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OPINIÃO

Ameaça invisível: sabia as diferenças entre Vírus e Bactérias

Impossível de serem visualizados a olho nú, vírus e bactérias são agentes completamente diferentes, mas igualmente letais.

20/04/2020 - 11:26
William de Andrade

William de Andrade

William de Andrade é Biólogo e mestre em Recursos Naturais e Conservação. Atua como professor de Ciências e Inglês no Mato Grosso do Sul.


Isolamento social, aeroportos vazios, fronteiras fechadas, universidades e escolas despovoadas por tempo indeterminado. E o responsável por tudo isso é um agente infeccioso invisível, que nem mesmo é considerado um ser vivo por grande parte dos cientistas.

Não é de hoje que os vírus são capazes de mudar a dinâmica da humanidade. Nossa história é marcada por epidemias, hora causadas por vírus - como a aterrorizante gripe espanhola causada pelo vírus influenza (1918 -1920) que infectou um quarto da população mundial da época (cerca de 500 milhões de pessoas) -, hora causada por bactérias - como a famosa Peste Negra (1333-1351) causada pela bactéria Yersinia pestis presente em roedores.

Apesar de ambos causarem doenças, muitas vezes fatais, biologicamente são agentes totalmente distintos. Diferente das infecções de origem bacteriana, tratadas com antibióticos, ainda não há uma fórmula certa contra infecções causadas por vírus.

Com todas as suas diferenças, bactérias e vírus agem de forma parecida no corpo humano, causando um desequilíbrio em nosso organismo, sobretudo em nosso sistema imunológico. Entretanto, os vírus possuem uma maior capacidade de mutação. Em outras palavras, seu material genético sofre mais mudanças ao longo do tempo.

O processo de mutação em vírus nada mais é do que um "erro" aleatório, já que para se multiplicar, de maneira bem simplificada, uma enzima coleta uma molécula de material genético e faz uma cópia dela. Durante a multiplicação, por um processo natural, a sequência do material genético pode acabar saindo diferente da original. Esta diferença já é suficiente para causar uma mutação.

Em alguns casos o "erro" não é tão ruim para o vírus e faz com que ele consiga "enganar" as defesas do organismo, ficando, assim, ainda mais poderoso. As mutações ocorrem com maior frequência em vírus do que em bactérias, por conta de sua capacidade de guardar informações tanto no DNA (composto por duas fitas genéticas), quanto no RNA (formado por uma única fita), que é mais simples e mais propenso a sofrer mutações.

Ebola, Influenza e o novo coronavírus são exemplos de doenças compostas por ácido ribonucleico, (o famoso RNA) sujeito a um número maior de mutações. Esse vídeo explica de maneira objetiva as diferenças entre vírus e bactérias.

Confira as principais diferenças:

 

  • BACTÉRIA: A bactéria é microrganismo unicelular, composto por uma única célula, procarionte, um tipo de célula mais primitivo do que as nossas, que possui tudo de que precisa para viver: genoma e estruturas celulares básicas que produzem proteínas. Desta forma, seu simples metabolismo é suficiente para ela tenha condições de se multiplicar.

 

  • VÍRUS: Já os vírus não têm atividade fora de uma célula hospedeira. Externamente a uma célula o vírus é somente uma capa proteica com material genético, sem vida, que não possui células e, portanto, não está classificado em nenhum dos 5 reinos. Sendo assim, uma partícula infecciosa incapaz de se dividir ou produzir energia. Entretanto, se essa partícula de alguma forma conseguir se infiltrar em uma célula, passa a ter atividade, pois toma conta do metabolismo da célula hospedeira e a transforma em uma "máquina" de fazer cópias do vírus invasor.

 

A implementação de saneamento básico e o surgimento de antibióticos como a Penicilina, descoberta acidentalmente em 1928 pelo escocês Alexander Fleming, mudaram a maneira como o mundo enfrentava doenças causadas por bactérias.

De maneira geral, antibióticos inibem processos vitais a célula bacteriana, semelhantes entre os vários tipos de bactérias. É por conta disso que o mesmo medicamento muitas vezes é eficaz contra vários tipos de bactérias. Entretanto, com o passar dos anos, por processos evolutivos, as bactérias vem adquirindo resistência aos ataques de antibióticos e aparecendo as "superbactérias".

 

Como os vírus não possuem células e sua diversidade genética é maior, não há uma estratégia de ação muito clara para anular seus processos de replicação o que força a uma combinação de vários medicamentos, os chamados antivirais. O problema é que antivirais contra influenza e hepatites não são eficientes para doenças semelhantes.

 

No que diz respeito aos vírus, a melhor opção é sempre a prevenção. Neste sentido, as vacinas são a melhor alternativa, já que elas contêm em sua composição um agente que se assemelha ao vírus causador da doença para estimular a sistema imunológico a reconhecê-lo, destruí-lo e manter um arquivo da doença para possíveis futuras infecções.

 

 

 

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