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SAÚDE

Número de crianças infectadas pela Covid cresce no Paraná

Em Toledo 194 pessoas menores de 18 anos foram infectadas, o alerta está na disponibilidade de leitos infantis de UTI na Macrorregião Oeste

03/08/2020 - 19:13
Por Redação com informações da AENotícias e Fiocruz


O número de crianças infectadas pela Covid-19 tem crescido consideravelmente no Paraná, até julho são 2.908 casos e duas mortes em crianças. Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que as confirmações de casos somente em julho foram maiores do que dos quatro meses anteriores juntos. Dentre os casos confirmados, 1.640 foram apenas no mês de julho, mais de 56% do total, considerando os dados recebidos até sexta-feira (31). Em Toledo 194 crianças e adolescentes foram infectadas, no momento, nenhum caso necessita de Unidade de Terapia Intensiva, mas o número de casos coloca a sociedade em alerta, pois na Macrorregião Oeste, a qual Toledo faz parte, conta com apenas dois leitos de UTI Pediátrica, em Pato Branco e, apenas um estava disponível, nesta segunda-feira(3).

Para o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, o aumento no número de casos está relacionado também à testagem em massa. “O Governo do Estado tem ampliado a capacidade de testes do Paraná continuamente, isso faz com que os números cresçam, mas também permite que o atendimento a estes infectados seja feito de forma mais rápida e resolutiva”, disse.

Ainda de acordo com o secretário, este crescimento de confirmações entre crianças também pode estar ligado à quebra do isolamento por parte de familiares, visto que as aulas escolares presenciais estão suspensas. “O índice de isolamento domiciliar no Estado está abaixo do necessário, então pode ser que nesta quebra de isolamento e com mais pessoas circulando os familiares possam estar levando este vírus para dentro de casa e infectando as crianças”, afirmou.

DADOS

Desde março quando houve a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Paraná, o Estado registrou, até julho, 2.908 casos e duas mortes em crianças menores de 12 anos.

CASOS E MORTES POR MÊS:

MARÇO – 5 casos (4 meninos e 1 menina) – 0,17%.

ABRIL – 42 casos (24 meninos e 18 meninas) – 1,44%.

MAIO – 189 casos (102 meninos e 87 meninas) - 1 morte (menino) – 6,50%.

JUNHO – 1.032 (603 meninos e 429 meninas) – 35,49%.

JULHO – 1.640 (848 meninos e 792 meninas) - 1 morte (menina) – 56,40%.

De acordo com a Regulação de Leitos do Paraná, atualmente 33 crianças estão internadas em leitos exclusivos pediátricos no Estado.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes, faz um alerta à população, ao apelar para que os pais e responsáveis cuidem de si e das suas crianças, pois elas não devem sair de casa. O adulto que precisar sair, precisa se cuidar. “Esta doença pode ser transmitida para qualquer faixa etária, por isso pedimos para que aqueles que precisem sair usem máscara, mantenham as medidas de higiene para proteção de todos e, em especial, das crianças”, afirma.

ALERTA FIOCRUZ

A volta às aulas pode representar um perigo a mais para cerca de 9,3 milhões de brasileiros (4,4% da população total) que são idosos ou adultos (com 18 anos ou mais) com problemas crônicos de saúde e que pertencem a grupos de risco de Covid-19. Isso porque eles vivem na mesma casa que crianças e adolescentes em idade escolar (entre 3 e 17 anos). A quantidade de pessoas que pode passar a se expor ao novo coronavírus foi calculada por análise da Fiocruz feita com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), que foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde (LIS) da Fiocruz.

Pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) analisaram dados da PNS 2013 sobre dois grupos populacionais que se encontram nos chamados grupos de risco da Covid-19: os adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão, e os idosos (com 60 ou mais anos). Em seguida, cruzou os dados para verificar quantos desses dois grupos residem em domicílio com pelo menos um menor entre 3 e 17 anos – ou seja, em idade escolar. 

O resultado do estudo trouxe números preocupantes. Quase 3,9 milhões (1,8% da população do país) de adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão residem em domicílio com pelo menos um menor em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Já a população idosa (60 anos e mais) que convive em seu domicílio com pelo menos um menor em idade escolar chega a quase 5,4 milhões de pessoas (2,6% da população). 

De acordo com o estudo, o retorno da atividade escolar, que vem sendo anunciado de forma gradativa por vários estados e municípios, coloca os estudantes em potenciais situações de contágio. Mesmo que escolas, colégios e universidades adotem as medidas de segurança (e elas sejam cumpridas à risca), o transporte público e a falta de controle sobre o comportamento de adolescentes e crianças que andam sozinhos fora de casa representam potenciais situações de contaminação por Covid-19 para esses estudantes. O problema é que, se forem contaminados, esses jovens poderão levar o vírus Sars-CoV-2 para dentro de casa e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras condições de vulnerabilidade à Covid-19, representando uma brecha perigosa no isolamento social que essas pessoas mantinham até agora.

 

 

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