do Instituto para saber se há produtores do seu município, ou região, fazendo entregas em domicílio.

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